Igreja permitirá padres gays, desde que celibatáriosPor Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Vaticano permitirá que homossexuais sejam padres, desde que eles comprovem que estão se mantendo celibatários por pelo menos três anos, afirmou na sexta-feira o jornal italiano Corriere della Sera.
Mas o jornal afirmou que o Vaticano vai barrar os homens que "manifestarem publicamente seu homossexualismo" ou demonstrarem "uma atração muito forte" pela cultura homossexual, "mesmo que apenas no âmbito intelectual".
As opiniões do Vaticano sobre os padres gays constam de um documento secreto de 16 páginas, que deve ser divulgado no mês que vem.
O documento, uma "instrução" da Congregação para a Educação Católica do Vaticano, trata de um dos assuntos mais sensíveis à Igreja Católica.
Não foi possível entrar em contato com integrantes da congregação ou da assessoria de imprensa do Vaticano para um comentário imediato sobre a notícia.
A reportagem do jornal afirma: "Candidatos que demonstrarem uma tendência homossexual não serão aceitos como padres, a menos que possam provar que permanecem castos há pelo menos três anos."
Segundo informações da imprensa publicadas no mês passado, principalmente nos Estados Unidos, o documento proibiria todos os gays de exercer o sacerdócio, mesmo os celibatários.
As reportagens causaram preocupação entre a comunidade católica, já que muitos homens bons poderiam ser excluídos pela proibição total.
A Igreja afirma que, embora o homossexualismo não seja pecado, os atos homossexuais são. Além disso, todos os padres, sejam homossexuais ou heterossexuais, têm de permanecer celibatários.
Tanto o Corriere como a revista semanal Panorama afirmaram na sexta-feira que o papa Bento 16 aprovou o documento.
A Panorama disse que a divulgação será acompanhada por uma explicação por escrito, elaborada por um "psicólogo de reconhecimento internacional".
No livro "A Face Mutante do Sacerdócio", o padre Donald Cozzens estima que cerca de 40 por cento dos padres norte-americanos sejam gays, mas apenas uma pequena minoria pratica o homossexualismo.
A reportagem do Corriere, assinada pelo respeitado correspondente para questões religiosas Luigi Accattoli, afirmou que o período de teste para o celibato seriam os três últimos anos de estudos no seminário. Accattoli disse que baseou seu texto em "indiscrições verbais".
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Fonte:
UOL Notícias