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ROMA (Reuters) - O principal rabino de Roma detonou uma polêmica na quinta-feira ao boicotar um grande evento interreligioso do Vaticano devido à presença nele de um cardeal francês que era judeu e se converteu.O rabino Riccardo Di Segni manteve distância da conferência ocorrida em Roma e da qual participaram dezenas de líderes católicos e judeus porque o cardeal Jean-Marie Lustiger, de Paris, era um dos palestrantes."O rabino Di Segni não considerou oportuna a decisão de ter Lustiger no painel", afirmou à Reuters Leone Pasermann, presidente da comunidade judaica de Roma.Lustiger nasceu judeu, mas converteu-se ao catolicismo quando era adolescente. A mãe dele foi morta pelos nazistas no campo de concentração de Auschwitz."Isso que Di Segni fez foi uma coisa muito estúpida", disse à Reuters o rabino Henry Sobel, presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista e principal rabino do Brasil, durante as celebrações pelos 40 anos do documento chamado "Nostra Aetate" (na nossa época).O documento, aprovado pelo Concílio Vaticano II, revolucionou as relações entre as duas religiões ao rechaçar a idéia de que os judeus eram responsáveis pela morte de Cristo."Poucas pessoas fizeram mais pelas relações entre católicos e judeus que o cardeal Lustiger", afirmou Sobel.Mark Winer, rabino da Sinagoga de Londres Ocidental dos Judeus Britânicos, disse compreender por que Di Segni havia feito o que fez, mas acrescentou: "Boicotar um amigo do povo judaico não é fazer a coisa certa."Em uma mensagem enviada à conferência, o papa Bento 16 garantiu aos judeus que ele e o Vaticano estavam definitivamente comprometidos com a manutenção de boas relações entre as comunidades católica e judaica e que nunca se esqueceriam do Holocausto.A mensagem dele foi aplaudida por muitos dos outros líderes judeus que compareceram ao evento.</blockque>