Bush e Lula cobram da UE oferta melhor na OMC
Fonte: Gazeta Mercantil - 16/11/05
http://www.fiec.org.br/cince/prod&serv/mailclipping/edicoes/20051116.htm O presidente brasileiro enviou mensagem oficial ao primeiro- ministro Tony Blair. Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, George W. Bush, apoiaram o pedido do primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, aos 148 membros da Organização Mundial do Comércio (OMC), para a renovação de esforços a fim de revitalizar as negociações da Rodada Doha de liberalização comercial. Mas também aproveitaram para fazer cobranças à União Européia (UE).
Em mensagem oficial enviada ontem a Blair, Lula disse que "O momento é crucial. Os países ricos... têm de abrir seus mercados agrícolas e eliminar subsídios distorcivos que impedem os países mais pobres de competir em igualdade de condições. Os Estados Unidos fizeram um gesto importante, embora insuficiente, ao sinalizar sua disposição de reduzir substancialmente os subsídios mais distorcivos" E completou dizendo que ser "indispensável que a UE dê sinais claros de que está efetivamente disposta a abrir seus mercados e reduzir os subsídios internos que hoje são, de longe, os maiores do mundo."
"Aplaudo seu pedido para atuar a fim de assegurar um resultado de sucesso da chamada rodada de Doha da OMC", destacou Bush em uma declaração divulgada pela Casa Branca no momento em que viajava para o Japão ontem.
EUA e Brasil têm criticado a UE, afirmando que o bloco está fazendo uma oferta agrícola inaceitável para que se chegue a um acordo com certa ambição na reunião ministerial da OMC em dezembro, em Hong Kong.
"Todos os membros da OMC terão de fazer a sua parte para a reunião ministerial de dezembro em Hong Kong ser proveitosa", disse o presidente Bush. Segundo ele, se os EUA e a UE fizerem cortes reais de subsídios e nas tarifas alfandegárias agrícolas, as nações pobres terão que fazer propostas significativas para reduzir taxas e barreiras comerciais no campo de bens manufaturados e serviços.
Os países pobres argumentam que o principal obstáculo para o avanço destas tentativas é o nível de subsídios agrícolas nos EUA e na UE, assim como as limitações às importações do setor.
Os países da região do Pacífico, que representam quase a metade do comércio mundial, decidiram ontem jogar duro contra a relutância da Europa em abrir seus mercados para produtos agropecuários. Os 21 líderes da Associação de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec), reunidos na Coréia do Sul, agora parecem determinados a emitir, ainda esta semana, o que uma fonte oficial descreveu como "uma declaração veemente e curta exortando a União Européia a avançar no acesso a mercados". O grupo, que inclui pesos-pesados do comércio mundial, como EUA, Austrália, China e Japão, espera que seu apelo dê nova energia às negociações da OMC.
O comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, lamentou ontem as acusações dos dirigentes asiáticos contra a atitude européia nas negociações da OMC e reafirmou que a UE não fará novas ofertas sobre os subsídios agrícolas. "Acredito que será mais útil para a Apec usar sua reunião para estabelecer uma plataforma de negociações, em vez de ficar lançando acusações", disse.
Fonte: Gazeta Mercantil - 16/11/05