da BBC BrasilCientistas britânicos vão estudar como certos animais, tais como sapos e lagartixas, conseguem recriar seus membros amputados para ver se é possível ajudar as pessoas a curar um ferimento sem seqüelas.
O estudo recebeu uma verba equivalente a US$ 17,5 milhões de uma parceria de 25 anos da Healing Foundation com a Universidade de Manchester, no norte da Inglaterra.
Nas lagartixas, a chave está em um grupo de células que têm a habilidade de se organizar e formar uma nova pata ou cauda em menos de um mês, disse Enrique Amaya, que vai liderar o projeto.
"Pode-se cortar [uma pata da lagartixa] tantas vezes quantas se desejar que ela vai continuar se regenerando", disse Amaya.
Embriões humanos no útero, quando operados antes do sexto mês de gestação, têm o ferimento cicatrizado sem deixar vestígio, mas esta habilidade é perdida depois, e o mesmo ocorre com embriões de sapos, explicou o especialista.
Amaya acredita que, como os seres humanos têm 85% dos genes semelhantes aos dos anfíbios, provavelmente os adultos têm, de forma dormente, genes que poderiam continuar a desempenhar um papel nesse processo.
Ao identificar estes genes, o especialista e sua equipe querem desenvolver remédios e tratamentos para encorajar uma cicatrização sem seqüelas.
A regeneração de membros inteiros em seres humanos é uma possibilidade mais distante, diz Amaya.
Gus McGrouther, diretor de pesquisa de cirurgia plástica e reconstrutiva da Universidade de Manchester, disse que o estudo da regeneração de tecidos é o próximo passo para ajudar as pessoas afetadas por desfiguramento.
"É tudo uma questão de dinheiro, recursos e pesquisa. Vai acabar acontecendo", disse ele.
Folha