Promotor pede habeas corpus para libertar chimpanzé
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A Promotoria do Meio Ambiente da Bahia (BA) entrou nesta segunda-feira com um pedido de habeas corpus em favor da chimpanzé "Suíça" que há dez anos está "presa" numa jaula do Jardim Zoológico da capital baiana. Assinado pelo promotor Eron Santana e subscrito por cinco professores de Direito de quatro universidades da cidade, além de representantes de ONGs ambientalistas, o pedido tem o objetivo de libertar "Suíça" para que ela possa ser transferida para o santuário de primatas da cidade paulista de Sorocaba, no interior de São Paulo (SP). Os biólogos de lá já se comprometeram em receber o macaco.
17:40 19/09
Santana argumenta que a ciência mostrou que o chimpanzé tem 99,6% de genes do homem. "É um parente próximo do ser humano, tem capacidade de raciocínio e sensibilidade semelhante, então é uma pessoa que não pode permanecer presa", disse o promotor.
Ele não teme que o caso seja comparado com o do ex-ministro do Trabalho do governo Collor de Mello, Rogério Magri, que, ao ser flagrado usando carro oficial para transportar sua cadela ao veterinário, declarou que o "cachorro era uma ser humano". Para Santana, Magri estava certo ao dar socorro ao animal. "O único erro foi ter usado um carro oficial", disse.
Ele lembra que a ação tem semelhança com a estratégia do advogado do comunista Luiz Carlos Prestes na ditadura Getúlio Vargas, que avocou a Lei de Proteção dos Animais para pedir tratamento idêntico ao seu cliente que sofria torturas na prisão. "Nós estamos usando a defesa dos Direitos Humanos para defender a chimpanzé", observou.
Conforme Santana, o macho do casal de chimpanzés do zôo de Salvador morreu de câncer causado, segundo ele, pela depressão. "A fêmea também está sofrendo psicologicamente pela sua condição de prisioneira e é por isso que precisamos libertá-la", disse.
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