Autor Tópico: Fraude GRUPO GAY DA BAHIA - Edição 2018  (Lida 423 vezes)

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Offline Donatello

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Fraude GRUPO GAY DA BAHIA - Edição 2018
« Online: 27 de Janeiro de 2019, 13:22:17 »
Está no ar a FRAUDE ANUAL DO GRUPO GAY DA BAHIA - EDIÇÃO 2018.

Este ano a ONG fundada por Luiz Mott traz em seu relatório anual de mortes motivadas por homolesbotransfobia casos como:

  • Travesti brasileiro morto de overdose em Roma, Itália
  • Casal de lésbicas traficantes assassinadas por quadrilha rival dentro de boca-de-fumo
  • Homem morto de overdose em quarto de motel
  • Travesti atropelado por motocicleta em alta velocidade
  • Travesti que se suicidou por desilusão amorosa, tendo deixado mensagem no Facebook explicando os motivos
  • E muitos, muitos casos de mortes sem motivação esclarecida, mortes de criminosos com extensa ficha policial, mortes por suicídio e mortes acidentais tratados integralmente como casos de violência homolesbotransfóbica no Brasil

Os dados já estão sendo disseminados como fato por diversos órgãos de imprensa de grande porte.

O UOL, por exemplo, publicou uma manchete super-original: "Estudo conta 420 crimes contra LGBT em 2018; Bolsonaro não provocou aumento"

Já a edição em português do alemão Deutsche Welle aproveitou a saída de Jean do BBB do país para divulgar os dados do GGB num texto intitulado "Renúncia de deputado evidencia país hostil a LGBTs".

No G1 descobrimos que "AL está entre os 5 estados do país com mais mortes violentas de pessoas LGBT+ em 2018".

Informações sobre a metodologia e os dados do GRUPO GAY DA BAHIA estão reunidas em Quem a homotransfobia não matou hoje? ou podem ser acessadas (agora com um pouco mais de dificuldade, já que o GGB está começando a apagar os rastros) no site oficial da ONG




Offline Gauss

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Re:Fraude GRUPO GAY DA BAHIA - Edição 2018
« Resposta #1 Online: 27 de Janeiro de 2019, 14:38:58 »
Essas pesquisas de ONGs como o do GGB são muito esquistas. Essas "táticas" de inchamento de estatísticas que o GGB adota são muito semelhantes às que aquele grupo desarmamentista utiliza nos EUA para indicar "tiroteios em escolas" (e que também são amplamente divulgados pela mídia como verdade). Lá eles consideram qualquer tiroteio que ocorre num raio de 800 metros de alguma escola (seja confronto entre policiais e criminosos, criminosos com criminosos, etc.) como "ataques em escola".



Donatello, você é um dos que trabalha junto com o Eli Vieira para desmascarar as falsas estatísticas do GGB? Me lembro que lá por 2016-2017 ele publicou uma compilação de dados indicando que menos de 10% dos casos reportados foram conclusivamente mortes causadas por motivação homofóbica.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Donatello

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Re:Fraude GRUPO GAY DA BAHIA - Edição 2018
« Resposta #2 Online: 27 de Janeiro de 2019, 16:11:18 »
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Donatello, você é um dos que trabalha junto com o Eli Vieira para desmascarar as falsas estatísticas do GGB? Me lembro que lá por 2016-2017 ele publicou uma compilação de dados indicando que menos de 10% dos casos reportados foram conclusivamente mortes causadas por motivação homofóbica.

Na verdade ele ainda não publicou.

Ele começou a fazer esta revisão há alguns meses atrás (sua mente tá confundindo os tempos rsrsrs) e foi estimulada por mim (ele não sabia que os estudos do GGB eram fraudados, fui eu quem passei as informações pra ele, inclusive ele era amigo pessoal do Mott e brigaram em função disso... O Luiz Mott ficou putaço quando ele disse que ia considerar meus dados e que se ficasse comprovada a fraude ele iria desconsiderar a amizade. Quando houve a treta com a UFRJ ele me procurou e disse que tinha interesse em checar os dados).

Estou ajudando ele na coleta de dados, mas quem está fazendo as classificações é ele, temos alguma discordância neste quesito (O ponto de discordância é que ele está dividiu os dados em três categorias: SIM, NÃO e INDEFINIDO, e está classificando casos com indícios favoráveis ou contrários, mas não completamente elucidados, como se fossem SIM ou NÃO. Eu defendo que devessem ficar na categoria INDEFINIDO ou que se criassem as categorias PROVAVELMENTE SIM e PROVAVELMENTE NÃO para agrupar os casos em que há honesta suspeita, mas incerteza). Os dados que ele está revisando são os de 2016 e estão quase prontos, ele está esperançoso de criar um alarde especial em torno da revisão.

Quem tinha feito o mesmo tipo de revisão anteriormente era o Dario Di Martino: um jornalista do Rio Grande do Sul. Ele analisou todos os casos de 2013 em 2015 (talvez seja isso que você misturou).

A revisão do Dario está aqui: https://naomatouhoje.blog/2018/11/13/jornalista-publicou-revisao-de-dados-do-ggb-em-2013-veja-o-que-ele-encontrou/

Offline Gauss

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Re:Fraude GRUPO GAY DA BAHIA - Edição 2018
« Resposta #3 Online: 27 de Janeiro de 2019, 19:25:40 »
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Donatello, você é um dos que trabalha junto com o Eli Vieira para desmascarar as falsas estatísticas do GGB? Me lembro que lá por 2016-2017 ele publicou uma compilação de dados indicando que menos de 10% dos casos reportados foram conclusivamente mortes causadas por motivação homofóbica.

Na verdade ele ainda não publicou.

Ele começou a fazer esta revisão há alguns meses atrás (sua mente tá confundindo os tempos rsrsrs) e foi estimulada por mim (ele não sabia que os estudos do GGB eram fraudados, fui eu quem passei as informações pra ele, inclusive ele era amigo pessoal do Mott e brigaram em função disso... O Luiz Mott ficou putaço quando ele disse que ia considerar meus dados e que se ficasse comprovada a fraude ele iria desconsiderar a amizade. Quando houve a treta com a UFRJ ele me procurou e disse que tinha interesse em checar os dados).

Estou ajudando ele na coleta de dados, mas quem está fazendo as classificações é ele, temos alguma discordância neste quesito (O ponto de discordância é que ele está dividiu os dados em três categorias: SIM, NÃO e INDEFINIDO, e está classificando casos com indícios favoráveis ou contrários, mas não completamente elucidados, como se fossem SIM ou NÃO. Eu defendo que devessem ficar na categoria INDEFINIDO ou que se criassem as categorias PROVAVELMENTE SIM e PROVAVELMENTE NÃO para agrupar os casos em que há honesta suspeita, mas incerteza). Os dados que ele está revisando são os de 2016 e estão quase prontos, ele está esperançoso de criar um alarde especial em torno da revisão.

Quem tinha feito o mesmo tipo de revisão anteriormente era o Dario Di Martino: um jornalista do Rio Grande do Sul. Ele analisou todos os casos de 2013 em 2015 (talvez seja isso que você misturou).

A revisão do Dario está aqui: https://naomatouhoje.blog/2018/11/13/jornalista-publicou-revisao-de-dados-do-ggb-em-2013-veja-o-que-ele-encontrou/

Você tem toda a razão. Confundi os dados do Dario de 2015 que você mesmo publicou aqui em uma conversa lá por 2016 com essa que o Eli está compilando.

Honestamente, acho que quando o Eli publicar os dados mais próximos da realidade não haverá muito alarde e nem divulgação na imprensa. No máximo um grande reflexo entre o público mais anti-SJW de direita em geral (Conservadores e liberais/libertários "não-LIVRES"). Não é o do interesse dos grupos de interesse formadores de opinião uma contraversão da narrativa.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Eu

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Re:Fraude GRUPO GAY DA BAHIA - Edição 2018
« Resposta #4 Online: 17 de Janeiro de 2020, 16:14:02 »
Vocês já devem ter visto várias matérias sobre "x pessoas foram vítimas de LGBTfobia no Brasil em 201x". Quase todas as matérias se baseiam no relatório do Grupo Gay da Bahia, um trabalho claramente fraudulento e que não atende a critérios básicos de cientificidade. Para inflar grotescamente o número de "assassinados por causa da LGBTfobia", eles incluem no relatório: afogamento, acidente de carro, infarto, suicídio, AVC, envenenamento, morte por complicação cirúrgica, overdose, esposo matando esposo, esposa matando esposa, travesti matando travesti, troca de tiro com a polícia, briga de facções, atropelamento, latrocínio, heterossexual morto por homossexual/travesti, e vários casos não solucionados pelas equipes da Polícia Civil. A fraude é muito tosca, já que qualquer pessoa pode abrir o catálogo e jogar os casos no Google. A afirmação de que centenas de pessoas são assassinadas no Brasil simplesmente por serem LGBTs é fortíssima, e jornalistas deixam seus vieses às claras quando, ano após ano, não fazem um "fact checking" dessa afirmação. Desde o final de 2017, Daniel Barbosa, administrador da página "Quem a homotransfobia não matou hoje?", vem mostrando as fraudes de Luiz Mott e sua trupe. O GGB respondeu satisfatoriamente às críticas feitas por Daniel e outros? Não. Na verdade, eles apagaram várias páginas e ocultaram informações. Em seu último relatório, eles OCULTARAM o nome dos mortos. Eles NUNCA fizeram isso. Eles querem dificultar o trabalho dos críticos. Ora, que tipo de pesquisador não responde a críticas pertinentes e ainda oculta informações? O tipo que não se importa com verdade e transparência, mas em manter uma narrativa viva a qualquer custo. O geneticista Eli Vieira está fazendo uma reanálise do relatório de 2016, e o resultado preliminar confirma a fraude: menos de 10% dos casos têm indícios de LGBTfobia. Fiz esse post porque me deparei várias vezes com redditors citando os números do GGB. Que há LGBTs mortos por serem o que são, disso eu não duvido. O problema está quando a discussão desse tema está fundamentada em números de um relatório fraudulento e não-científico. Isso enfraquece a causa. Isso não ajuda o poder público a atacar o problema de maneira adequada. Como atacar um problema que você não sabe como é e onde está? O GGB está fazendo escola: pesquisadoras da UFRJ lançaram o DOSSIÊ LESBOCÍDIO. O dossiê padece da mesma doença do relatório do GGB. Daniel Barbosa está envolvido em um imbróglio judicial com essas pesquisadoras. Elas OCULTARAM informações depois que Daniel fez críticas. A Controladoria-Geral da União ordenou à UFRJ que as pesquisadoras liberassem novamente o nome dos mortos, sob a Lei de Acesso à Informação. Elas se recusam a obedecer.



Artigo abordando algumas fraudes do relatório de 2018:

https://naomatouhoje.blog/2019/01/25/grupo-gay-da-bahia-divulga-versao-2018-de-sua-fraude-anual



Vídeo sobre o caso recente de pesquisadoras da UFRJ que estão fraudando uma pesquisa sobre assassinatos motivados por lesbofobia:


Offline Buckaroo Banzai

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Re:Fraude GRUPO GAY DA BAHIA - Edição 2018
« Resposta #5 Online: 17 de Janeiro de 2020, 23:38:43 »
O forista Donatello é este administrador da página citada, e se não me engano está sendo ou foi processado por caracterizá-las como "fraude," não sei se ganhou ou perdeu o processo ou o que.

Acho que o problema é "fraude," embora hiperbolicamente poder significar algo como "besteira grotesca que surpreende ser defendida com alguém com formação acadêmica/curso ginasial," tem mais literalmente o sentido de algo deliberadamente construído para enganar, o que não seria necessariamente o caso.

A "lógica" da atribuição parece ser como, "bem, elas morreram no fim das contas por que estavam bêbadas, mas o alcoolismo é uma forma de escape do indivíduo às pressões da sociedade, e os indivíduos LGBTetc, negros, e mulheres, sofrem maiores microagressões da sociedade, e então tem um risco elevado de alcoolismo como válvula de escape, logo, pode-se atribuir o alcoolismo destes a LGBTfobia."

Embora essa associação de risco seja mesmo verdadeira, a generalização me parece simplesmente "porca," fica num nível próximo de se considerar todo homicídio e suicídio como produto do capitalismo, fazendo vínculo tanto de homicídio em latrocínio como resultado do capitalismo não empregar a todos, como pressões das pessoas, valores capitalidas de cônjuges como propriedade, etc.

O problema é que apesar da ridículo, alguém pode realmente pensar assim, e isso descaracterizaria a "fraude" (mentira, intenção de falsificar resultados), é apenas má-ciência ou pseudo-ciência.

Agora, dificultar desnecessariamente o acesso aos dados é realmente algo que deve poder dar algum embasamento menos controverso à acusação de fraude com todas as letras. Não me ocorre imediatamente alguma possível desculpa razoável para isso. Mas talvez algo no sentido de anonimato/privacidade das vítimas e familiares faça disso prática comum em casos suficientemente análogos (com mortos).

 

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