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Estudos revelam mistérios do homem de Neanderthal Um importante avanço na pesquisa genética pode ajudar a esclarecer vários mistérios relacionados ao homem de Neanderthal, tido como um parente do homem moderno na evolução das espécies.
Usando um pedaço de osso encontrado em uma caverna na Croácia, duas equipes de cientistas trabalhando separadamente reconstruíram parte do DNA de um homem de Neanderthal que viveu há mais de 38 mil anos.
Com base neste DNA, os pesquisadores concluíram, por exemplo, que havia pouco ou nenhum contato sexual entre as duas espécies - ou seja, as probabilidades de que teria havido um cruzamento entre ambas são pequenas.
Os resultados dos dois estudos foram publicados nas revistas científicas
Science e
Nature.
As pesquisas podem ajudar a responder outras perguntas sobre o grau de interação entre o homem de Neanderthal e o homem moderno, suas características físicas e mentais.
SimilaridadesAs equipes, do
Joint Genome Institute em Walnut Creek, na Califórnia, e do
Max Planck Institut, em Leipzig, na Alemanha, usaram métodos diferentes para reconstruir o DNA do homem de Neanderthal.
Os cientistaas concluíram que o homem de Neanderthal é um parente bastante distante do homem moderno, com contato sexual raro, ou inexistente, com os nossos ancestrais mais próximos.
A descoberta contraria resultados de outros estudos, inclusive um publicado no início do mês, segundo o qual o homem moderno traria em seu cérebro um gene herdado do homem de Neanderthal.
Outras revelações, no entanto, parecem confirmar teorias já existentes: os cientistas calculam que as duas espécies evoluíram a partir de um ancestral comum, o Homo erectus, cerca de 370 mil anos atrás, e possivelmente 500 mil anos atrás.
Esses números confirmam estudos arqueológicos e de DNA anteriores.
Ainda assim, as duas espécies compartilham 99,95% do seu DNA.
A similaridade entre os DNAs de humanos e chipanzés, por exemplo, é 98%.
"Os dados da seqüência vão servir como uma máquina do tempo de DNA", disse o coordenador de uma das pesquisas, Edward Rubin, trabalhando nos Estados Unidos.
"Ela vai nos informar sobre aspectos da biologia do Neanderthal que não poderíamos obter apenas dos ossos ou de outra forma."
O estudo do genoma do Neanderthal pode auxiliar na compreensão das mudanças genéticas que moldaram a espécie humana, a partir do ponto em que as duas linhagens se separaram e seguiram caminhos diferentes.
Ele também pode revelar a cor do cabelo, olhos e pele do homem de Neanderthal e se eles eram capazes de falar. Os cientistas também esperam obter informações sobre a função cerebral da espécie e sobre sua contribuição para o código genético do homem moderno.
O professor Svante Paabo, coordenador da equipe alemã, disse à BBC que planeja estudar a forma do gene FOXP2 no Neanderthal.
Esse gene está associado ao desenvolvimento da fala e sofreu modificações no homem moderno.
Troncudo e musculoso, o homem de Neanderthal dominou grandes territórios, da Grã-Bretanha à península Ibérica no oeste, de Israel no sul até o Uzbequistão no leste, antes de desaparecer, há cerca de 28 mil anos.
Os pesquisadores pretendem produzir um esboço do genoma completo da espécie dentro de dois anos.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/11/061116_neanderthaltp.shtml