O conselho universitário da universidade de São Paulo, a USP, aprovou um orçamento de R$ 5,7 bilhões para a instituição nesse ano de 2019 (Diga-se de passagem, um orçamento muito maior que muitos municípios grandes de São Paulo, como São Caetano do Sul que aprovou recentemente um orçamento de R$ 1,5 bilhão para o município cujo o IDH é o maior do Brasil).
Do total do orçamento, R$ 4,8 bilhões são reservados para a folha de pagamento dos funcionários e professores. Nesse montante, também estão as despesas previstas com a contratação de 250 docentes no ano.
A FAPESP, instituição que mais financia pesquisa no estado, é mantida pela transferência de 1% das receitas tributárias do Estado de São Paulo, somando em 2019 um orçamento total de R$ 1,587 bilhão. A CNPQ, importante agência de fomento à pesquisa cientifica ligada ao governo federal, tem seu orçamento em média R$ 1,2 bilhão por ano.
Não é, portanto, por acaso, que o Brasil é um país símbolo de injustiças sociais, mantendo crianças e jovens na pobreza, vítimas da violência e com baixo nível educacional. Essa patologia nacional mostra a todos como o estado brasileiro é disfuncional. E que não se trata de uma deficiência conjuntural. A usina nacional de miséria está sempre em operação.
Diferentemente dos países ricos, que têm altos investimentos em pesquisas científicas, as nações em desenvolvimento como o Brasil apresentam baixo nível de inovação! O que é um obstáculo para o crescimento da produtividade da economia e do conhecimento científico. Além disso, investir financeiramente em cientistas e laboratórios não é suficiente para que o conhecimento científico de um país evolua.
Administração a gestão dos recursos públicos é um fracasso retumbante.
Para todas as áreas que olhamos vemos coisas erradas sendo concretizadas pelos responsáveis por administrar o que é público. A ineficiência, burocracia e o terraplanismo contábil que impera no discurso dos grupos ideológicos estigma que mancha nossa história e barra nosso desenvolvimento.
Refletindo além do senso comum (falta de investimento, salários, burocracia etc), é possível pensar em pesquisa cientifica sem a responsabilidade na gestão dos recursos?