Carta do leitor que defende o design inteligente
Ele apresenta o artigo de um geneticista da Universidade de Chicago, EUA
Mensagem de Enézio E. de Almeida Filho:
A Biologia do século 21: a teoria do Design Inteligente como referencial teórico?
James A. Shapiro, PhD, é geneticista evolucionista na Universidade de Chicago. [1]
O Boston Review de Fev/Mar 1977 publicou seu artigo intitulado no site como "The Third Way" [A Terceira Via]:
http://www.bostonreview.net/br22.1/shapiro.html Os artigos que Shapiro vem escrevendo há uma década sobre a evolução e o genoma soam muito diferente do atual consenso científico sobre a atual teoria da evolução [neodarwinismo].
Ele está substituindo a "seleção natural" por "engenharia genética natural." Ele discorda de Jacques Monod sobre o acaso -- mutação aleatória -- como sendo a máquina de toda a variação.
Além disso, há muito tempo ele já discordava dos 38 laureados com o Nobel que, recentemente, em carta [ciência agora é feita por meio de manifestos?] encabeçada por Wiesel explicaram que a evolução "é compreendida como sendo o resultado de um processo não guiado, não planejado de variação randômica e seleção natural".
media.ljworld.com/pdf/2005/09/15/nobel_letter.pdf
Shapiro está dizendo que a mudança evolutiva não é feita pela "mutação aleatória e a seleção natural", mas antes por "reorganizações genômicas amplas não aleatórias resultando em novas arquiteturas do sistema genômico" com "as células participando ativamente na engenharia de seu DNA". Assim, o processo teria objetivo e seria guiado.
Como Darwin, eu me sinto aqui como se estivesse cometendo um brutal assassinato... Por quem ou o quê? Segundo Shapiro, pela célula. A célula é que seria o engenheiro -- um "engenheiro natural".
A TDI é uma ciência de detecção de design. O design é "um padrão de eventos dispostos por uma mente ou qualquer forma de inteligência".
A inteligência descrita por Shapiro parece encaixar bem com a idéia de "alguma forma de inteligência". A TDI se encaixa nesses parâmetros de "causa natural" em vez de uma causa sobrenatural como nossos críticos sempre evocam e atribuem como sendo nossa base epistêmica.
Shapiro parece estar afirmando -- a célula é uma entidade autônoma inteligente que tem a capacidade, como engenheiros humanos, de se envolver em tomadas de decisão:
"Isto é uma crescente percepção -- as células têm redes de computação molecular que processam informação sobre operações internas e sobre o ambiente externo para tomarem decisões controlando o crescimento, o movimento e a diferenciação".
Shapiro compara a perspectiva sobre as questões conceituais do século 20 com a nova perspectiva do século 21:
1. Perspectiva científica dominante: "Reducionismo", agora é "Sistemas complexos". A tese da 'complexidade irredutível' de Behe vem à mente. Como explicar esses 'sistemas complexos' mediante o processo evolutivo gradual darwinista? A idéia de que sistemas biológicos complexos podem evoluir através de uma série de eventos simples, aleatórios e graduais não é mais aceito universalmente entre os biólogos. (LIDDINGTON and BANKSTON, 2005).
2. Modo fundamental da operação biológica: "mecânica", agora é "cibernética". Aqui não dá para se deixar de mencionar a necessidade de se considerar seriamente a 'informação complexa especificada' de Dembski e o seu 'filtro explanatório'.
3. Foco central da teoria hereditária: "os genes como unidades de herança", agora é "os genomas como sistemas de informação interativos".
4. A metáfora da organização do genoma: "contas num colar", agora é "Sistema operacional de computador". Bill Gates afirmou certa vez que o DNA é muito mais complexo do que qualquer software operacional já desenvolvido. A biologia está se mostrando, inegavelmente uma 'ciência de informação complexa especificada' que precisa de uma nova abordagem.
5. Fontes de novidade herdada: "mutações localizadas alterando um gene de cada vez devido a ações físico-químicas ou erros de replicação", agora é "Modificação epigenética e reorganização de subsistemas genômicos por funções de engenharia genética natural" internas.
6. Processos evolutivos: "Conhecimentos de mutação aleatória e seleção natural de pequenos aumentos na adaptação; as células são passivas", agora é "Reorganizações amplas do genoma, induzidas pela crise, não aleatória resultando em novas arquiteturas do sistema do genoma; as células participam ativamente da engenharia do seu DNA"
Estes mesmos argumentos são encontrados no seu último artigo: "A 21st century view of evolution: genome system architecture, repetitive DNA, and natural genetic engineering." [Gene 345 (2005) 91-100]
Shapiro concluiu que a visão da evolução do século 21 é uma baseada nas descobertas sobre a arquitetura do sistema do genoma e da engenharia genética natural, e agora está sendo possível formular uma série de conceitos básicos que nos levam a considerar a evolução como algo parecido a um processo de engenharia de sistemas:
- Os genomes são formatados por elementos repetitivos e organizados hierarquicamente para armazenamento de informação múltipla e funções de transmissão.
- Os principais passos evolutivos ocorrem por organizações do DNA realizados por sofisticados sistemas de engenharia genética celular natural operando não aleatoriamente.
- As mudanças evolutivas significantes podem resultar da alteração dos elementos repetitivos formatando a arquitetura do sistema do genoma, e não apenas alterando a proteína e as seqüências de codificação de RNA.
- A regulação celular das atividades de engenharia genética natural faz a mudança evolutiva ser sensível aos inputs biológicos com respeito ao tempo e o local das organizações do DNA.
"Essas idéias básicas sobre o papel da engenharia genética natural regulada pela célula da arquitetura do sistema do genoma tem implicações para o que nós pensamos a respeito do processo evolutivo, e artigos anteriores discutiram algumas dessas idéias [Shapiro, 1999, 2002a; Shapiro and Sternberg, 2005]".
Qual será o melhor referencial teórico para a Biologia do século 21? O neodarwinismo já não serve mais porque há muitos anos vem funcionando de modo epistêmicamente insuficiente como paradigma para explicar a diversidade e complexidade bióticas.
A teoria do Design Inteligente apresenta-se como forte candidata para ser o referencial teórico da Biologia do século 21. Há uma década seus teóricos e proponentes vêm apontando esses novos horizontes para explicar a origem e a evolução da diversidade e complexidade biótica.
Nota:
[1] Há três décadas sua pesquisa analisou como que os elementos genéticos móveis reorganizam o genoma bacteriano e como os circuitos de controle celular regulam as atividades desses sistemas de engenharia genética natural. Além disso, ele pesquisa os processos de auto-organização multicelular quando as populações bacterianas se tornam colônias.
Bibliografia:
Liddington, Robert and Bankston, Laurie. Abstract of "Structural biology: Origins of chemical biodefence", Nature 437, 484-485, 22 September 2005.
Shapiro, Albert R., 1999. "The Third Way" [A Terceira Via]:
http://www.bostonreview.net/br22.1/shapiro.html ________, 2002a.
________, 2005. "A 21st century view of evolution: genome system architecture, repetitive DNA, and natural genetic engineering", Gene 345 (2005) 91-100.
Shapiro, Albert R. and Sternberg, Richard von "How repeated retroelements format genome function", in Cytogenetic and Genome Research 2005; 110:108-116. content.karger.com/produktedb/produkte.asp?typ=fulltext&file=CGR20051101_4108
________, "Why repetitive DNA is essential to genome function", in Biological Reviews, Volume 80, Issue 02, May 2005, pp. 227-250. Abstract in journals.cambridge.org/action/displayIssue?jid=BRE&volumeId=80&issueID=02#