da Folha Online
Auditoria realizada pelo grupo KPMG aponta que dois ex-executivos da Volkswagen, Helmuth Schuster e Klaus-Joachim Gebauer, gastaram mais de US$ 1 milhão em festas privadas com a contratação de prostitutas.
Além de utilizar dinheiro da empresa para corromper lideranças sindicais e políticos, funcionários e ex-funcionários da Volks são acusados de pedir ainda propinas a fornecedores da montadora e de criar companhias de fachada para conseguir contratos com a Volks.
Schuster deixou a empresa em junho. Gebauer, que foi demitido logo depois, chegou a apontar o atual ministro do Trabalho e então presidente do Sindicato do Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, de ter participado de uma dessas festas com prostitutas na Alemanha. O ministro nega.
O relatório da auditoria informa que Schuster, que fazia parte do corpo de membros da subsidiária tcheca Skoda, e Gebauer, que fazia parte do departamento pessoal da Volks, organizavam viagens e festinhas particulares com dinheiro da montadora.
A Volks disse que Gebauer se apropriou de até US$ 1,09 milhão desde 2000, parte para despesas privadas como viagens e visitas a bares.
Além disso, a auditoria investiga um extra de US$ 742.759 que teria sido transferido para uma suposta amante de um dos diretores sem nenhum motivo aparente.
Os dois ex-diretores não foram encontrados por agências internacionais para comentar as acusações.
A Volks, que também é investigada pela promotoria da Baixa Saxônia (Estado onde está localizada a sede da empresa), informou que deve pagar cerca de US$ 5,8 milhões para a realização da auditoria em suas contas.
O chefe-executivo da Volks, Bernd Pischetsrieder, afirmou que a empresa tem como objetivo se "tornar mais transparente interna e externamente". A Volks também planeja indicar um ombudsman para analisar seus próprios procedimentos.
As ações da Volks subiram 1,6% e fecharam cotadas a US$ 53,20 na Bolsa de Frankfurt.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u102345.shtml