Autor Tópico: Vírus da gripe aviária achado na Romênia é o mais mortal  (Lida 564 vezes)

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APODman

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Vírus da gripe aviária achado na Romênia é o mais mortal
« Online: 15 de Outubro de 2005, 14:44:26 »
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Vírus da gripe aviária achado na Romênia é o mais mortal

A presença do vírus H5N1 foi confirmada em duas amostras de aves mortas em Ceamurlia de Jos, onde desde a noite de ontem todas as aves, de um total de quase 45 mil, estão sendo sacrificadas.

Bucareste - O foco de gripe aviária encontrado na Romênia é do tipo H5N1, o mais patógeno (capaz de produzir doenças) e mortal, que matou mais de 60 pessoas desde a sua aparição na Ásia, em 2003, informou hoje o ministro de Agricultura romeno, Gheorghe Flutur, que recebeu a informação por telefone do laboratório Weybridge, do Reino Unido, o qual analisou a amostra enviada ontem da Romênia.

"Confirmaram há uma hora que se trata do H5N1", disse Flutur em declarações à imprensa. De acordo com ele, o laboratório Weybridge, autorizado para estudar casos de gripe aviária, ainda vai estabelecer o grau patógeno do vírus.

Medidas imediatas

O ministro afirmou que reuniu em caráter de urgência o comitê de crise dirigido por ele para estabelecer as medidas imediatas que serão tomadas tanto para a determinar extensão do foco quanto para prevenir a infecção de seres humanos.

"A população não deve entrar em pânico", disse o ministro, que advertiu que as pessoas devem respeitar as indicações das autoridades, se vacinar contra a gripe comum, respeitar as regras de higiene, preparar a carne de ave a mais de 70 graus e não comer a que não for controlada. Flutur disse que uma das primeiras medidas será isolar toda a província de Dobruja, no sudeste da Romênia, onde fica o delta do rio Danúbio.


Infecção em seres humanos

Vlad Iliescu, secretário de estado no Ministério da Saúde, informou que por enquanto não há "nem sequer um mínimo indício de infecção nos seres humanos". Ele também garantiu que todas as pessoas da categoria de grande risco estão sendo permanentemente controladas.

Segundo ele, a equipe que manipulou as aves doentes e a população do delta já foram vacinadas e foram disponibilizados milhares de doses de antivirais importados.

"Agimos respeitando exatamente as recomendações da Organização Mundial da Saúde" (OMS), disse Iliescu, que acrescentou que na próxima segunda-feira é esperada a chegada a Bucareste de especialistas da OMS para determinar junto com as autoridades romenas uma estratégia de preservação da saúde dos seres humanos.

Confirmação do vírus

A presença do vírus H5N1 foi confirmada em duas amostras de aves mortas em Ceamurlia de Jos, onde desde a noite de ontem todas as aves, de um total de quase 45 mil, estão sendo sacrificadas. O laboratório do Instituto de Diagnoses e Saúde Animal também detectou ontem o vírus H5 em duas aves de Maliuc, a cerca de 100 quilômetros de Ceamurlia de Jos, com o que é confirmada a extensão da doença além do que se suspeitava. No entanto, ainda não se sabe as se aves de Maliuc morreram por causa da variante N1, que também foi detectada na Turquia. Na noite de ontem, foi decretada uma quarentena e começou o sacrifício das aves em Maliuc.

Uma das causas apontadas pelos especialistas romenos e pelos epidemiologistas europeus que analisaram a situação no delta é o costume da população local de criar milhares de aves parcialmente livres, soltas nos canais e nos lagos, onde entram em contato com as aves migratórias. Milhões de aves migratórias passam o inverno no delta do Danúbio e centenas de milhares vêm da Ásia e da Rússia.



fonte: http://www13.estadao.com.br/ciencia/noticias/2005/out/15/26.htm

APODman

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Re.: Vírus da gripe aviária achado na Romênia é o mais morta
« Resposta #1 Online: 15 de Outubro de 2005, 14:46:32 »
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Vírus da gripe aviária adquire resistência

REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma versão do vírus H5N1, causador do atual surto de gripe aviária na Ásia e na Europa, parece ter desenvolvido resistência contra um dos principais remédios usados para combatê-lo. A pessoa com a cepa resistente se recuperou, mas o achado mostra que o vírus pode estar se tornando um inimigo imprevisível.

A análise foi liderada por Yoshihiro Kawaoka, da Universidade de Tóquio e da Universidade de Wisconsin (EUA). Graças à preocupação causada pelo aparecimento do H5N1 em aves na Turquia e na Romênia, a revista científica britânica "Nature" (www.nature.com), onde Kawaoka e seus colegas publicam o trabalho, resolveu liberar o acesso à pesquisa ontem, embora ela só saia na sua edição de quinta-feira.
O vírus, resistente ao medicamento Tamiflu, foi isolado de uma menina vietnamita de 14 anos. Outro dado preocupante, aliás, é que ela pode ter pegado a doença do irmão. Os pesquisadores dizem que essa é a hipótese mais provável porque a garota não teve contato com aves, principais responsáveis por transmitir a doença, e ajudou a cuidar do irmão quando ele convalescia.

Como a vietnamita tomou doses preventivas do remédio antes de adoecer, não se pode descartar a possibilidade de que isso tenha favorecido o aparecimento da cepa resistente, embora, no momento, não exista certeza sobre isso, afirma o pesquisador japonês. "Eu também não iria por esse caminho. Não acho que exista uma relação entre uma coisa e outra", diz Eurico de Arruda Neto, virologista da USP de Ribeirão Preto (interior de São Paulo).

Bomba-relógio
Causadores de doenças como os vírus, que contam com uma capacidade irritante de embaralhar e modificar seu material genético, costumam desenvolver resistência a medicamentos. "Há dados mostrando que entre 12% e 15% dos vírus influenza [o grupo dos causadores da gripe] se tornaram resistentes a antivirais", conta Paolo Zanotto, do ICB (Instituto de Ciências Biomédicas) da USP.
No caso da menina do Vietnã, Kawaoka e seus colegas não tiveram a dimensão exata do que estavam enfrentando até extraírem amostras da garota. Ela adoeceu em 27 de fevereiro e teve alta em 14 de março, uma semana depois de um tratamento de sete dias.
Quando os pesquisadores se puseram a analisar o H5N1 obtido com a paciente, notaram que alguns dos vírus tinham uma diferença quase insignificante em seu material genético. A mudança se refletia na troca de um único aminoácido (os "tijolos" bioquímicos que compõem as proteínas). Essa troca acontecia na proteína conhecida como neuraminidase, justamente a que é o alvo do Tamiflu. A neuraminidase é que permite ao vírus escapar de uma célula infectada e invadir outras.
Os pesquisadores inocularam as cepas com essa modificação em doninhas e viram que, de fato, elas eram altamente resistentes ao Tamiflu, embora fossem derrotadas pelo Relenza, outro antiviral que também age sobre a neuraminidase. "Os remédios têm desenho químico diferente, o que pode explicar isso", diz Arruda Neto.

Ele chama a atenção para o fato de que, nas doninhas infectadas com as cepas resistentes, a replicação dos vírus foi menor. "Essa é uma notícia alvissareira. Ela confirma dados anteriores de que os vírus muito resistentes são menos patogênicos", provavelmente porque a modificação que lhes permite resistir à inibição da neuraminidase também acaba dificultando sua saída das células.
Seja como for, diz Zanotto, "a resistência a inibidores de neuroaminidase seria muito preocupante caso ocorra em um H5N1 adaptado para a transmissão em humanos". Por isso, a equipe de Kawaoka sugeriu que pode ser útil estocar ambos os antivirais como proteção contra uma possível pandemia. "Não sei se está na hora de tomar essa decisão. Não há remédio suficiente nem de um dos antivirais, que dirá dos dois", avalia Arruda Neto.

A Roche, fabricante do Tamiflu, diz que não recomenda o uso do medicamento como profilático, justamente por causa da resistência. No entanto, segundo a empresa, só um tratamento incompleto com o antiviral poderia criar cepas resistentes. A Roche afirma que o medicamento ainda pode ser eficaz contra o H5N1.



fonte:  http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1510200501.htm

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