Autor Tópico: A polêmica transposição do “Velho Chico”  (Lida 1834 vezes)

0 Membros e 1 Visitante estão vendo este tópico.

Atheist

  • Visitante
A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Online: 18 de Outubro de 2005, 10:59:09 »
Citar
A polêmica transposição do “Velho Chico”
As águas do São Francisco e a greve de fome do bispo Cappio

Por Elisa Marconi e Francisco Bicudo

O bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, ganhou a queda de braço – e conquistou uma vitória que os argumentos e as pressões de diversas entidades, acadêmicos e especialistas não tinham sido capazes de obter. Foram dez dias de greve de fome – de 26 de setembro a 6 de outubro –, período marcado por uma intensa troca de correspondências e de envio de emissários que prestavam solidariedade ao bispo, ou que tentavam demovê-lo de sua decisão, considerada demasiadamente “radical”. E, a não ser que o governo federal decida esquecer aquilo que prometeu, rompendo o compromisso assumido, o início das obras de transposição do rio São Francisco está suspenso, pelo menos por enquanto, e até que o projeto possa ser debatido com mais profundidade pela sociedade brasileira.

Dom Luiz não aceita os argumentos apresentados pelo governo federal, que garante, em documento divulgado ainda em 2004, “a transposição terá impacto significativo na vida das cidades beneficiadas, o que permitirá a ampliação do setor de serviços, com destaque para o turismo, bem como para a agricultura, a psicultura e a criação de gado na zona rural, atendendo indistintamente a pequenas e grandes propriedades”. No mesmo documento, o governo admite que o projeto de transposição, que deve custar inicialmente cerca de quatro bilhões de reais, não representa a solução final para os problemas do Nordeste, mas pode ajudar a levar água para uma parcela significativa de populações locais que sofrem com a seca. Para Wilson Lang, engenheiro civil e presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), o projeto é uma aspiração política da nação. “Era uma promessa do então candidato Lula. E, se estava previsto no programa de campanha dele, aprovado por 53 milhões de eleitores, deve ser cumprido”, cobra.

Trocando em miúdos, a tal transposição das águas do São Francisco significa a construção de dois canais, um caminhando para o norte e outro para o leste, e que juntos terão quase 700 quilômetros de extensão. Eles serão responsáveis por abastecer açudes e reservatórios já existentes, nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, beneficiando 12 milhões de pessoas e disponibilizando água tanto para o consumo humano quanto para atividades econômicas. Pelo menos é isso o que dizem o governo e os defensores da proposta. João Suassuna, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco e que estuda o São Francisco há mais de dez anos, discorda da tese. “Estão enganados aqueles que acreditam que os problemas das populações carentes serão resolvidos. Nos grotões, onde acontece a seca mais intensa, o abastecimento continuará dependendo dos caminhões-pipa. A água do São Francisco não vai chegar até lá”.

Mais um capítulo da “indústria da seca”
Para o especialista, o projeto tem um objetivo muito claro: beneficiar o grande empresário exportador e o agronegócio. “Esse pessoal vai ver a cor da água do Velho Chico”. Aldo Rebouças, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), também não usa meias palavras para criticar duramente o projeto. “Trata-se de mais um capítulo da história da indústria da seca”, reforça. Lang, do Confea, faz o contraponto e garante que uma boa parcela da população nordestina atingida pelas secas terá finalmente acesso à água. “É um projeto que visa à libertação da região”, sentencia. Sobre a relação com o agronegócio, ele não vê problemas. “Qual a pauta principal das exportações brasileiras? Não é o agronegócio? E qual o problema?”, pergunta.

Suassuna não se preocupa apenas com o destino final das águas, mas com a própria capacidade do rio de fornecê-las. Ele afirma que o São Francisco é hidrologicamente pobre – sua vazão média é de 2.800 m3/segundo. O rio Tocantins, que fica na bacia Amazônica, mas ocupa uma área semelhante à do Velho Chico, tem vazão média de 11.800 m3/segundo – quase quatro vezes mais. “As águas não vão chegar até o final dos canais, não vão encher os reservatórios”, reforça Rebouças, do IEA/USP. O pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco avança no raciocínio e lembra que 60% da bacia do São Francisco sofre com o clima semi- árido, e a maior parte de seus afluentes são temporários. Além disso, o rio é responsável por cerca de 95% da energia elétrica gerada na região Nordeste, e esse potencial já dá sinais de debilidade. “E ainda assim querem tirar água do rio?”, questiona. O temor se justifica: o rio Colorado, nos Estados Unidos, explorado intensamente como fonte de irrigação, já “encolheu” cerca de 100 quilômetros, e não mais chega em sua foz, no México. “O volume final de água a ser captado do São Francisco é pequeno – cerca de 300 m3/segundo – e o impacto será mínimo”, rebate Lang.

Impactos ambientais
Para os especialistas contrários ao projeto, os impactos ambientais também não podem ser esquecidos. Graças à ação destrutiva de indústrias como a do carvão, as matas nativas e ciliares (que ficam à beira dos rios) foram em grande parte devastadas, favorecendo a queda das margens, e fazendo surgir barreiras. As obras de transposição poderão, segundo Suassuna, acelerar esse processo, tornando o rio menos navegável. Outro problema apontado diz respeito à qualidade das águas. Grande parte das 14 milhões de pessoas que vivem na região usam o São Francisco como um enorme esgoto a céu aberto. “Não existe tratamento adequado de esgoto e essa água que o governo quer transportar poderá trazer sérios problemas de saúde pública, como hepatite e verminoses”, afirma Suassuna. Rebouças, do IEA/USP, completa o raciocínio e aponta mais dois problemas ambientais de conseqüências significativas: a invasão da região Nordeste por espécies de peixes não nativas, que geraria uma competição natural de resultados imprevisíveis, e a salinização dos solos. O engenheiro civil Lang tem opinião distinta. Para ele, o comitê gestor das bacias hidrográficas é que deve administrar esses problemas. Um projeto com essa envergadura, afirma, e capaz de gerar emprego e renda, não pode ser suspenso por aquilo que classifica de argumentos genéricos. “A melhor maneira de fazer nada é criar obstáculos tão grandes que a ação acaba por se inviabilizar”, lamenta.

O presidente do Confea rebate a acusação de que o projeto de transposição serviria apenas para contemplar interesses das grandes empreiteiras. Ele afirma que nenhum país desenvolvido alcançou essa condição sem investir em obras públicas. “Para que uma obra desse porte possa sair do papel, é preciso ter empresas organizadas e com competência técnica. E o Brasil as tem. Ainda bem”, insiste. Suassuna, no entanto, identifica falsos argumentos e promessas insustentáveis no discurso do governo, inclusive quando se destaca a capacidade de realizar as obras. Ele lembra que os canais que serão construídos são de dimensões gigantescas: 700 quilômetros de extensão, cinco metros de profundidade e 25 metros de largura. Esses canais terão de passar por uma área que ele chama de “geologicamente complicada” para esse tipo de projeto, já que há rochas espalhadas por toda a superfície, que terão de ser cortadas e explodidas. Suassuna faz as contas: se as obras conseguirem avançar 100 metros por dia – o que ele considera praticamente impossível –, o governo levará aproximadamente 19 anos para concluir os 700 quilômetros de canais. “Mas estão prometendo entregar a primeira etapa da transposição já no ano que vem. Querem enganar quem?”.

Alternativas à transposição? Rebouças fala na necessidade de conscientização da população e na fiscalização do desperdício. “O uso racional da água é a base da sustentabilidade”. Suassuna destaca o exemplo de iniciativas já adotadas pelo Ceará para combater a seca. Naquele estado, um programa de interligação das bacias hidrográficas tem sido capaz de combater a seca de forma eficiente. Quando falta água no norte, uma represa do sul se encarrega de abastecer a região carente, e vice-versa. “O que é mais viável?”, pergunta. “Usar as águas das represas de maneira articulada e coerente ou ir buscar água do São Francisco, há 500 quilômetros de distância?”. Ele coloca o dedo na ferida: “o projeto de transposição tem claro cunho político e pretende alavancar a reeleição do presidente Lula”, dispara.

Como se vê, quando o assunto é a transposição do São Francisco, o consenso, ainda que mínimo, é uma miragem. Vale lembrar que a idéia de captar as águas do Velho Chico para abastecer áreas castigadas pela seca foi levantada pela primeira vez ainda na época do Brasil Império, nos idos de 1847, e, no século XX, foi intensamente debatida pelos governos de Juscelino Kubitschek, pelos presidentes da ditadura militar, pela administração de Fernando Henrique Cardoso e, mais recentemente, também pelo governo Lula. Diante dos impasses e das resistências, a administração petista decidiu colocar o pé no freio e assumiu o compromisso de aprofundar as discussões, para buscar o tão sonhado consenso, antes de iniciar qualquer obra. Dom Luiz Flávio Cappio não está disposto a ser enganado. Se o governo abandonar o acordo feito, o frei promete retomar a greve de fome.



http://www.sinprosp.org.br/especiais.asp?especial=91&materia=265

Atheist

  • Visitante
Re.: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #1 Online: 18 de Outubro de 2005, 11:00:30 »
Isso é o fim da picada.

Sou contra a transposição, mas o governo se dobrar a chantagem religiosa e não aos argumentos foi o fim.

Nigh†mare

  • Visitante
Re.: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #2 Online: 18 de Outubro de 2005, 18:39:17 »
Queria ver se fosse um pai-de-santo que estivesse fazendo greve de fome...

Offline Quasar

  • Nível 24
  • *
  • Mensagens: 1.088
  • Sexo: Masculino
Re.: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #3 Online: 18 de Outubro de 2005, 19:04:09 »
O pior é a atitude do padreco, agora ele fala com um tom de "o governo tá na minha mão, é só ameaçar outra greve de fome e eles fazem o que eu quiser"
"Assim como são as pessoas, são as criaturas" -  Didi Mocó


Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re.: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #5 Online: 28 de Outubro de 2005, 12:20:27 »
Impressionante como o governo atual adora gastar muito em obras faraônicas como essa quando soluções mais simples são esfregadas na cara dele. Afinal, a gente tem de sobra...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Buckaroo Banzai

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 38.735
  • Sexo: Masculino
Re: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #6 Online: 19 de Outubro de 2006, 19:39:04 »
quais seriam soluções melhores que a transposição do rio? Eu não gosto da idéia por possível impacto ecológico no rio, imagino que talvez fosse desejável a construção de canais e usinas de tratamento/dessalinização.

Temma

  • Visitante
Re: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #7 Online: 19 de Outubro de 2006, 20:55:17 »
Existe alguma experiência parecida com essa em algum outro lugar? quer dizer, assim, por uma distância tão grande?

Offline Diegojaf

  • Moderadores Globais
  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 24.204
  • Sexo: Masculino
  • Bu...
Re: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #8 Online: 19 de Outubro de 2006, 21:03:27 »
quais seriam soluções melhores que a transposição do rio? Eu não gosto da idéia por possível impacto ecológico no rio, imagino que talvez fosse desejável a construção de canais e usinas de tratamento/dessalinização.

Caramba... faz um ano que este topico ficou parado... Nem faço ideia de qual era minha ideia a esse respeito mais... :lol:
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline HSette

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 5.044
  • Sexo: Masculino
Re: Re.: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #9 Online: 19 de Outubro de 2006, 22:52:45 »
Isso é o fim da picada.

Sou contra a transposição, mas o governo se dobrar a chantagem religiosa e não aos argumentos foi o fim.

Pois eu já acho que o caso do padre caiu do céu (sem trocadilhos) para o Lula.
Ele usou o caso para fugir à polêmica durante o período eleitoral.
O tema é extremamente desgastante, e iria dar muita munição à oposição.

Ano que vem aposto que o assunto volta à tona.
E se o Lula vencer, como indicam as pesquisas, ele terá bala na agulha para tocar o projeto, que eu, sinceramente, até agora não entendi.

O fato é que não há transparência no tratamento do assunto.
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

Offline Zizou

  • Nível 10
  • *
  • Mensagens: 120
  • Sexo: Masculino
Re: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #10 Online: 20 de Outubro de 2006, 13:47:50 »
quais seriam soluções melhores que a transposição do rio? Eu não gosto da idéia por possível impacto ecológico no rio, imagino que talvez fosse desejável a construção de canais e usinas de tratamento/dessalinização.
Alguns especialistas enfatizam a idéia da convivência com a seca, como a saída mais simples e prática no caso do nordeste brasileiro. A idéia de cisternas é valorizada por algumas Ongs que atuam na região, quando bem feitas elas poderiam acumular quantidades razoáveis de água por um custo bem reduzido. A utilização de culturas e técnicas que são adaptadas naturalmente ao clima seco também aparecem como alternativas interessantes.O problema é a nossa falta de conhcecimento sobre as espécies nativas, ou mesmo sobre a caatinga, o que dificulta a implementação de idéias como essa.
Existe alguma experiência parecida com essa em algum outro lugar? quer dizer, assim, por uma distância tão grande?
São exemplos clássicos as transposições do rio Colorado, nos EUA e a do rio Chavimochic no Peru. O próprio Rio São Francisco já sofreu um processo de transposição, onde o rio Piumhi(afluente da bacia do Rio Grande) foi transposto e suas águas começaram a desaguar no velho Chico.
" Meu objetivo é ensinar minhas aspirações a se conformarem com os fatos, em vez de tentar fazer com que os fatos se harmonizem com elas." Thomas Henry Huxley
"Vai lá, vai lá, vai lá, vai lá de coração...vamo São Paulo, vamo São Paulo, vamo se campeão!!!"

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #11 Online: 20 de Outubro de 2006, 15:09:59 »
Existem bons motivos para questionar a conveniência de obras de transposição de rios como o São Francisco.  Veja-se por exemplo a experiência do Mar Aral na antiga União Soviética.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Kao

  • Nível 12
  • *
  • Mensagens: 208
Re: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #12 Online: 20 de Outubro de 2006, 15:34:06 »
O rio não vai dar para irrigar todo o semi-árido então é melhor e mais barato ampliar a irrigação em volta do rio mesmo.

Outra coisa essa obra é caríssima, o governo federal não vai ter dinheiro para financiá-la.

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #13 Online: 20 de Outubro de 2006, 15:53:52 »
O rio não vai dar para irrigar todo o semi-árido então é melhor e mais barato ampliar a irrigação em volta do rio mesmo.

Não necessariamente.  Armazenamento de chuva ("águas pluviais" para os íntimos) é uma idéia de certo mérito.  Mas eu me pergunto até que ponto convém gastar tantas energias tentando desviar cursos de rios e coisas do tipo - o que inclusive traz riscos ecológicos consideráveis - em vez de planejar a ocupação e atividades agropecuárias em função do curso que já existe.


Citar
Outra coisa essa obra é caríssima, o governo federal não vai ter dinheiro para financiá-la.

Ou para mantê-la. 
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Zizou

  • Nível 10
  • *
  • Mensagens: 120
  • Sexo: Masculino
Re: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #14 Online: 20 de Outubro de 2006, 23:18:54 »
Existe também a opção de açudes (já construídos) que poderiam ter suas águas distribuídas de uma maneira mais inteligente na região. Eu ouvi o Alckmin falar que vai ressucitar a sudene...isso realmente faz parte do programa de governo dele?
" Meu objetivo é ensinar minhas aspirações a se conformarem com os fatos, em vez de tentar fazer com que os fatos se harmonizem com elas." Thomas Henry Huxley
"Vai lá, vai lá, vai lá, vai lá de coração...vamo São Paulo, vamo São Paulo, vamo se campeão!!!"

Offline Luis Dantas

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.195
  • Sexo: Masculino
  • Morituri Delendi
    • DantasWiki
Re: A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #15 Online: 21 de Outubro de 2006, 00:41:53 »
Ele garantiu no programa eleitoral que sim.  E por sinal, o Lula também.

Se isso faz alguma diferença já é algo em aberto.  Temos ministérios para isso. afinal de contas.
Wiki experimental | http://luisdantas.zip.net
The stanza uttered by a teacher is reborn in the scholar who repeats the word

Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #16 Online: 10 de Abril de 2017, 09:03:24 »
Águas da Transposição chegam a São Domingos do Cariri, na Paraíba

De acordo com a Aesa, faltam apenas 30 km para as águas chegarem ao açude Boqueirão.


As águas da Tranposição do Rio São Francisco chegaram ao município de São Domingos do Cariri, no Cariri paraibano, neste fim de semana. De acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado (AESA) faltam apenas 30 km para que as águas cheguem ao açude de Boqueirão, que abastece Campina Grande e mais 18 municípios.


De acordo com o presidente da Aesa, João Fernandes, a expectativa é que as águas cheguem ao manancial até quarta-feira (12). Em um vídeo gravado nas redes sociais, o Ministro da Integração, Helder Barbalho, confirmou que estará no município de Boqueirão na próxima quarta para participar de uma solenidade que marcará a chegada das águas no manancial.


Ainda conforme João Fernandes, antes de chegar ao açude de Boqueirão, as águas do Velho Chico vão passar pelo município de Cabaceiras, também no Cariri paraibano, de onde seguem pelo Rio Paraíba até o manancial. "Vamos está fazendo uma nova medição nesta segunda-feira (10) para acompanhar de perto o progresso das águas até Boqueirão" informou.


Desde que chegaram a Paraíba no início de março, as águas do Velho Chico já passaram pela Barragem São José e o açude de Poções, em Monteiro e pelo açude de Camalaú, na cidade de mesmo nome. De Camalaú, as águas tem seguido seu curso através do Rio Paraíba passando por outras cidades do Cariri paraibano, a exemplo de São Domingos do Cariri.


Algumas amostras da água que está chegando à cidade de Monteiro, no Cariri paraibano, através da transposição do Rio São Francisco, da água do Rio Paraíba e do açude de Poções, também em Monteiro, foram coletadas pela Companhia de Águas e Esgotos do Estado da Paraíba (Cagepa). O órgão quer fazer análises da potabilidade da água nestes locais para saber o qual tipo tratamento vai ser utilizado para o abastecimento da população. Ainda não há uma previsão de quando todos os resultados serão divulgados.


http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/aguas-da-transposicao-chegam-a-sao-domingos-do-cariri-na-paraiba.ghtml


Offline JJ

  • Nível Máximo
  • *
  • Mensagens: 15.747
  • Sexo: Masculino
Re:A polêmica transposição do “Velho Chico”
« Resposta #17 Online: 10 de Abril de 2017, 09:15:48 »
09/02/2017 17h45 - Atualizado em 09/02/2017 17h45
Açude de Boqueirão atinge 4% do volume a dois meses da transposição

Transposição do rio São Francisco deve chegar a açude no mês de abril.

Reservatório chega a novo pior nível de água desde a construção.



O açude Epitácio Pessoa, conhecido como Açude de Boqueirão, no Cariri da Paraíba, está passando pela maior crise hídrica de sua história e nesta quinta-feira (9) o volume do manancial baixou para 4%, o pior nível desde a fundação do açude. Os dados foram divulgados pela Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) e mostram que o reservatório que tem capacidade para armazenar 411,6 milhões de m³ de água, está com 16,6 milhões de m³.

saiba mais

MPF identifica esgoto em canal da transposição do São Francisco na PB
MPF recomenda providências sobre transposição do São Francisco na PB
Temer promete entregar eixo norte da transposição do 'Velho Chico' em 2017


Sem receber recargas de chuvas e de afluentes do rio Taperoá, Boqueirão está agonizando a espera da chegada da água da tranposição do Rio São Francisco.
O prazo estabelecido pelo Ministério da Integração Nacional é de que a cidade de Monteiro receba a água da tranposição até o dia 6 de março. Depois disso, a água deve levar de 30 a 45 dias para chegar em Boqueirão, pois precisa passar ainda pelos açudes Poções, Camalaú e pelo Rio Paraíba.


O açude de Boqueirão abastece Campina Grande e outras 18 cidades do Agreste paraibano, que estão enfrentando um sistema de racionamento de água.


Desde que o açude de Boqueirão atingiu o nível de 5,6%, a Agência Nacional das Águas (Ana) parou de emitir resoluções que limitavam o uso da água em termos de percentuais. A agência liberou o uso total da água, desde que ela esteja dentro dos padrões de potabilidade estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Cada vez que o nível baixa, a preocupação aumenta.


A Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa), que é responsável pelo tratamento e distribuição do abastecimento da água de Boqueirão garante que a potabilidade da água continua dentro dos padrões exigidos. Para eliminar a presença de cianobactérias e cianotoxinas existentes na água que hoje é captada em Boqueirão, a Cagepa tem usado um tratamento a base de peróxido de hidrogênio.


Boqueirão (Foto: Reprodução/ TV Paraíba)
Água de Boqueirão está sendo captada com ajuda
de bomba flutuante (Foto: Reprodução/TV Paraíba)

Previsão de chuvas

A meteorologia prevê uma melhora nas condições, mas espera que as chuvas entre os meses de fevereiro e maio sejam dentro da média histórica ou abaixo da média.

Segundo a meteorologista Marle Bandeira, da Agência Estadual de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), para o próximo fim de semana estão previstas chuvas na região do Cariri, porém, de forma isolada.


“A época de chuvas na região do Cariri vai começar agora, entre fevereiro e maio. As condições na zona de convergência tropical mostram uma tendência de melhora, mas nossa previsão só consegue ter uma previsão mais precisa com apenas 24 horas de antecedência. Se esperam chuvas na média ou abaixo da média”, explicou ela.


Situação da tranposição


A água do rio São Francisco já está a caminho da Paraíba. Na sexta-feira (3), o G1 participou de uma visita técnica em todo o Eixo Leste da tranposição que vai da cidade pernambucana de Petrolândia até Monteiro, no Cariri paraibano. A água viaja por 208 quilômetros passando por seis estações elevatórias, entre 23 segmentos de canal, 12 lagos, cinco aquedutos e um túnel.


Lago Braúnas, eixo leste da Transposição do Rio São Francisco (Foto: Artur Lira/G1)

Lago Braúnas, eixo leste da Transposição do Rio

São Francisco (Foto: Artur Lira/G1)

Dos 12 lagos existente, a água já passou por quatro deles, mas o processo está sendo agilizado com as quatro motobombas emprestadas pelo governo do estado de São Paulo. O maior dos lagos, Braúnas, com capacidade para armazenar mais de 14 milhões de m³ de água já está transbordando para a continuidade dos canais. Ele é o segundo lago que água passa no caminho do Eixo Leste. Os dois maiores são de 8 milhões e 5,2 milhões de m³.


A sexta estação elevatória da transposição ainda está sendo concluída, ainda pelo caminho, os lagos estão passando pelos últimos reparos. Os engenheiros da empresa responsável pela obra garante que tudo ficará pronto na medida em que a água for se aproximando de cada trecho.


http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2017/02/acude-de-boqueirao-atinge-4-do-volume-dois-meses-da-transposicao.html



 

Do NOT follow this link or you will be banned from the site!