Boa tarde!
Abro este tópico para compartilhar crimes insolúveis do passado, quando não havia tecnologia forense para elucidar tais crimes.
Tenho verdadeira paixão por arqueologia forense...cal me "Bones".
Dália Negra ( Elisabeth Short)
Elizabeth Ann Short era uma jovem norte americana de apenas 23 anos, nascida no dia 29 de julho de 1924. A jovem era conhecida por sua espetacular beleza estonteante, carisma e inteligência, tomando facilmente os holofotes para si em qualquer ocasião. Short era uma aspirante à atriz que tentou fortemente seguir uma carreira cinematográfica, mas acabou sendo conhecida por meios mais trágicos e brutais. Meios esses que, até os dias de hoje após 72 anos de sua morte, chocam as pessoas ao redor do mundo.
Short era uma jovem cheia de vida, e ela se foi tão cedo quanto veio, de uma maneira que para alguns poetas seria incrível de se ver, mas para outras pessoas seria tão horrendo que causaria arrepios em cada mínimo pelo de seu corpo. Temo dizer, mas eu estou no grupo dos poetas.
Em sua infância Short foi criada com outras quatro irmãs por somente sua mãe, Phoebe, afinal, em 1930 o pai de Short, Cleo, abandonou sua família e deixou a carga pesada de sustentar tantas bocas apenas para sua esposa. No ano de 1942 Short já começava a chamar atenção por sua beleza, mesmo estando cursando o ensino médio na época. Abruptamente, Short abandonou tudo que tinha e mudou-se para Miami, onde começou a trabalhar como garçonete. Durante sua estadia em Miami, Short conheceu o Major Aviador Matt Gordon Jr, homem com quem Short passou a conversar com certa frequência.
No ano seguinte Short viajou para Santa Barbara, Califórnia, e começou a trabalhar no Posto Reembolsável da Base Militar de Camp Cook. Entretanto, assim como ocorreu nas vezes anteriores, a estadia de Short em Santa Barbara foi curta, por logo ter descoberto que seu pai estava morando em Villejo, um lugar relativamente perto de onde ela estava. Em contrapartida, Short acabou se aproximando de seu pai e indo morar com ele, mas a convivência dos dois não foi tão agradável quanto o planejado, e deste modo Short retornou para Santa Barbara em setembro do mesmo ano.
A jovem gostava das fardas usadas pelos militares, e frequentava muitos bares e clubes noturnos para que ficasse rodeada pelos homens de farda. Ainda em setembro, pouco tempo após ter retornado para Santa Barbara, Short foi presa por consumir bebida alcoólica, na época Short estava no auge de seus 19 anos. Um acordo foi feito com a polícia local e Short foi mandada de volta para a casa da mãe, em Madford.
Houve um período de guerra, e durante ele Short ainda continuava a corresponder-se com seu namorado, Major Matt Gordon Jr. No ano de 1945, Gordon propôs Short em casamento, proposta essa que ela rapidamente aceitou. Short achava que estava pronta para um matrimônio, e portanto não haviam motivos para adiar tal acontecimento. Entretanto, quando Gordon retornava para casa no inverno de 1945, sofreu um acidente na Índia e morreu.
Short, como já era de se esperar, ficou devastada com a morte de seu noivo, e sem ideia do que fazer acabou saindo de casa e indo para a Florida mais uma vez, trabalhando novamente como garçonete em Miami Beach. Mas ela foi desiludida mais uma vez e retornou para Madford em fevereiro de 1946. Agora Short trabalhava em um cinema, por ser caixa do cinema e sempre estar à mostra para os clientes, Short acabou tendo esperanças de um trabalho cinematográfico em Hollywood por sempre ser chamada pelos elogios mais corteses possíveis. Então, partiu para Califórnia em abril do mesmo ano, agora seu objetivo era o sucesso que esperava ela em Hollywood.
Quem poderia dizer que a ambição de tornar-se uma atriz famosa, colocaria um fim à vida da jovem Elizabeth Ann Short?
Elizabeth Short foi vista com vida pela última vez em 9 de janeiro de 1947, quando saía do bar do Hotel Biltmore. A partir dessa data, o mundo todo passou à conhecê-la como Dália Negra.
No dia 15 de janeiro de 1947, apenas seis dias após o desaparecimento de Short, a dona de casa Betty Bersinger passeava com sua filha de 3 anos quando, em uma valeta de um prédio em construção, encontrou algo que ela a princípio pensava ser um manequim abandonado, mas quando chegou mais perto constatou que se tratava na verdade de um cadáver de uma jovem mulher. Betty em um momento de puro terror tapou os olhos da filha, e acionou a polícia que chegou rapidamente no local, claramente acompanhada pela imprensa.
O corpo de Short foi separado em dois por um corte de grandes proporções, posicionados de forma abstrata no local do crime. Sua cabeça inteira apresentava uma miríade de cortes irregulares, que pendiam entre fundo e raso. Havia, também, pedaços de sua carne faltando nos seios e nas coxas, o que indicava passionalidade no crime. Alguns órgãos de seu corpo, como por exemplo o intestino, foram expostos e colocados por baixo de suas nádegas; e para tornar o cenário ainda mais cruel e terrível, seu estômago foi recheado com fezes e o sangue presente em seu corpo foi totalmente drenado. O que conseguiu deixar tudo mais macabro foi que, provavelmente enquanto Short ainda estava viva, o assassino usou um instrumento afiado para desenhar um rosto na jovem, cortando desde as beiradas de sua boca até quase chegar na altura da orelha.
No local onde o corpo foi encontrado, a polícia conseguiu coletar poucas pistas plausíveis que poderiam ajudar a desvendar o crime: rastros de pneus no local da desova, pegadas de botas na área, e de acordo com a profundidade das marcas nos calcanhares era provável que o corpo tivesse sido arrastado, também foi encontrado um saco de cimento com sangue aguado, provavelmente usado no transporte do corpo. Porém, naquela época há 72 anos atrás, nenhuma dessas evidências se mostrou eficiente para a resolução do crime.
A imprensa rapidamente transformou o assassinato de Short em algo banal que poderia ser representado na vida cotidiana como se não fosse nada, e o caso tomou conta dos tabloides da época. A família e a privacidade de Short não foram respeitadas durante esse tempo. Logo, Bevo Means, repórter do L.A Herald Express, apelidou Short com o nome "Dália Negra", inspirado no filme Blue Dahlia lançado no ano anterior, e também por Short ter seus cabelos negros como carvão. O apelido ficou famoso e rapidamente outros jornais adotaram o mesmo, e assim Dália Negra mais uma vez lotou as capas de jornais com a sua morte brutal.
O caso obteve tanta repercussão que tanto a polícia federal quanto a estadual trabalharam em conjunto no caso, neste ritmo 59 pessoas confessaram serem os assassinos de Short. Mediante à demasiadas confissões, a polícia já não acreditava na veracidade das palavras que os supostos assassinos falavam. No fim, apenas 25 dos 59 "suspeitos" foram realmente investigados.
A imprensa tentou criar conexões do crime com outros assassinos, e um serial killer foi apontado como sendo o criminoso: O Assassino do Torso. Mas mesmo o assassinato de Short e das vítimas desse serial killer apresentarem semelhanças singulares, ele havia feito sua matança quase uma década antes e também já estava preso. Mas a imprensa não ficou satisfeita com o furo em sua teoria e criou outra conexão: a imprensa começou a relatar que o assassino de Short poderia ser o Assassino do Batom. E essa especulação de possível assassino realmente foi tomada como verdadeira durante um período, pois uma das cartas enviada para a polícia onde a assinatura era "Dahlia Avanger" possuía grafia e estilo similares aos das cartas enviadas por Hereins. Entretanto, a especulação logo foi descartada pela área de ação do assassino e do perfil das vítimas do Assassino do Batom não serem as mesmas.
E então, a polícia passou a investigar outros suspeitos.
George Hordel: era um médico americano, mas ficou mais conhecido após se tornar um dos suspeitos em potencial do assassinato de Short, a famosa Dália Negra. Ele jamais foi acusado formalmente pela polícia e mal foi investigado corretamente, ele só se tornou suspeito após sua morte quando seu filho, Steve Hodel, acusou seu próprio pai pela morte de Short e de outras pessoas também. Ele havia começado a acusar seu pai após ter encontrado, depois da morte de seu pai, uma caixinha onde George guardava fotos de pessoas que ele amava, e em meio à essas fotos haviam duas de Short. George já havia sido acusado de um crime antes de Short, ele foi acusado pela morte de sua secretária, Ruthie Spaulding, mas não foi formalmente acusado; e foi também acusado de abusar de sua filha, Tamar, mas foi absolvido. Apesar de George ter os aspectos necessários para ser formalmente acusado, como por exemplo ser um médico e ter força suficiente para partir um corpo, ele não foi à justiça por isso. Ele fugiu para as Filipinas várias vezes, morrendo em 1999.
:wind_chime: ;; Walter Bayley: ele nunca foi um suspeito realmente, mas era um bom cirurgião e morava próximo da vala onde Short foi encontrada. Suas filhas eram amigas de Short, mas ele mesmo não conhecia a jovem, portanto não foi acusado.
:wind_chime: ;; Leslie Dillon: era um mensageiro, aspirante a escritor e também trabalhou como agente funerário durante alguns períodos de sua vida. Leslie tornou-se um suspeito quando começou a escrever para o psiquiatra do Departamento de Polícia de Los Angeles, Doutor J. Paul de River, em outubro do ano de 1948. Durante o tempo em que correspondia-se com De River, Dillon estava morando na Flórida, mas antes tinha sua morada estabelecida em Los Angeles. Dillon leu sobre o caso de Dália Negra em uma revista aleatória e De River foi mencionado nesta revista, e então Dillon decidiu escrever suas teorias sobre o caso. Durante suas correspondências ele deixou implícito que gostava de sadomasoquismo e que tinha até vontade de criar um livro sobre o assunto. Em certo momento, Dillon expôs que achava que um de seus amigos, Jeff Connors, era o culpado pelo assassinato. Mas De River começou a suspeitar que Connors não fosse real, e que isso era uma forma oculta de Dillon confessar o crime. De River convenceu Dillon a se encontrar com ele em dezembro de 1948, para procurarem juntos por Connors. Mas De River havia levado policiais disfarçados para encontrar com Dillon, e quando Dillon revelou detalhes íntimos do crime ele foi preso sob custódia pelos policias disfarçados. Por sua vez, Dillon colocou um cartão postal na janela de um hotel com um pedido de ajuda, o cartão foi descoberto por um transeunte e entregue à polícia. A polícia descobriu que Connors existia, mas que chamava -se Artie Lane. Lane morou em Los Angeles na época do assassinato de Short, contratado pela Columbia Studios para ser o "homem da manutenção", coincidentemente aquele era um dos pontos de encontro preferidos por Short. Entretanto, Dillon não poderia ser colocado na cena do crime, na verdade a polícia não sabia dizer com exatidão onde Dillon estava entre 9 e 15 de janeiro de 1947. Dillon possuía muitas conexões com pessoas importantes e pôde até evitar uma extradição, tornando a possibilidade de ocultar pistas mais fácil para ele. Entretanto, ele nunca foi acusado formalmente.
:wind_chime: ;; Joseph A. Dumais: Dumais era apenas um soldado de 29 anos que confessou o assassinato de Short, somente algumas poucas semanas após ter ocorrido. A imprensa cobriu a confissão dele rapidamente, não deixando nada escapar. Entretanto a polícia logo descartou essa possibilidade, pois Dumais estava em Fort Dix na época do assassinato. Mais uma vez, a imprensa não pôde solucionar o caso. Porém, sempre que Dumais era preso por ofensas, ele declarava abertamente que era o assassino de Short.
:wind_chime: ;; Patrick S. O'Reilly: O'Reilly era um médico que conhecia a boate de Mark Hansen, influente e possuía muitas passagens pela polícia por crimes violentos contra mulheres. Na época do assassinato, O'Reilly frequentava com frequência a boate de Hansen. Ele já havia sido condenado por agressão com arma letal por "levar sua secretária para uma noite de diversão e, sem querer, espancá-la até quase a morte, supostamente por querer ter uma noite satisfatória sem interrupções". Os arquivos da polícia indicam que O'Reilly tinha o peitoral direito removido cirurgicamente, deveras semelhante aos cortes no corpo de Short. E também, O'Reilly já foi casado com a filha de uma autoridade da polícia. A influência também era algo que ele possuía em comum com os outros suspeitos.
Todos os suspeitos tinham ligações e possuíam influências com autoridades locais, e a polícia da época era extremamente corrupta. No caso, é possível que o assassino estivesse cara a cara com a polícia, talvez até ajudando a pegar o assassino, mas tendo influência ele jamais foi acusado ou descoberto. É possível, também, que um desses principais suspeitos apresentados seja o verdadeiro assassino.
Informações pós crime:
Muitas pessoas não têm uma boa relação com os pais e podem passar a vida sem saber a verdade sobre eles.
Após a morte do pai, em 1991, o policial aposentado Steve Hodel tentou descobrir mais a respeito dele. George Hodel era um jovem talentoso que, com apenas 9 anos, já era considerado um prodígio no piano e, tendo o QI um ponto acima do de Albert Einstein, um gênio. Tanto que, aos 14 anos, seria aceito em uma faculdade. Mas a genialidade pode cobrar seu preço: sem conseguir se enturmar ou agir bem socialmente, o jovem acabou tornando-se introspectivo e entregando-se às drogas.
Com 19 anos, George mentiu sua idade para poder se tornar um repórter policial. Em seu trabalho, escrevia os relatos mais escabrosos sobre cenas de crimes ocorridos nos becos da cidade. A violência era sua maior inspiração.
Posteriormente, George se tornou um conhecido médico. Dirigindo sua própria clínica para tratamento de doenças venéreas, passou a conhecer os segredos dos magnatas dos estúdios e celebridades de Hollywood.
A aproximação com pessoas importantes e famosas fez com que o médico realizasse grandes festas, regadas a álcool e drogas, nas quais o alto escalão de Los Angeles pudesse se sentir à vontade.
A maior lembrança que Steve tinha de seu pai era de alguém rígido, que não demonstrava muitas emoções, mas, ao mesmo tempo, sabia ter o carisma e o charme necessários para inspirar admiração. Em uma busca por sua casa, o ex-policial encontrou uma fotografia tirada por seu pai. Nela, uma mulher parece posar nua.
Analisando o registro, Steve reconheceu o rosto na foto e lembrou-se imediatamente de Elizabeth Short, uma jovem que havia sido assassinada há mais de 40 anos. A realidade é que Steve ainda era uma criança quando o crime aconteceu, mas sua relevância fez com que aquele fosse um dos casos não solucionados mais famosos dos Estados Unidos.
O caso Dália Negra
Los Angeles, 15 de janeiro de 1947. O corpo de uma mulher é encontrado em um terreno baldio na Avenida Nortan. A cena é chocante: o cadáver está cortado perfeitamente ao meio. Seu rosto tem um corte de uma orelha a outra, formando um sorriso macabro. O sangue havia sido drenado e o corpo estava cuidadosamente ajeitado. A parte superior do tronco estava a 15 cm de distância das pernas. Os braços estavam erguidos em cima da cabeça, dobrados em um ângulo de 90 graus. Ela foi colocada a pouca distância da calçada para que seu corpo fosse visto.
CENA DA DESOVA
Atenção: Imagens inadequadas para menores de 18 anos e pessoas sensíveis:
https://www.amambainoticias.com.br/media/images/6973/88893//5647406fe9d14bf851eb2a65573ad18cf2f74b89abe1c.jpghttps://www.amambainoticias.com.br/media/images/6974/88894//5647408caa869195ae6c61bd557096eb3acf909d3cc6d.jpgPoliciais e curiosos olhavam incrédulos para a cena. Logo os investigadores identificariam a jovem como sendo Elizabeth Short, de 22 anos, aspirante a atriz em Hollywood. A jovem tinha a pele clara, olhos azuis e cabelos castanhos e encaracolados. Vestia-se de preto e usava uma Dália Negra presa aos cabelos enquanto passeava por Hollywood Boulevard de forma sedutora. Essas características resultariam no apelido “Dália Negra”, dado por alguns repórteres que cobriram o assassinato na época.
A autópsia revelou um trabalho cuidadoso e profissional: o corpo havia sido cortado com precisão cirúrgica, sem que nenhum dos órgãos internos fosse afetado.
Ainda sem pistas concretas sobre o assassino, a polícia passou a receber recados intrigantes: o suposto criminoso enviou a bolsa da vítima e cartões postais enigmáticos. No decorrer dos meses seguintes, os jornais receberam várias mensagens do criminoso provocando a imprensa sobre sua identidade. Psiquiatras forenses envolvidos no caso observaram um padrão nesse tipo de crime sem solução: o indivíduo está desesperado por reconhecimento, por isso tem a necessidade de se comunicar com o público para receber crédito pelo que fez.
O esquartejamento misterioso transformou a jovem, que sonhava com o sucesso, em uma celebridade. Livros e filmes foram inspirados pelo caso, fazendo com que Elizabeth ganhasse uma legião de fãs em busca de mais detalhes sobre o crime.
Este fato mexeu tanto com a vida de Hollywood que até mesmo o lendário diretor de cinema Orson Welles foi investigado. Apesar da agitação em torno do crime, a polícia de Los Angeles não conseguiu desvendar o assassinato.
Uma nova investigação
Após encontrar a foto de Elizabeth Short entre os pertences de seu pai, Steve resolveu estudar o caso. Para ele, a natureza da morte de Elizabeth Short revela muito sobre o tipo de pessoa capaz de cometer um crime assim. Foi uma tortura terrível, que perdurou por umas duas ou três horas.
Já havia sido constatado que o assassino era um exímio cirurgião e, analisando os registros de seu pai na faculdade, Steve descobriu que George tinha em seu currículo mais de 7 mil horas de cirurgia, tornando-o um cirurgião altamente qualificado. Steve viu também a personalidade do pai nos postais anônimos mandados à polícia e aos jornais. As frases eram manchetes, coisas de quem conhecia o jornalismo, e seu pai já havia atuado na área.
Além disso, Steve acreditava que George e Elizabeth tiveram um caso amoroso. Todas essas revelações mudariam para sempre a visão que ele tinha de seu pai.
Entretanto, ainda faltava a peça final. A paixão de George pela arte surrealista foi o que convenceu Steve de que seu pai era o autor do crime. O fotógrafo e pintor surrealista Man Ray e George tornaram-se amigos. Ambos partilhavam o gosto pelo sexo não convencional e a dominação de mulheres. Sendo assim, Man Ray exerceu uma influência enorme em George, tornando-se uma espécie de mentor do médico.
Analisando as fotos do crime, Steve ficou intrigado com a posição em que o corpo foi encontrado. O assassino queria dizer algo?
As fotografias de Man Ray exibiam imagens de decapitações e corpos segmentados. Seu trabalho mais famoso, “O Minotauro”, mostra o tronco de uma mulher com os braços para cima, representando os chifres de um touro. Na mitologia grega, o Minotauro era um ser meio homem meio touro que vivia em um labirinto de Creta e devorava jovens donzelas. Teria essa obra influenciado o crime?
Steve estudou o ocorrido e as novas pistas por sete anos antes de apresentá-las às autoridades. Com o caso encerrado há muito tempo e o suspeito já morto, a promotoria resolveu não reabrir.
Depois de sua denúncia, Steve revela que os relatórios foram retirados do departamento de Polícia de Los Angeles e desapareceram. Além de todas as transcrições de depoimentos e informações sobre George Hodel terem sumido, nada restou também das provas materiais. A polícia de Los Angeles não soube dar explicações e se limitou a responder que "essas coisas acontecem".
Mesmo após essa grande decepção, Steve não desistiu e teve acesso aos arquivos secretos da polícia. Em suas investigações, ele teve a chocante revelação de que, há 50 anos, a polícia de Los Angeles havia chegado à mesma conclusão: George Hodel era o principal suspeito do caso.
Mas a realidade poderia ser ainda pior do que tudo que Steve já havia descoberto: Elizabeth poderia não ter sido a única vítima de seu pai.
O Assassino do Batom
Em 1946, a polícia de Chicago acreditava que havia resolvido um crime e prendido o Assassino do Batom. Aos 17 anos de idade, William Heirens foi capturado pelos assassinatos de duas mulheres e pelo esquartejamento de uma criança de 6 anos.
O caso ganhou notoriedade após os policiais encontrarem um recado escrito com batom na cena de um crime que dizia: “Pelo amor de Deus, me apanhem antes que eu mate mais, não consigo me controlar".
O ocorrido com Suzanne Degnan, a criança assassinada, tinha uma particularidade curiosa que a ligava ao crime de Elizabeth Short: ambas as vítimas foram cortadas por alguém com a perícia de um cirurgião; os dois corpos foram divididos pela metade entre a 2º e a 3º vértebras lombares.
William era apenas um jovem batedor de carteiras que foi pego em um assalto malsucedido. Seria ele capaz de cometer um crime com tal precisão? Durante o tempo em que ficou preso, 66 dos seus 83 anos de idade, William sempre negou a autoria dos crimes.
Antes de sua morte, em 2012, William afirmou ter sido torturado, privado de comida e água e ter recebido doses do “soro da verdade” – composto de drogas que, erroneamente, acreditava-se fazer com que os suspeitos falassem a verdade. Disse ainda que só confessou os assassinatos para ter a chance de ir a julgamento e provar sua inocência, já que a polícia o ameaçava com a pena de morte. Porém, toda a pressão da imprensa e da sociedade por uma resposta fez com que o jovem fosse imediatamente condenado à prisão perpétua, sem chance de defesa.
Há ainda outra coincidência macabra: o corpo de Elizabeth foi encontrado na Avenida Nortan e uma das vias adjacentes a ela chama-se Degnan Bolevard. Degnan era o sobrenome da menina esquartejada em Chicago. Seria um recado à polícia?
Após a exposição dos fatos, muitos acreditam que George foi também o responsável pelos crimes cometidos pelo “Assassino do Batom” e que sua influência em meio a pessoas importantes de Hollywood fez com que ele se livrasse de acusações.
Se essa for a versão verdadeira, William pagou com a vida um crime que nunca cometeu.
Fontes:
https://www.amambainoticias.com.br/geral/ao-tentar-saber-mais-sobre-o-pai-homem-desvenda-crime-famosoMais fotos:
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