Autor Tópico: Estrelas gigantes nascem perto do buraco negro da Via Láctea  (Lida 455 vezes)

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Offline Diego

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Estrelas gigantes nascem perto do buraco negro da Via Láctea
« Online: 13 de Outubro de 2005, 17:08:08 »
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Dezenas de estrelas gigantescas, destinadas a uma vida curta, mas cheia de brilho, nasceram a menos de um ano-luz de distância do buraco negro central da Via Láctea, um dos ambientes mais hostis de nossa galáxia, disseram astrônomos hoje.

Numa analogia terráquea, seria como instalar uma maternidade bem ao lado de um vulcão ativo. Mas os pesquisadores que usam o Observatório Chandra de raios-X e outros instrumentos acreditam que haja uma zona segura em torno dos buracos negros, um grande anel de poeira onde as estrelas podem se formar. Os buracos negros, incluindo aquele que fica no centro de nossa galáxia, são enormes sugadores de matéria, com um empuxo gravitacional tão forte ao qual nada, nem a luz, consegue escapar.

Essas jovens estrelas estão à distância mínima que lhes permite orbitar em volta do buraco negro, assim como os planetas orbitam em torno do Sol, segundo Sergei
Nayakshin, da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha. A menos de um ano-luz de distância, as 50 ou 100 jovens estrelas estão bem perto do buraco negro, mas não perto o bastante para ser sugadas, afirmou Nayakshin, numa entrevista por telefone.

Um ano-luz é o equivalente a cerca de 10 trilhões de quilômetros, a distância que a luz percorre em um ano. A Terra fica a cerca de 26 mil anos-luz do centro da galáxia, onde está o buraco negro. A área de poeira que abriga essas estrelas impossibilita que elas sejam vistas com microscópios ópticos, mas o Observatório Chandra, que está em órbita, conseguiu detectá-las pelos raios-X que elas emitem. Estrelas menores também foram encontradas. Cada uma das jovens estrelas tem uma massa equivalente a 30 a 50 vezes a massa do Sol, afirmou Nayakshin.

Quanto maior a estrela, mais ela brilha. Uma estrela com 50 vezes a massa do Sol brilharia como 100 mil sóis, afirmou Nayakshin. Ao longo dos próximos cerca de 5 milhões de anos - um piscar de olhos em termos astronômicos -, essas grandes estrelas devem perder 80 por cento de sua massa e explodir como supernovas, transformando-se em buracos negros menores em torno do grande buraco negro do centro da galáxia. Ao contrário do Sol, que queima de forma lenta, essas estrelas enormes morrem rápido.

"Elas têm uma vida curta, porque são luminosas demais, usam toda sua energia de uma vez", disse Nayakshin. Ele é co-autor de um estudo que será publicado na próxima edição da Monthly Notices, da Sociedade Astronômica Real. A descoberta também contradiz a tese de que as estrelas maciças se formam em outros lugares da galáxia e migram na direção do buraco negro, afirmou. E a pesquisa pode ajudar na compreensão do surgimento de estrelas tão grandes e raras como essas.

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI707266-EI302,00.html
 

 

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