Autor Tópico: Ministério Público quer proibir venda de livro do bispo Edir  (Lida 1013 vezes)

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Offline Vito

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Ministério Público quer proibir venda de livro do bispo Edir
« Online: 08 de Novembro de 2005, 23:45:58 »
Ministério Público quer proibir venda de livro do bispo Edir Macedo
08/11/2005  - 23h04

Colaboração para a Agência Folha, em Salvador

O Ministério Público Federal da Bahia quer proibir a venda em todo o Brasil do livro "Orixás, Caboclos e Guias Deuses ou Demônios?", escrito pelo bispo Edir Macedo, um dos fundadores da Igreja Universal do Reino de Deus.

Movida pelos procuradores Sidney Madruga e Cláudio Gusmão, a ação civil pública alega que a obra é "degradante, injuriosa, preconceituosa e discriminatória" em relação às religiões afros --candomblé, umbanda e quimbanda.

De acordo Sidney Madruga, o livro de Edir Macedo, que já vendeu cerca de 3 milhões de exemplares desde 97, estimula o preconceito contra outros pensamentos religiosos.

"O Ministério Público Federal não quer apenas que as vendas do livro em bancas sejam suspensas. Queremos mais. Queremos que qualquer tipo de comercialização da obra, seja pela internet, seja por telefone, seja proibida."

A ação do Ministério Público será julgada pela juíza Nair Pimenta Bueno, da 4ª Vara da Justiça Federal. Além de solicitar a suspensão da venda do livro, Sidney Madruga disse que pretende aditar a ação [acrescentar outra solicitação] pedindo indenização por danos morais coletivos.

Caso a liminar seja concedida, a Gráfica Universal e a Igreja Universal do Reino de Deus deverão suspender imediatamente a distribuição dos livros, além de efetuar o recolhimento de todos os exemplares à venda.

Em um dos trechos do livro, Edir Macedo diz que as religiões afro são responsáveis pelo subdesenvolvimento do Brasil. "Se o povo brasileiro tivesse os olhos bem abertos contra a feitiçaria, a bruxaria e a magia, oficializadas pela umbanda, candomblé, kardecismo e outros nomes (...), certamente seríamos um país bem mais desenvolvido."

Repercussão

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da Bahia, Dinailton Oliveira, disse que apóia a posição do Ministério Público. "Não podemos aceitar qualquer tipo de intolerância religiosa", disse.

Segundo Oliveira, é preciso respeitar as opiniões divergentes. "Como católico, eu respeito as pessoas que são da Igreja Universal do Reino de Deus. Por que essas pessoas não podem nos respeitar?"

A reportagem entrou em contato à tarde com o deputado estadual Márcio Marinho (PL), líder da bancada evangélica na Assembléia Legislativa da Bahia e um dos principais representantes da Igreja Universal do Reino de Deus no Estado.

Sua secretária informou que o bispo estava participando de uma atividade e que não poderia atender, mas que ligaria de volta, o que não aconteceu.

Offline Stéfano

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Re.: Ministério Público quer proibir venda de livro do bispo
« Resposta #1 Online: 09 de Novembro de 2005, 00:41:58 »
:apoiado:
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Offline Rodion

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Re.: Ministério Público quer proibir venda de livro do bispo
« Resposta #2 Online: 09 de Novembro de 2005, 04:17:59 »
"Em um dos trechos do livro, Edir Macedo diz que as religiões afro são responsáveis pelo subdesenvolvimento do Brasil. "Se o povo brasileiro tivesse os olhos bem abertos contra a feitiçaria, a bruxaria e a magia, oficializadas pela umbanda, candomblé, kardecismo e outros nomes (...), certamente seríamos um país bem mais desenvolvido." "
putz.
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Offline Luis Dantas

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Re.: Ministério Público quer proibir venda de livro do bispo
« Resposta #3 Online: 09 de Novembro de 2005, 04:39:13 »
Eu me pergunto se teriam sido tão rápidos em censurar esse livro que ele atribuísse esses males ao comunismo em vez da Umbanda.

O livro é tosco, sim, mas não acho que proteger idéias religiosas automaticamente simplesmente por serem religiosas seja o caminho.
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Em 18 de janeiro de 2010, ainda não vejo motivo para postar aqui. Estou nos fóruns Ateus do Brasil, Realidade, RV.  Se a Moderação reconquistar meu respeito, eu volto.  Questão de coerência.

Offline Rodion

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Re.: Ministério Público quer proibir venda de livro do bispo
« Resposta #4 Online: 09 de Novembro de 2005, 04:46:15 »
hm... concordo. quantos livros anti-cristãos, por exemplo, já não foram lançados no mundo?
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Offline n/a

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Re.: Ministério Público quer proibir venda de livro do bispo
« Resposta #5 Online: 09 de Novembro de 2005, 20:16:34 »
É, questão complicada. Se fosse assim os filmes do Monty Phyton deveriam ser retirados de circulação também, não?

Offline Alenônimo

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Re.: Ministério Público quer proibir venda de livro do bispo
« Resposta #6 Online: 10 de Novembro de 2005, 01:47:21 »
Eu acho que a proibição é legítima pois o livro tem um ar discriminatório muito forte. Não é uma sátira ou uma mera crítica: é uma ofensa mesmo. Eles jogam a culpa do nosso país ser uma bosta nas religiões dos negros (sendo que é porque temos gente no poder como eles próprios).

Cada coisa deve estar em seu lugar. Religião fora do Estado e uma não ofendendo a outra.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Rodion

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Re: Re.: Ministério Público quer proibir venda de livro do b
« Resposta #7 Online: 10 de Novembro de 2005, 13:36:35 »
Citação de: Alenônimo
Eu acho que a proibição é legítima pois o livro tem um ar discriminatório muito forte. Não é uma sátira ou uma mera crítica: é uma ofensa mesmo. Eles jogam a culpa do nosso país ser uma bosta nas religiões dos negros (sendo que é porque temos gente no poder como eles próprios).

Cada coisa deve estar em seu lugar. Religião fora do Estado e uma não ofendendo a outra.


ora, atribuiram nossas mazelas a um fator. o fator, por acaso, é uma religião e um grupo étnico. assim como eu posso também falar que nosso alto crescimento demográfico é em função da icar. e, se eu bailar bastante com as palavras, que a nossa miséria é fruto do crescimento demográfico.
furado ou não o que eu digo, a culpa caiu nas mãos da icar. e não faria sentido proibir isso.

acho que a proibição não procede, mesmo.
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Offline Roberto

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Ministério Público quer proibir venda de livro do bispo Edir
« Resposta #8 Online: 10 de Novembro de 2005, 16:23:05 »
Queria ver é se algum cabra do MP seria macho o bastante pra querer proibir a Bíblia, hehehe.

Liberdade de expressão existe para que as pessoas digam ou escrevam coisas de que não gostamos. Se só for permitido dizer ou escrever coisas que achamos legais, pra quê falar em liberdade de expressão?
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Vito

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Juíza suspende venda de livro do bispo Edir Macedo
« Resposta #9 Online: 11 de Novembro de 2005, 00:22:31 »
Juíza suspende venda de livro do bispo Edir Macedo
10/11/2005  - 23h08

Colaboração para a Agência Folha, em Salvador

A juíza Nair Cristina de Castro, da 4ª Vara da Justiça Federal da Bahia, determinou na noite de quarta-feira (9) a suspensão da venda do livro "Orixás, Caboclos e Guias Deuses ou Demônios?", escrito pelo bispo Edir Macedo, um dos fundadores da Igreja Universal do Reino de Deus.

De acordo com a sentença, a Igreja Universal do Reino de Deus e a Editora Gráfica Universal --responsáveis pela distribuição do livro-- têm 30 dias para retirar a obra de mercado, sob pena de uma multa diária de R$ 50 mil, além das "sanções cíveis e criminais cabíveis".

Em sua sentença, a juíza criticou o livro do bispo Edir Macedo. Segundo Nair de Castro, a obra "se mostra abusiva e atentatória ao direito fundamental, não apenas dos adeptos das religiões originárias da África e aqui absorvidas, culturalmente, como afro-brasileiras, mas da sociedade, no seu genérico prisma, que tem direito à convivência harmônica e fraterna, a despeito de toda a sua diversidade (de cores, raças, etnias e credos)".

A ação civil pública contra a venda do livro foi movida pelos procuradores Sidney Madruga e Cláudio Gusmão, que consideraram a obra "degradante, injuriosa, preconceituosa e discriminatória" em relação às religiões afros --candomblé, umbanda e quimbanda.

Sidney Madruga disse que, agora que a Justiça proibiu a venda do livro, vai solicitar um aditamento na ação para responsabilizar o bispo Edir Macedo e a Igreja Universal do Reino de Deus por danos morais coletivos.

O livro, que já vendeu cerca de 3 milhões de exemplares desde 97, de acordo com o Ministério Público Federal, diz que o sincretismo religioso é uma "mistura curiosa e diabólica da mitologia africana, indígena brasileira, espiritismo e cristianismo, que criou ou favoreceu o desenvolvimento de cultos fetichistas como a umbanda, a quimbanda e o candomblé". Cabe recurso à decisão da juíza federal.

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da Bahia, Dinailton Oliveira, disse que apóia a posição da Justiça Federal. "Não podemos aceitar qualquer tipo de intolerância religiosa", disse.

Por meio do advogado Mateus Cerqueira, a Igreja Universal informou que ainda não foi notificada da decisão tomada pela Justiça. Segundo o advogado, a igreja vai recorrer ao Tribunal Regional de Brasília quando receber a notificação.

Folha

 

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