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Quarta, 19 de outubro de 2005, 17h57 Atualizada às 17h46PA: Ibama multa 20 fazendeiros por desmatamentoO Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autuou e multou 20 fazendeiros da região de Cumaru do Norte, no Pará, pelo desmatamento de oito mil hectares de Floresta Amazônica. A informação é do diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel. Segundo ele, a multa para os proprietários das áreas devastadas pode chegar a R$ 5 mil por hectare desmatado. "Além disso, somos fiéis depositários e podemos destinar os equipamentos e bens usados na atividade ilegal até que sejam definitivamente alienados. Isso dificulta a ação da atividade ilegal, porque recuperar esse equipamento tornou-se muito mais difícil", afirmou Flávio Montiel. O coordenador de Fiscalização do Ibama, Arty Fleck, informou que mais sete fazendas poderão ser autuadas. "Ou seja, isso vai representar muito mais que esses oito mil hectares", disse ele. De acordo com Fleck, a devastação não representa aumento nos índices recentes de desmatamento divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente. "Esse desmatamento já estava computado no último levantamento feito pelo ministério, em agosto. Não houve aumento na destruição", afirmou. No dia 26 de agosto, as ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, e Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, divulgaram um estudo segundo o qual houve redução de mais de 50% no desmatamento da Floresta Amazônica, que passou de 18.724 quilômetros quadrados, entre agosto de 2003 e julho de 2004, para 9.106 quilômetros quadrados, de agosto de 2004 a julho deste ano.http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI715917-EI306,00.html
Dano na Amazônia é maior que o contabilizado, diz estudo CLAUDIO ANGELOda Folha de S.PauloO primeiro mapa feito por imagens de satélite do tamanho do estrago causado pela atividade madeireira na Amazônia acaba de ser publicado por um grupo dos EUA e do Brasil. A má notícia é que, se os cientistas estiverem certos, o dano provocado pelo homem à floresta é o dobro do que se contabilizava até agora.A boa é que o governo brasileiro pode ter à mão, finalmente, um sistema para detectar pressões que até agora eram "invisíveis" aos olhos dos satélites --de novo, se os cientistas estiverem certos.O estudo, coordenado por Greg Asner, da Universidade Stanford (EUA), revela que a exploração de madeira entre 1999 e 2002 subtraiu de 12 mil a 19,8 mil quilômetros quadrados de cobertura florestal por ano em cinco Estados: Pará, Mato Grosso, Acre, Rondônia e Roraima. Essa cifra é uma espécie de "caixa dois" da devastação, não-contabilizado pelas estatísticas oficiais de desmatamento. Segundo os autores, ela representaria de 60% a 123% do que se desmatou anualmente nesse período."Nós mostramos que há uma fonte enorme de perturbação para a qual os cientistas não estavam atentando", disse Asner à Folha.No entanto, antes mesmo de sair publicado, na edição de hoje da revista científica "Science" (www.sciencemag.org), o estudo já provocou reação no Brasil. Duas instituições que até então viviam às turras em torno da interpretação de dados de satélite do desmatamento, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), divulgaram ontem uma nota técnica conjunta apontando "várias inconsistências" no trabalho.Segundo Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon que desenvolveu uma metodologia própria para detectar via satélite o corte seletivo, o grupo de Asner provavelmente superestimou a área de exploração. Souza Jr. e o grupo do Inpe, liderado por Gilberto Câmara, também dizem acreditar que o estudo da "Science" tenha confundido afloramentos de rocha em reservas indígenas do sul do Pará com a "assinatura" da exploração de madeira nas imagens.Embora admita que haja incertezas, Asner afirma que a metodologia foi avaliada por um grupo independente e se mostrou sólida.Visão aguçadaO que o americano fez foi desenvolver um sistema computacional que refina imagens do satélite Landsat, principal fonte de informação sobre desmatamento.É com base no Landsat que funciona o Prodes, sistema do Inpe que fornece todos os anos a taxa de desmatamento oficial. No biênio 2001-02, por exemplo, a estimativa do Prodes foi de que 23 mil quilômetros quadrados de floresta sumiram na região.Acontece que o Prodes foi feito para detectar mudanças na cobertura florestal --de mata para pasto, por exemplo. Portanto, não capta a atividade madeireira. Além disso, o sistema é "míope" para impactos em áreas pequenas, como clareiras abertas no mato para empilhar toras.A tecnologia de processamento de imagens desenvolvida por Asner e batizada de Clas (Sistema Carnegie de Análise de Landsat) usa informações de outros satélites como "óculos" para a miopia do Landsat. Além disso, ela permite ao computador reconhecer as "assinaturas" da exploração de madeira, como marcas de trator.Cruzando os dados do satélite com levantamentos de campo, o grupo estimou que 27 milhões de metros cúbicos de madeira tenham sido extraídos nos cinco Estados só em 2002 --algo próximo de estimativa anterior do Imazon. "Isso mostra que a avaliação do alto pode ser eficiente", diz José Natalino Silva, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), co-autor do estudo.Souza Jr. pede calma. "Eles estimaram 50 milhões de metros cúbicos de madeira extraída em 1999. A impressão é que há uma superestimativa. Talvez a exploração de anos anteriores esteja contaminando o resultado." O cientista do Imazon deve publicar em breve no periódico "Remote Sensing of the Environment" um estudo que estima a área da exploração de madeira também usando dados de satélite. Ele não diz quanto, mas afirma que seus resultados indicam uma "devastação oculta" mais modesta.Outro ponto polêmico é o total de emissões de carbono pela exploração de madeira. Asner e colegas estimam que ela seja de 100 milhões de toneladas ao ano -metade de tudo o que o Brasil emite por queimadas e desflorestamento. "Esse valor se baseia em extrapolações irrealistas", dizem Inpe e Imazon na nota, ressaltando que a extração seletiva, embora emita carbono num primeiro momento, absorve-o depois, quando a floresta se regenera.
Operação da PF contra desmatamento também atinge o ParáIsmael Machado - O GloboBELÉM - A Polícia Federal, com apoio do Ibama e respaldo do Ministério Público Federal realizou a operação Ouro Verde, com o objetivo de desmontar quadrilha especializada na falsificação e distribuição de Autorização para Transporte de Produtos Florestais (ATPFs). Participaram da operação 190 policiais federais dos estados do Pará, Amapá, Rondônia, Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Bahia, além de funcionários do Ibama. A intenção era cumprir 78 mandados de busca e apreensão e prisão nos estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Goiás e Rondônia. Os presos foram levados à Superintendência da Polícia Federal no Pará. Eles ficarão à disposição da Justiça e responderão pela prática de estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica, concussão, corrupção passiva, prevaricação, transporte ilícito de madeiras e receptação. A investigação teve início em dezembro de 2004. A atuação da quadrilha consista na fabricação, distribuição e comercialização de ATPFs falsificadas e adulteradas para transporte de produtos florestais ilegais. Com a investigação identificou-se uma gráfica em Goiânia que seria a principal falsificadora dos documentos. Uma ATPF falsificada poderia custar até R$ 1.800,00. O esquema da quadrilha contava com empresários de vários segmentos e servidores públicos. O Ibama e a Polícia Federal estimam que em apenas quatro municípios paraenses (Paragominas, Tomé-Açu, Tailândia e Tucuruí) 148 empresas do setor comercializaram ilegalmente mais de 72 milhões de metros cúbicos de madeira em toras beneficiadas. O valor dos negócios fraudulentos pode chegar a cerca de R$ 65 milhões. Em agosto, o procurador-geral do Ibama havia designado um procurador federal para acompanhar as investigações e para intensificar os trabalhos internos de apuração. Em setembro, o Ibama de Belém encaminhou à Polícia Federal um lote de 724 ATPFs suspeitas, encontradas nas prestações de contas de várias empresas. A falsificação foi confirmada por peritos do Ibama. Após três meses de auditoria o Ibama descobriu que oito siderúrgicas do Pará e Maranhão consumiram ilegalmente 7,4 milhões de metros cúbicos de carvão nos últimos cinco anos e deixaram de replantar 60 mil hectares como reposição florestal obrigatória.
Devastação atingiu 18,9 mil km² da Amazônia em um ano, diz Inpe da Folha OnlineCerca de 18,9 mil quilômetros quadrados foram desmatados na Amazônia entre agosto de 2004 e julho de 2005, conforme dados obtidos por satélite pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e divulgados nesta segunda-feira. O mapeamento atinge 87% de toda a região.O número frustrou as expectativas divulgadas em agosto pelo Ministério do Meio Ambiente. Na ocasião, com base em uma avaliação de imagens menos precisas, também captadas pelo Inpe via satélite, a pasta estimava que somente 9.106 quilômetros quadrados tivessem sido devastados.Devido à margem de erro do levantamento, a área pode ser 5% maior ou menor que o total divulgado.Durante a divulgação dos resultados feita pela manhã, os ministros da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmaram que houve uma queda acentuada no desmatamento registrado próximo à rodovia Belém-Brasília (BR-163).Para a ministra, a diminuição é resultado das fiscalizações do Plano de Combate ao Desmatamento promovidas pelo governo federal.Em contrapartida, foi registrado também um aumento no desmatamento no sudeste do Pará e no sul do Amazonas.