Autor Tópico: Um sim filosófico  (Lida 1061 vezes)

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Atheist

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Um sim filosófico
« Online: 15 de Outubro de 2005, 19:41:09 »
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Faz bem pouco sentido o referendo sobre a "proibição" de armas a que estamos intimados a comparecer no próximo dia 23. Vamos gastar uma fortuna --os números que li variam entre R$ 250 milhões e R$ 700 milhões--, para decidir sobre algo que vai mudar muito pouca coisa.

A iniciativa teria sido muito interessante, se o Congresso Nacional tivesse aproveitado a "carona" para submeter a consulta popular outros temas polêmicos, como obrigatoriedade do voto, extinção do Senado e da Vice-Presidência.

Como se não bastasse, deparamo-nos agora com uma campanha em que ambas as frentes parlamentares apostam na desinformação como arma para derrubar o oponente. Apesar de todas essas críticas, defendo, por razões quase que puramente filosóficas, o voto no "sim".

A minha sensação é a de que ninguém, a começar dos responsáveis pelas campanhas, leu direito a lei nº 10.826/2003, o popular Estatuto do Desarmamento, cujo 35º artigo é o objeto do referendo. Ele reza: "É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo território nacional, salvo para as entidades previstas no artigo 6º desta Lei". É importante sublinhar o "salvo". E o artigo sexto traz o rol daqueles que estão autorizados a portar armas. Inclui militares, policiais, agentes secretos, segurança privada, auditores fiscais, praticantes de tiro esportivo etc. Como esta minha coluna também é serviço público, deixo aqui os links para o Estatuto e para a sua regulamentação, o decreto nº 5.123/2004.

A primeira coisa a observar é que, se a minha leitura é correta, a votação deste mês terá pouco impacto concreto. E não estou falando de bandidos e de outras pessoas que possuem armas em desacordo com a legislação e que se abastecem no mercado negro. Quem guarda um revólver registrado em casa, poderá perfeita e legalmente mantê-lo. Só terá problemas para adquirir novas balas, pois sua comercialização será, não "proibida", mas restringida. Já os que possuem porte de arma poderão conservá-lo e comprar normalmente não só a munição necessária como também novas armas. Habitantes da zona rural, mentindo só um pouquinho, isto é, declarando-se caçadores "de subsistência", estarão igualmente autorizados a adquirir espingardas de calibre igual ou inferior a 16 e as respectivas balas.

E a turma do "não", que insiste tanto em seu "direito inalienável de autodefesa", pode respirar sossegada. Mesmo com uma eventual vitória do "sim", os mais insistentes terão meios de armar-se dentro da lei. Basta que se associem a um clube de tiro, hipótese em que o Estatuto os autoriza a requerer o tão almejado porte, o qual lhes dará a licença para fartar-se de balas e revólveres.

Desfeitos os equívocos mais comuns, passo agora a explicar as razões do meu "sim". Em primeiro lugar é preciso elogiar o Estatuto do Desarmamento, cujo maior pecado é o dispensável referendo. Armas não são pirulitos que possam ser vendidas em qualquer esquina e sem controle, mesmo considerando que o crime organizado não liga para regulamentações legais e será pouco afetado por qualquer normatização. Revólveres e pistolas foram projetados para tirar vidas humanas. Alguém pode querer possuí-los por dois motivos, para ameaçar outrem e/ou para defender-se de ameaças alheias. Em qualquer caso, estamos falando de pessoas que pelo menos cogitam de tirar a vida de um semelhante. Para mim, isso já o suficiente para que fiquemos de olho nelas.

Foram, portanto, mais do que necessárias as novas exigências que o Estatuto determinou para a aquisição de armas e a obtenção do porte e o maior controle que impôs sobre a indústria e o comércio. Foram igualmente importantes as penas mais duras previstas para quem desrespeitar as normas. Andar com uma arma sem o devido porte e registro tornou-se crime inafiançável, passível de reclusão de até quatro anos e multa. A maior jóia do diploma, contudo, foi a campanha do desarmamento, instituída pelo artigo 32 do Estatuto. Estamos aqui diante de um daqueles raros casos de leis que se traduzem em rápida e real melhoria das estatísticas.

(Antes de prosseguir, cabe um parêntese sobre a precariedade dos números apresentados nesta campanha. É um festival de chutes e dados claramente enviesados. Nesse contexto, uma das poucas cifras que se afiguram confiáveis são aquelas relativas a mortos. Aqui, há a concretude dos cadáveres crivados de balas no tórax ou na cabeça).

Estatísticas do Ministério da Saúde mostram que os homicídios por armas de fogo caíram 8,2% em 2004 em relação ao ano anterior. Passaram de 39.325 assassinatos em 2003 para 36.091 no ano passado. Isso significa 3.234 vidas "poupadas". É a primeira queda registrada nesse indicador desde 1992. A campanha do desarmamento teve início em julho de 2004 e se estende até o dia do referendo. É claro que a coincidência parcial de datas não basta para que estabeleçamos uma relação de causalidade entre a coleta de armas e a redução dos assassinatos. Vale ainda lembrar que a violência é fenômeno complexo e multifatorial, para o qual concorrem inúmeros fatores. Mesmo assim parece difícil não relacionar a diminuição dos óbitos à campanha. Reforça a sugestão de que os esforços de desarmamento tiveram um papel importante o fato de que, nos Estados em que a taxa de recolhimento de armas foi alta (mais de 150 para cada 100 mil habitantes), o recuo médio do índice de mortalidade foi de 14,5%. Nas unidades em que a coleta foi baixa, a redução média foi de apenas 2%.

Essas ponderações parecem dar razão à tese, encampada pelos defensores do "sim", de que, no Brasil, a simples retirada de circulação das armas é capaz de reduzir significativamente o número de assassinatos. Isso seria possível porque grande parte dos homicídios tem como motivação conflitos interpessoais provocados por causas fúteis, nos quais a presença da arma de fogo faz a diferença entre os hematomas e escoriações típicos de quem "sai no braço" e a morte.

Dados da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa da polícia paulista parecem sustentar essa teoria: 60% dos homicídios na Grande São Paulo são cometidos por gente sem histórico criminal e por motivos banais, como brigas de trânsito, discussões em bares e outras situações em que o destempero humano e os eflúvios alcoólicos se associam à existência de uma arma para produzir uma tragédia. (Por uma questão de honestidade intelectual, devo dizer que desconfio um pouco desse número. Uso-o porque é o único disponível. Por razões óbvias, porém, ele refere-se apenas aos homicídios solucionados e não ao total de assassinatos. E é claro que isso introduz um viés).

É apenas para reduzir esse tipo muito específico de crime que o Estatuto do Desarmamento funciona. Ninguém minimamente sério jamais sugeriu que o endurecimento das leis e a campanha de coleta afetaria o crime organizado. É apenas para reduzir as mortes por causas banais que a aprovação do "sim" no referendo pode modestamente contribuir, ao tornar as balas uma mercadoria menos acessível aos "cidadãos de bem" que um dia, numa explosão de ira, decidam matar o amante da mulher, o vizinho chato, a namorada infiel...

Já a principal tese do campo do "não", a de que as restrições ao comércio violariam o direito à autodefesa, não poderia ser mais falsa. Em primeiro lugar, como já mostrei, quem realmente insistir em possuir um revólver e estiver disposto a cumprir as exigências, poderá fazê-lo dentro da lei. Não se trata, portanto, de uma proibição absoluta, medida que também a mim me repugnaria. (A esse respeito, devo admitir que, por não ter lido com atenção as leis em questão, também escrevi algumas bobagens em minha coluna anterior sobre o tema, mas nada que comprometa as teses centrais do texto).

Além disso, nenhum direito se coloca de forma absoluta. A autodefesa, até mais do que um direito, é também um instinto, um dado da biologia. Mas, se queremos viver em sociedade, ela precisa ser regulada por leis. Um exemplo exagerado, mas eloqüente: eu num acesso de paranóia poderia legitimamente considerar que o governo do Paquistão me persegue. Trata-se, afinal, de uma ditadura com traços islamizantes e teocráticos. Já eu sou democrata, judeu e ateu. Como o Paquistão é possuidor de armas nucleares, eu poderia considerar que a única forma de proteger-me eficazmente contra ameaça crível seria adquirir um míssil atômico intercontinental. A idéia de que qualquer um possa ter o "direito" de pôr as mãos em artefatos nucleares é tão absurda que deixa insofismavelmente claro que a lei pode e deve limitar por quais meios o direito de autodefesa pode ser exercido. Estabelecer as condições em que as pessoas podem ter acesso a armas de fogo e o tipo artefato não é muito diferente de exigir brevê de quem queira pilotar um avião ou carteira de habilitação de condutores de veículos. É uma das funções básicas do Estado.

O resumo da ópera, para além das besteiras que estão sendo ditas por ambos os lados, é que, em termos práticos, o referendo é quase inútil. A campanha do "não" consegue ser um pouco pior do que a do "sim". Enquanto o povo do desarmamento abusa de números discutíveis e raciocínios simplistas tendentes ao maniqueísmo, a bancada da bala se vale quase que exclusivamente de falácias.

O bom serviço do controle de armas já foi prestado pelo Estatuto. A "proibição" do comércio, além de falsa, poderá no máximo dificultar um pouco o acesso de parte da população a balas --o que eu acho ótimo, mas não a ponto de justificar o gasto de várias centenas de milhares de reais numa votação. Minha principal motivação para defender o "sim", porém, é, como já adiantei, filosófica. Não acredito em bom selvagem, emancipação do homem ou redenção da sociedade, mas a civilização, que vem prosperando ainda que tropegamente sob a égide da razão, já amadureceu o suficiente para impor a seus integrantes que não resolvam suas diferenças à bala. Eliminar as armas é só uma idéia reguladora, uma meta longínqua que provavelmente jamais será alcançada. É justamente o tipo de idéia no qual vale a pena votar.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult510u215.shtml

Offline Roberto

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Um sim filosófico
« Resposta #1 Online: 17 de Outubro de 2005, 22:05:55 »
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Dados da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa da polícia paulista parecem sustentar essa teoria: 60% dos homicídios na Grande São Paulo são cometidos por gente sem histórico criminal e por motivos banais, como brigas de trânsito, discussões em bares e outras situações em que o destempero humano e os eflúvios alcoólicos se associam à existência de uma arma para produzir uma tragédia. (Por uma questão de honestidade intelectual, devo dizer que desconfio um pouco desse número. Uso-o porque é o único disponível. Por razões óbvias, porém, ele refere-se apenas aos homicídios solucionados e não ao total de assassinatos. E é claro que isso introduz um viés).


Pois é. O problema é que essa honestidade intelectual anda em falta.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Roberto

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Um sim filosófico
« Resposta #2 Online: 17 de Outubro de 2005, 22:14:31 »
Concordo com o Hélio sobre a inutilidade do referendo. Discordo, entrentanto, quanto ao que seria um bom voto (se bem que, oras, como pode um voto inútil ser bom?). Votar NÃO, pra mim, é votar contra um embuste que vem sendo gestado a anos, com propaganda quase diária na Rede Globo, movido a estatísticas (e suas interpretações) pra lá de duvidosas. Manipulação da opinião pública e da grossa. Porra, em algum momento esse povão ignorante tem que começar a dar um basta nisso.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Kao

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Um sim filosófico
« Resposta #3 Online: 18 de Outubro de 2005, 07:00:08 »
Eu concordo, Roberto.

Uma das razões pelo qual vou votar não é que quero dizer NÃO à demagogia, NÃO às falsas soluções.

Quero mais investimentos em segurança e não medidas inócuas.

Quero dizer que não aceita ser enganado.

Essa será apenas mais uma lei que os bandidos vão desrespeitar.


Citação de: Roberto
Concordo com o Hélio sobre a inutilidade do referendo. Discordo, entrentanto, quanto ao que seria um bom voto (se bem que, oras, como pode um voto inútil ser bom?). Votar NÃO, pra mim, é votar contra um embuste que vem sendo gestado a anos, com propaganda quase diária na Rede Globo, movido a estatísticas (e suas interpretações) pra lá de duvidosas. Manipulação da opinião pública e da grossa. Porra, em algum momento esse povão ignorante tem que começar a dar um basta nisso.

ukrainian

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Re.: Um sim filosófico
« Resposta #4 Online: 19 de Outubro de 2005, 01:19:36 »
Eu fico com o NÃO racional.

Atheist

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Re.: Um sim filosófico
« Resposta #5 Online: 19 de Outubro de 2005, 01:30:46 »
Eu não vi nenhuma propaganda na Globo, uma vez que na Globo só vejo F1. Concordo com o Schwartsman, eu votaria "sim".

Offline Buckaroo Banzai

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Re.: Um sim filosófico
« Resposta #6 Online: 19 de Outubro de 2005, 20:30:38 »
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Essas ponderações parecem dar razão à tese, encampada pelos defensores do "sim", de que, no Brasil, a simples retirada de circulação das armas é capaz de reduzir significativamente o número de assassinatos. Isso seria possível porque grande parte dos homicídios tem como motivação conflitos interpessoais provocados por causas fúteis, nos quais a presença da arma de fogo faz a diferença entre os hematomas e escoriações típicos de quem "sai no braço" e a morte.[...]
É apenas para reduzir esse tipo muito específico de crime que o Estatuto do Desarmamento funciona. Ninguém minimamente sério jamais sugeriu que o endurecimento das leis e a campanha de coleta afetaria o crime organizado. É apenas para reduzir as mortes por causas banais que a aprovação do "sim" no referendo pode modestamente contribuir, ao tornar as balas uma mercadoria menos acessível aos "cidadãos de bem" que um dia, numa explosão de ira, decidam matar o amante da mulher, o vizinho chato, a namorada infiel...

Nem isso, não tanto quanto se poderia pensar.
Esses crimes, por acaso são na maioria cometidos por pessoas com armas legais? Será que é igual a proporção de pessoas com armas legais e ilegais cometendo esses crimes? Teoricamente não deveria ser, já que para se ter uma arma legal tem que se ser considerado psicológicamente apto.

Ah, o desarmamento até agora deve ter recolhido um monte de armas ilegais também, sendo essas responsáveis por boa parte do decréscimo de óbitos por pessoas usando armas.


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Já a principal tese do campo do "não", a de que as restrições ao comércio violariam o direito à autodefesa, não poderia ser mais falsa. Em primeiro lugar, como já mostrei, quem realmente insistir em possuir um revólver e estiver disposto a cumprir as exigências, poderá fazê-lo dentro da lei.

Tanto quanto sei, só se conseguir convencer o SINARM de estar sob ameaça de morte. Ter em casa apenas por precaução, não pode.


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Minha principal motivação para defender o "sim", porém, é, como já adiantei, filosófica. Não acredito em bom selvagem, emancipação do homem ou redenção da sociedade, mas a civilização, que vem prosperando ainda que tropegamente sob a égide da razão, já amadureceu o suficiente para impor a seus integrantes que não resolvam suas diferenças à bala. Eliminar as armas é só uma idéia reguladora, uma meta longínqua que provavelmente jamais será alcançada. É justamente o tipo de idéia no qual vale a pena votar.


Eu também sou bastante "pró-paz", e etc... mas isso não tem nada a ver com a impor que as pessoas "não resolvam suas diferenças a bala"... a menos que "diferenças" aí sejam coisas como "eu quero te comer, sua vaca", e coisas como mmm... "disputas de propriedade"..... esse tipo de "diferenças" eu acho que de uma forma ou de outra acabam sendo resolvidas a força, não tem muita possibilidade de diálogo entre as partes... já diferenças do tipo brigas de namorados e etc, bem essas realmente não devem ser resolvidas a bala, mas isso já é assim há muito tempo, não é isso que o referendo vai decidir.

Atheist

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Re.: Um sim filosófico
« Resposta #7 Online: 20 de Outubro de 2005, 21:37:40 »
Danniel, alguns números que você quer saber estão aqui:

http://noticias.uol.com.br/ultnot/referendo/infografico/2005/10/11/ult3262u4.jhtm

Offline Kao

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Re: Re.: Um sim filosófico
« Resposta #8 Online: 20 de Outubro de 2005, 23:42:11 »
Citação de: Atheist
Danniel, alguns números que você quer saber estão aqui:

http://noticias.uol.com.br/ultnot/referendo/infografico/2005/10/11/ult3262u4.jhtm


Essas armas legais pode ser  armas desviadas da polícia, forças armadas e empresas de segurança, que poderão continuar a comprar armas,
também é importante lembrar que antes do estatuto, a compra de armas era mais fácil.

Mas mesmo que diminua a fonte de armas legais, eles conseguirão armas com facilidade no contrabando.

Offline Roberto

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Re: Re.: Um sim filosófico
« Resposta #9 Online: 21 de Outubro de 2005, 09:31:44 »
Citação de: Kao
Essas armas legais pode ser  armas desviadas da polícia, forças armadas e empresas de segurança, que poderão continuar a comprar armas, também é importante lembrar que antes do estatuto, a compra de armas era mais fácil.


16% do total das armas apreendidas pela polícia carioca é o que vem de pessoas que mantém armas legais.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Buckaroo Banzai

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Re.: Um sim filosófico
« Resposta #10 Online: 21 de Outubro de 2005, 10:17:41 »
Eu sei que o no total de armas apreendidas a maioria ou boa parte é de armas que já foram legais ou são "mais ou menos" legais... mas acho que o fundamental para a questão é quantas armas legais são roubadas de seus donos em um ano.

Porque, supomos que o SIM vença, o ano que vem, e nos próximos anos ainda deverão ter proporções similares das armas apreendidas. Não devem diminuir significativamente o número de armas apreendidas, e nem se modificar muito a origem das armas.

Porque o "estoque" de armas ilegais ex-legais deve ser decorrente do acúmulo de roubos de vários anos (principalmente da época em que a venda era mais "liberada", segundo ouvi dizer: antes de 97, parece que podiam comprar arma, e 'se quiser' (a lei pressupunha boa fé) registrar).

Proibindo o comércio legal agora, diminui-se algo, chutando, como 0,003% na entrada anual das armas legais nas mãos de bandidos, referente a entrada de armas legais roubadas de cidadões.

 

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