Autor Tópico: As Bobagens de Mário Sérgio Cortella  (Lida 238 vezes)

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Offline Eu

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As Bobagens de Mário Sérgio Cortella
« Online: 25 de Maio de 2019, 01:10:07 »
Os Vigaristas do Brasil

por Fernando Alves



Se você já foi às palestras do filósofo Mario Sergio Cortella, deve saber que em suas apresentações ele consegue reunir com harmonia, inteligência e humor. Se o telefone toca no meio da plateia, se algumas pessoas impertinentes começam a conversar, ele consegue pegar esta distração e transforma-la em piada ou em parte do conteúdo apresentado. Ano passado fui a uma de suas palestras sobre ser criativo na crise. A palestra da qual participei foi muito boa. Sinceramente, eu não sei o que aprendi de útil com ela, mas pelo menos dei boas gargalhadas. Não me incomodo e nem me incomodei com o conhecimento em forma de autoajuda-cômico apresentado por Cortella, até chegar ao final quando os ouvintes puderam levantar as mãos e a fazer perguntas. Foi quando a vaca chutou longe o balde cheio de leite.

Algumas pessoas perguntaram para ele o que poderia ser feito para melhorar o país e o porquê de outros países serem mais desenvolvidos do que o Brasil. Ai a coisa desandou totalmente. Ele, obviamente, disse que a educação precária e de péssima qualidade é um grande problema e um atraso para o Brasil. Qual a solução sugerida por ele para resolver este problema? Sim, ele apoia mais Estado e mais impostos para custear a educação do país com a pior relação impostos x serviços do mundo. Quando foi para a explicação do desenvolvimento de outros países em comparação com o Brasil, a coisa piorou ainda mais. Cortella é um anti-imperialista-estadunidense assumido e não perdoou. Como todo esquerdista, ele é cheio de desculpas para justificar o desenvolvimento alheio e ignorar totalmente o liberalismo econômico.

Segundo ele, os EUA são ricos porque quase tudo o que eles têm foi tomado de outros países. Ele cita como exemplo os estados do Texas e Califórnia. E também devido os norte-americanos terem travado muitas guerras, e por isso enriqueceram, através de conflitos internos e expansão territorial, aplicando a famosa equação: + Guerras + Gastos Militares = Desenvolvimento. Mas como todo esquerdista, ele fundamenta seu discurso em uma base contraditória. Na hora de explicar o desenvolvimento de países como Coréia do Sul e Japão, ele afirmou que estes eram ricos devido os EUA terem os impedido de realizarem investimentos e terem seus próprios exércitos. Logo, puderam usar o dinheiro da verba militar para a educação. Na equação: – Guerras – Gastos Militares = Desenvolvimento.

Para explicar o desenvolvimento da Austrália ele afirmou que ela só é rica devido ao fato de ter muita terra e uma baixa densidade populacional, ignorando o fato de grande parte do território australiano ser deserto. Um país colonizado por desterrados e uma ilha separada do mundo, estando longe de tudo. Em nenhum momento ele cita a administração governamental ou o liberalismo econômico como justificativa para o desenvolvimento destes países. É como se isso não fizesse diferença ou não existisse. Talvez por ignorância ou desonestidade. Para alguém que leu mais de 10 mil livros, me custa acreditar que seja ignorância.

Nessa linha de raciocínio poderíamos dizer que Portugal, por ter “roubado nossas riquezas”, deveria ser mais desenvolvido que a Coréia do Sul, em vez de ter uma das maiores dívidas internas da Europa. Talvez, isso nada tenha a ver com os partidos de esquerda que governam o país. Como Partido Social Democrata que conta com 89 deputados na Assembleia da República. Ou com o Partido Socialista que em 2015 passou a ter 86 deputados na Assembleia da República. A Espanha que também segue o mesmo caminho ideológico de Portugal e foi uma nação imperialista que “explorou” metade da América Latina e está em crise com 25% de sua população desempregada com toda certeza também não é devido ao seu sistema burocrático, por suas politicas populistas, taxação de fortunas e por seu sistema de welfarestate (Estado do bem-estar social) e etc.

O Brasil também anexou terras. Por que será que ele não é desenvolvido afinal? A Rússia tem muita terra e uma baixa densidade populacional. Por que será que ela não é o país mais rico do planeta? Por que, mesmo a URSS tendo travado muitas guerras, vencido a maioria delas, e tendo metade do mercado mundial durante a guerra fria e também anexado vários países, entrou em colapso? Por que países como Canadá, Chile e Nova Zelândia, mesmo com exércitos, são desenvolvidos? Por que a Suíça, sem exército e sem entrar em uma guerra há dois séculos é desenvolvida? Por que a Alemanha, mesmo destruída pela Segunda Guerra Mundial (e também sofrido com o comunismo, o que é a pior de todas as desgraças) é hoje o país mais rico da Europa? Como dizia Roberto Campos: “Ora bolas caçarolas!” Onde está à lógica desse senhor? Mas isso é até compreensível, esquerdistas são especialistas em ignora-la. O fato é que não importa se o país foi explorado e tem desvantagens geopolíticas, demográficas, geográficas ou climáticas como defende Cortella. São na verdade as políticas econômicas que definem e fazem de um país desenvolvido ou não. Simples assim.

Imagine se todos os países pobres do planeta que querem se desenvolver resolverem seguir a receitinha de Cortella?



Fernando Alves é estudante de administração na Faculdade Pitágoras e colunista do portal Anarcocapitalismo. Escreve artigos sobre economia, política e sociedade para blogs e sites liberais e libertários.

https://anarcocapitalismo.com.br/2016/01/17/os-vigaristas-do-brasil/

Offline JJ

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Re:As Bobagens de Mário Sérgio Cortella
« Resposta #1 Online: 25 de Maio de 2019, 13:48:25 »

Por que, mesmo a URSS tendo travado muitas guerras, vencido a maioria delas, e tendo metade do mercado mundial durante a guerra fria e também anexado vários países, entrou em colapso?


A URSS entrou em colapso primordialmente  porque o Gorbachev  fez reformas políticas  liberais que deram  poder   para grupos de  oposição. Este foi de longe o principal fator  que causou a dissolução da URSS.


Foi a  liberal   e   burra    (em termos de leis do poder)  Glasnost  que foi a causa principal.


Glasnost


Glasnost (do russo: Loudspeaker.svg? гла́сность, lit. "transparência") foi uma política implantada, juntamente com a Perestroika ("reestruturação"), na União Soviética, durante o governo de Mikhail Gorbachev.[1] A Glasnost contribuiu em grande parte para a intensificação do clima de instabilidade causado por agitações nacionalistas, conflitos étnicos e regionais e insatisfação econômica, fatores que levaram ao colapso da URSS.[2]


https://pt.wikipedia.org/wiki/Glasnost
« Última modificação: 25 de Maio de 2019, 13:52:29 por JJ »

Offline Geotecton

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Re:As Bobagens de Mário Sérgio Cortella
« Resposta #2 Online: 25 de Maio de 2019, 15:13:20 »
A URSS ruiria um pouco mais cedo ou mais tarde por vários motivos.

Ela nunca foi um país com identidade nacional; sua população era culturalmente muito heterogênea, com ampla predominância dos russos, o que gerava muita insatisfaçãos dos demais povos; o grau de vigilância, repressão e de supressão de direitos dos cidadãos comuns era elevado; a oferta de produtos e serviços era péssimo (quando existiam); entre outros.
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Offline Geotecton

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Re:As Bobagens de Mário Sérgio Cortella
« Resposta #3 Online: 25 de Maio de 2019, 15:16:13 »
A Glasnost foi a primeira lufada de liberdade que os povos oprimidos da URSS tiveram em décadas.

Gorbachev foi um visionário em um país repleto de corruptos.
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Offline Cinzu

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Re:As Bobagens de Mário Sérgio Cortella
« Resposta #4 Online: 25 de Maio de 2019, 17:19:47 »
Não apenas Cortella, mas vários destes filósofos-pop como Clóvis, Karnal, Pondé & cia apesar de criticarem autores de autoajuda, em pouco diferem deles. Trazem reflexões interessantes, levantam temas simples sob uma ótica crítica e apresentam frases de impacto. Tudo isso aliado à boa oratória que possuem, sem sombra de dúvidas faz suas palestras serem de agrado para grandes públicos.

Apesar disso, pecam quando passam a sentirem-se detentores do saber. Passam a opinar sobre assuntos variados que não são de seu domínio, e é nestes momentos que acabam por cometerem os maiores deslizes. Olavo de Carvalho é outro ótimo exemplo de filósofo escritor que tem um bom repertório em assuntos específicos mas profere bobagens por opinar sobre tópicos em que possui pouco ou nenhum conhecimento.

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Ele, obviamente, disse que a educação precária e de péssima qualidade é um grande problema e um atraso para o Brasil. Qual a solução sugerida por ele para resolver este problema? Sim, ele apoia mais Estado e mais impostos para custear a educação do país com a pior relação impostos x serviços do mundo.

A crítica pareceu-me vaga neste ponto. Cortella ignora os altos gastos em educação que surtem pouco efeito e diz que o problema educacional no Brasil se deve por questões financeiras? Ou simplesmente defendeu que os investimentos sejam feitos de forma mais inteligente, mas ainda assim com custeio do estado? Dado a fonte anarcocapitalista do texto, tenho certas ressalvas à esse trecho específico. Neste tópico trago alguns dados mostrando que educação é uma das áreas que o estado não deve deixar de atuar.

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Imagine se todos os países pobres do planeta que querem se desenvolver resolverem seguir a receitinha de Cortella?

Na verdade vários já seguem e seguiram, inclusive o Brasil. O resultado, obviamente, foi um completo desastre.

A posição Marxista de Cortella não é nenhuma novidade. Ele foi aluno de Paulo Freire, e apesar de não ser militante como seu mestre, não deixa de exaltar ideias comunistas vez ou outra. O problema, como citei acima, se deve justamente por filosofar sobre temas que não são de seu domínio. Neste caso, a economia.
« Última modificação: 25 de Maio de 2019, 17:22:59 por Cinzu »
"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar"

Offline Metatron

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Re:As Bobagens de Mário Sérgio Cortella
« Resposta #5 Online: 25 de Maio de 2019, 18:50:47 »
Cortella é filósofo, e não sociólogo...
“Quem não quer pensar, é um fanático; quem não pode pensar, é um idiota; quem não ousa pensar, é um covarde”.
(Horace Walpole - Conde de Oxford)

 

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