Tópico: Após contragimento, deu o troco em 55 quilos de moedas

[Diego]

Ele sofreu constrangimento para receber um cheque. Seis meses depois, deu o troco. Em 55 quilos de moedas.

José Luis Pereira da Silva é carioca, tem 39 anos e três filhos. Mora na Cohab II, Zona Leste de São Paulo, e vende peças antigas de carros para colecionadores. Como a maioria dos brasileiros, não tem diploma universitário: cursou até o 2º ano de Arquitetura da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Mas Silva também faz parte de outro grupo de cidadãos brasileiros, este minoritário: o dos que não têm vergonha de reivindicar seus direitos de consumidores.

Em julho de 2001, Silva recebeu um cheque de R$ 4 mil do seu tio Aldineu Pereira Dias, cliente da agência do HSBC da Vila Maria, na av. Guilherme Cotching, 1462. Lá, tanto a caixa quanto a gerente do banco disseram que a assinatura não conferia, e o cheque deveria ser trocado.

Segundo o atual gerente da agência, Ulisses Pessi, quando a assinatura não confere, o cheque é devolvido por medida de segurança. “É um procedimento normal”, garante. Mas não parece ter sido este o motivo que levou o banco a negar o saque. Segundo Silva, foi o preconceito. “Eu vestia jaleco e calças jeans sujas de graxa. Se estivesse de terno e gravata, ou fosse correntista do banco, receberia o dinheiro.”

Silva ligou de seu celular para o tio, que estava no município de São Caetano. Aldineu Dias foi até lá, fez outro cheque de R$ 4 mil, deu para Silva entregar ao caixa e ficou ao seu lado, sem se apresentar como o emitente. A funcionária disse novamente que não poderia recebê-lo porque a assinatura não conferia e se surpreendeu com a reação de Silva. “Você está enganada. O cheque recusado é este aqui, que está no meu bolso, e ambos pertencem a este senhor”, disse, apontando para Dias. O gerente Pessi afirma que o cliente reassinou o livro de cadastro e o problema foi solucionado, mas Silva alega que todas as assinaturas conferiam, e o banco aceitou o segundo cheque.

Apesar da demora de duas horas, o saque foi efetuado. Silva poderia voltar para casa e esquecer. Mas não. “As pessoas que estavam na fila podem ter pensado que eu era um estelionatário e que o cheque era falso”, lamenta. Naquele dia, ele disse ao gerente que tinha gostado do atendimento e voltaria à agência. Cumpriu a promessa. Seis meses depois, em janeiro deste ano, ele e um amigo foram fazer um depósito de R$ 4.279,96 no HSBC da Vila Maria. O dinheiro, cerca de 130 kg de moedas, foi levado em 16 caixas de uva, num utilitário. O gerente Ulisses Pessi pediu que aguardassem enquanto providenciava uma máquina para contar as moedas. Mas os dois esperaram três horas e meia para saber que não poderiam fazer o depósito: uma resolução do Banco Central limita a quantidade de moedas em depósitos individuais a R$191,00.

“Fui praticamente expulso do banco sem fazer o depósito”, critica Silva, que voltou à agência no dia 7 de fevereiro para depositar R$ 2.637,27. Para respeitar a lei, levou 34 amigos, cada um com um saco de moedas com menos de R$ 191,00. Segundo Silva, todos os funcionários da agência, inclusive o gerente, contaram os 55,6 kg de moedas em duas horas.

Alguns advogados perguntaram se ele não moveria uma ação por danos morais. Receberam a mesma resposta: “meu objetivo não é tirar dinheiro do HSBC, mas evitar que outros brasileiros passem pelo mesmo constrangimento”. E se a situação se repetir? “Faço tudo de novo.”
http://www.idec.org.br/idec.org.br_non_ssl/materia.asp?id=23

[n/a]

 

Mas eu processaria.  

[Poindexter]

Do que adiantaria processar? Até poderia ganhar, mas se os caixas disserem que sinceramente acharam que as assinaturas não conferiam, quem provaria o contrário?

Imagine-se só o medo que os caixas passariam a ter de recusar cheques, mesmo que não achem que a assinatura bate, com pessoas vestidas em trajes "pobres"...

[Carlos Capuchinho]

gostei.  

[Oceanos]

E ele pagou de otário de novo. Ficou 3 horas esperando pra saber que não poderia depositar.

Se eu fosse ele, levava os amigos de novo e depositava o resto dos 4.000...

[Atheist]

Do que adiantaria processar? Até poderia ganhar, mas se os caixas disserem que sinceramente acharam que as assinaturas não conferiam, quem provaria o contrário?

Imagine-se só o medo que os caixas passariam a ter de recusar cheques, mesmo que não achem que a assinatura bate, com pessoas vestidas em trajes "pobres"...

O pessoal do banco tem curso para identificar assinatura. Um perito poderia afirmar que as assinaturas, na realidade, conferiam. No fim, sobrava para os funcionários, para variar...

[Atheist]

E ele pagou de otário de novo. Ficou 3 horas esperando pra saber que não poderia depositar.

Se eu fosse ele, levava os amigos de novo e depositava o resto dos 4.000...

É... Na mesma hora eu falava: não tem problema, pode fazer n depósitos de 191 reais... eu guardo os recibos. A lei diz que um único depósito não pode ser feito, mas não diz que uma pessoa não pode fazer mais de um depósito. Ou diz?

[Týr]

Alguns advogados perguntaram se ele não moveria uma ação por danos morais. Receberam a mesma resposta: “meu objetivo não é tirar dinheiro do HSBC, mas evitar que outros brasileiros passem pelo mesmo constrangimento”. E se a situação se repetir? “Faço tudo de novo.”

Isso é ter dignidade, mas se fosse comigo eu tirava um dinheirinho do banco, parece que no Brasil os errados só sentem quando o bolso é atacado.

[Agnostic]

Alguns advogados perguntaram se ele não moveria uma ação por danos morais. Receberam a mesma resposta: “meu objetivo não é tirar dinheiro do HSBC, mas evitar que outros brasileiros passem pelo mesmo constrangimento”. E se a situação se repetir? “Faço tudo de novo.”

Isso é ter dignidade, mas se fosse comigo eu tirava um dinheirinho do banco, parece que no Brasil os errados só sentem quando o bolso é atacado.

Se a situação gerou claro constrangimento para ele, seria muito normal processar o banco. Seria ótimo se mais pessoas fizessem isso e a cultura de procurar os direitos fosse mais comum, como é nos EUA, por exemplo. Eu processaria, com toda certeza, e iria preparado na próxima vez, com uma filmadora, como aliás já fizemos aqui em casa contra um banco e uma muito conhecida rede de lojas. Em ambos estamos ganhando. Foram situações muito óbvias e a justiça tem funcionado, ainda que não tão rápida.

[Atheist]

Alguns advogados perguntaram se ele não moveria uma ação por danos morais. Receberam a mesma resposta: “meu objetivo não é tirar dinheiro do HSBC, mas evitar que outros brasileiros passem pelo mesmo constrangimento”. E se a situação se repetir? “Faço tudo de novo.”

Isso é ter dignidade, mas se fosse comigo eu tirava um dinheirinho do banco, parece que no Brasil os errados só sentem quando o bolso é atacado.

Se a situação gerou claro constrangimento para ele, seria muito normal processar o banco. Seria ótimo se mais pessoas fizessem isso e a cultura de procurar os direitos fosse mais comum, como é nos EUA, por exemplo. Eu processaria, com toda certeza, e iria preparado na próxima vez, com uma filmadora, como aliás já fizemos aqui em casa contra um banco e uma muito conhecida rede de lojas. Em ambos estamos ganhando. Foram situações muito óbvias e a justiça tem funcionado, ainda que não tão rápida.

Dá pra entrar com filmadora no banco, na boa?

[Quasar]

Porque R$191,00 ?

Porque não 200 ou 190, ou melhor 318?

[Týr]

Porque R$191,00 ?

Porque não 200 ou 190, ou melhor 318?

É por coisas como esta, que eu adoro esse país!!!  

[n/a]

Deve ser algo em "Ufir's", não?

[Snake]

Devem ter consultado um numerólogo antes de definir o valor.