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Pobre ganha 1/10 de gasto com armasANTÔNIO GOISDA SUCURSAL DO RIO Para cada dólar gasto em ajuda para o desenvolvimento de países pobres, os 30 países-membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) gastam dez em atividades militares. O dado consta do Relatório do Desenvolvimento Humano 2005, divulgado recentemente pela ONU.Citando dados da OCDE e do Banco Mundial, o relatório mostra que o gasto militar após os atentados terroristas do 11 de Setembro aumentou 25%, passando de US$ 524 bilhões em 2000 para US$ 642 bilhões em 2003.O valor que esses 30 países desenvolvidos destinaram à ajuda internacional, de US$ 69 bilhões, representa apenas 10,7% desses US$ 642 bilhões em gastos militares. O relatório mostra ainda que nos EUA essa relação é ainda mais desproporcional: o governo americano gasta apenas 1% de seu orçamento com ajuda internacional e 25% em atividades militares.Os países que mais fizeram doações em 2003, em proporção ao total de gastos governamentais, foram Noruega (4,1% dos gastos), Luxemburgo (3,9%) e Suíça (3,5%), ou seja, nações que, apesar do alto nível de desenvolvimento humano, têm pouco peso isoladamente na economia mundial. O relatório destaca ainda que em todos os países do G7 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo) os gastos com ajuda não chegam nem a 25% do total de gastos militares."Num mundo em que os próprios governos dos países desenvolvidos reconhecem cada vez mais o vínculo entre ameaças à segurança e a pobreza mundial, esta relação de dez para um não faz sentido. O montante que os países desenvolvidos destinam à luta contra a Aids (que mata 3 milhões de pessoas por ano) representa somente três dias de gastos com armamento", diz o relatório.Apesar das críticas, o documento não deixa de admitir que parte desses gastos militares é necessária: "Nada disso diminui as ameaças bastante reais à segurança que devem enfrentar esses governos, que vão desde a proliferação de armas nucleares até o terrorismo internacional. No entanto, é legítimo perguntar se o aperfeiçoamento militar é a resposta mais eficiente".Para Lena Lavinas, professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, as críticas ao excesso de gastos militares também devem ser feitas à atuação da ONU: "Neste ano, a ONU gastará mais mantendo seus capacetes azuis do que o mundo desenvolvido vai mandar para a África. Ainda estamos olhando a ajuda de um ponto de vista militarizado". Para ela, o enfraquecimento da capacidade da ONU de liderar a discussão dificulta o processo. Lavinas disse ainda que dificilmente haverá sucesso em qualquer estratégia de obter recursos para a África sem a participação dos EUA -dono do maior PIB do mundo.Segundo relatório do Índice de Desenvolvimento Humano divulgado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) há duas semanas, muitos países pobres apresentam pior desenvolvimento humano hoje que no início da pesquisa, em 1990, em decorrência do aumento da Aids e do empobrecimento.
Legal. É isso mesmo. O dinheiro é deles e eles dão para os pobres o quanto quiserem e se quiserem. Os pobres que reduzam suas taxas de reprodução e vão conseguir o seu próprio dinheiro de maneira honesta.