Sérgio Moro comunicou ao presidente do STJ que o material hackeado de seu celular seria descartado. Isso foi comunicado em nota pelo STJ no Twitter.
Isso acabou virando na cabeça dos políticos oposicionistas: "Moro quer destruir as provas da investigação dos vazamentos". Só que uma pessoa dizer que algo vai acontecer não significa necessariamente que ela dará ordens sobre essa coisa para fazer a mesma acontecer. Ela poderia apenas acreditar que aquilo irá acontecer. A assessoria do Ministério da Justiça comunicou posteriormente ao início da polêmica que "caberá ao Judiciário definir em que momento o material será destruído".
Ademais, o assunto da comunicação do STJ no Twitter era apenas as mensagens do presidente do STJ, não as provas da investigação dos vazamentos como um todo.
Não existe qualquer acusação contra o presidente do STJ, nem o The Intercept o colocou como alvo de suas reportagens de vazamentos, tanto que ele precisou ser avisado pelo ministro da Justiça da sua invasão de privacidade (Moro disse no Twitter: "As centenas de vítimas do hackeamento ilegal, tão celebrado pelo Uol, têm o direito de saber que foram vítimas. Só estão sendo comunicadas. Não tenho lista, só estou comunicando alguns"). Só mesmo um completo idiota para achar que é constitucionalmente legal aniquilar o direito de privacidade de um presidente do STJ para rever o caso do julgamento de Lula no STJ. Se isso fosse legal, não precisava nem de hacker criminoso. Algum outro juiz, dando a justificativa de averiguação preventiva de imparcialidade, daria autorização para espiões legalizados espionarem o presidente do STJ no Telegram sem o consentimento e conhecimento dele.