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Rhyan

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Referendo esquenta procura por balas e armas em São Paulo
« Online: 12 de Outubro de 2005, 14:33:22 »
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12/10/2005 - 08h10
Referendo esquenta procura por balas e armas em São Paulo


Por Marcos de Moura e Souza

SÃO PAULO (Reuters) - A menos de duas semanas de sua realização, o referendo sobre armas de fogo já provocou um efeito direto nas lojas especializadas e armamento e munição. A procura por balas de revólveres e pistolas, em especial, tem até reduzido os estoques de algumas lojas, segundo os comerciantes.

Nos últimos meses, a Polícia Federal também registrou uma elevação acentuada no número de registros, recadastramentos e transferências de armas. De maio a agosto, este número triplicou. A explicação de lojistas e policiais é uma só: com a perspectiva de que o referendo proíba o comércio de armas e munição, muitas pessoas têm procurado formar uma reserva de projéteis em casa ou adquirir uma arma antes que isso seja vetado por lei.

Segundo os comerciantes, muitos clientes têm comprado 50 balas de uma só vez -- quantidade máxima que cada proprietário de arma pode adquirir ao longo de um ano. Até então, a maior parte das vendas nas lojas de São Paulo era de embalagens com apenas seis ou dez unidades.

"As pessoas compravam aos poucos. Agora não, estão comprando toda a cota do ano", disse à Reuters, Helena Rodrigues, vendedora de uma das mais tradicionais lojas de armas de São Paulo, a Ao Gaúcho, fundada há 80 anos.

"Todos estão muito preocupados e querem ter a sua reservinha (de balas) em casa", acrescentou ela. "Os modelos mais baratos de munição eu já nem tenho mais." A loja decidiu não renovar seus estoques para não correr o risco de ficar com a mercadoria na mão sem poder comercializá-la, caso o referendo aprove a proibição da venda.

"As pessoas que têm armas legais não querem ficar com elas inutilizadas em casa. Hoje estão comprando as 50 balas de uma vez", confirmou o gerente de outra loja, a Casa Sperati, Wanderley Ivan.

No dia 23 de outubro, os brasileiros vão responder nas urnas se "o comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no país". As últimas pesquisas mostram que o "sim" deve ser a opção de uma ampla maioria dos eleitores.

Embora a maior parte dos lojistas ouvidos pela Reuters diga que não tem havido uma procura tão grande por armas, balanço do Senarm, serviço da Polícia Federal encarregado pela documentação das armas em mãos de civis, diz que em maio chegaram ao setor um total de 647 pedidos de registro de novas armas, recadastramentos da licença e de transferências no Estado de São Paulo. Em agosto, este número saltou para 2.092.

A assessoria de imprensa da PF informou à Reuters que a maioria dos pedidos recentes se refere a registros de armas novas.

As balas mais vendidas nas lojas de São Paulo, são as de revólveres 38 e pistolas automáticas 380. Os preços dos pacotes com dez unidades variam em média de 30 reais a 50 reais.

"Por conta do referendo, eu comprei uma caixa de 50 unidades. Minha próxima troca de munição seria só daqui a quatro meses. Mas antecipei a compra", disse o advogado Paulo Cremonesi, 42, dono de uma pistola semi-automática 380.

Para continuar comprando balas depois de uma eventual aprovação do referendo, Cremonesi já deu entrada em solicitações de registros de colecionador e atirador esportivo -- duas categorias que terão direito a adquirir munição.

O neurocirurgião Douglas Ramos, 48, disse que vai seguir o exemplo do advogado. "Vou comprar a cota permitida de balas. Caso contrário, eu serei um criminoso comprando munição no mercado negro (se o referendo aprovar a proibição) e isso eu não vou fazer", afirmou o médico, que também possui uma pistola 380.

A proprietária de outra loja especializada em armas, a Interarmas, Vera Ratti, que tem entre seus clientes Cremonesi e Ramos, também passou a vender mais balas nas últimas semanas, mas disse que a venda de armas vem caindo desde 1997, quando foi aprovada uma lei que já restringia o comércio.

"Depois de 2003 as vendas caíram ainda mais e tivemos de demitir 12 funcionários", lembra ela, referindo-se ao ano em que o Estatuto do Desarmamento foi aprovado, impondo novas restrições. "Nas últimas semanas, de cada 50 clientes que compram balas, um compra arma", disse ela.

Caso o "sim" seja aprovado, Vera não tem dúvidas do que vai acontecer com sua empresa e com as demais lojas.

"Vou fechar as portas. Noventa e cinco por cento da minha receita depende das armas e munição", afirmou Vera, acrescentando que o setor deve demitir 83 mil pessoas empregadas hoje diretamente em lojas especializadas e em estandes de tiro.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/2005/10/12/ult27u51712.jhtm

Offline Buckaroo Banzai

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Re.: Referendo esquenta procura por balas e armas em São Pau
« Resposta #1 Online: 12 de Outubro de 2005, 15:08:39 »
agora sim que é um bom momento para roubar casas atrás de munição!.....

duplo tiro no pé..... primeiro, apenas a possibilidade futura da proibição fez aumentar as vendas.... depois, se realmente proibido, vai aumentar a demanda do mercado ilegal, com o aumento dos preços e etc...  :?

E não acho que o mercado ilegal se importe em ter compradores restritos entre cidadões que só querem se proteger dos bandidos, logo a estrutura que eles vão montar para aproveitar o nicho vai servir às duas partes...

Offline Buckaroo Banzai

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Re.: Referendo esquenta procura por balas e armas em São Pau
« Resposta #2 Online: 12 de Outubro de 2005, 15:13:19 »
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"Por conta do referendo, eu comprei uma caixa de 50 unidades. Minha próxima troca de munição seria só daqui a quatro meses. Mas antecipei a compra", disse o advogado Paulo Cremonesi, 42, dono de uma pistola semi-automática 380.

 :shock:
pelas barbas de Darwin!
..... como o cara gasta tanta munição? Como ele prevê a troca de munição? Só sendo atirador esportivo, eu acho.... se fosse para ficar em casa, acho que uma muniçãozinha ficava guardada um tempão, não?  :o


Como é isso de atirar por esporte? As armas ficam nos clubes ou com as pessoas? SErá que se essas armas tem a possibilidade de serem usadas como defesa, vamos ver também notícias de aumento de associações em clubes de tiro?

Offline Carlos Capuchinho

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Re.: Referendo esquenta procura por balas e armas em São Pau
« Resposta #3 Online: 18 de Outubro de 2005, 20:38:24 »
Com as restrições do estatuto, procura por associações esportivas subiu até 70%; filiação permite registro de uma arma

Clube de tiro vira "brecha" para manter arma
LAURA CAPRIGLIONE
DA REPORTAGEM LOCAL


Fortemente alinhados com o "não" no referendo sobre a comercialização de armas e munições que se realizará no próximo domingo, os clubes de tiro esportivo já têm o que comemorar. Nos últimos dois meses, experimentaram um crescimento de até 70% no número de associados.
A reportagem da Folha perguntou a 30 clubes de tiro filiados a seis diferentes federações esportivas se a proximidade do referendo aumentou ou diminuiu o quadro de associados de cada um. Com a condição de não serem identificados, todos admitiram o aumento de demanda, com as taxas de crescimento declaradas oscilando entre o mínimo de 15% e o máximo de 70%.

O fenômeno foi detectado pelo chefe do Serviço Nacional de Armas da Polícia Federal, Fernando Queiroz Segovia Oliveira. Desde a aprovação do Estatuto do Desarmamento, em dezembro de 2003, o delegado percorre o país, esclarecendo universidades, ONGs, advogados e juízes a respeito da linha de atuação da PF.

Em um dos debates de que participou, Segovia ouviu de um defensor do "não" no referendo o seguinte comentário: "Se o estatuto restringe assim as possibilidades de compra, posse e porte de armas, a única saída vai ser abrir um clube de tiro". Desde então, o policial defende uma regulamentação draconiana das associações.

A explicação para a maior procura pelos clubes de tiro está no próprio Estatuto do Desarmamento, artigo 4º, que diz: "Para adquirir arma de fogo de uso permitido, o interessado deverá (...) declarar a efetiva necessidade". Pois bem: se não for policial ou segurança, se não estiver ameaçado de morte, uma das poucas brechas para provar a tal "efetiva necessidade" é, por exemplo, sendo praticante de tiro esportivo.
"Ter a própria arma é quase uma condição para o atleta competitivo. É como o músico, que precisa ter o seu próprio instrumento", diz o diretor administrativo da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, Paulo Antônio Guedes de Lima e Silva, 63.

Não é capricho. Duas armas de igual calibre podem ter características ergonômicas muito diferentes. A coronha adequada a uma pessoa de mãos grandes, por exemplo, pode ser incompatível com um atirador franzino.

Ouro olímpico

O tiro foi a modalidade esportiva que deu as três primeiras medalhas olímpicas ao Brasil. Foi em 1920, nos jogos de Antuérpia, quando a pistola de tiro rápido de Guilherme Paraense ganhou o ouro, a pistola livre trouxe a prata e a pistola livre por equipe, o bronze. É uma das modalidades esportivas mais enraizadas no Brasil, com 21 federações estaduais, 150 clubes federados e 556 instrutores credenciados.
"Acho preocupante. O tiro é um esporte muito sério, que pode ser desvirtuado por causa da adesão oportunista de pessoas interessadas só em garantir um bom álibi para possuir uma arma", diz o advogado David Rechulski, 38, ex-atleta de tiro, esporte que começou a praticar como terapia antiestresse, depois da morte do pai.

Com R$ 300 e cinco horas de aula, um candidato a praticante pode fazer o "practical shooting method", PSM, o curso de iniciação.
Comparando: um curso de mergulho básico exige 20 horas de aulas, o de formação de motorista, 30 horas-aula. No final das aulas, o candidato a atirador esportivo recebe o diploma, reconhecido pela Federação Paulista de Tiro Esportivo. Já pode se associar ao clube e se filiar à federação
“A idéia de que Deus é um gigante barbudo de pele branca sentado no céu é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que regem o Universo, então claramente existe um Deus. Só que Ele é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade!”
Carl Sagan

Nigh†mare

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Re.: Referendo esquenta procura por balas e armas em São Pau
« Resposta #4 Online: 18 de Outubro de 2005, 20:55:33 »
Gente doida...

 

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