Abertura no campo de negócios
Publicado no Jornal Gazeta Mercantil em 23/11/05
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http://www.fiec.org.br/cince/prod&serv/mailclipping/edicoes/20051123.htm#a7 Ásia, África e América Central já se destacam como compradores de produtos nacionais. A análise das exportações brasileiras nos últimos cinco anos revela a crescente entrada do Brasil em novos mercados consumidores. A Ásia, África e América Central se consolidam como fortes mercados para os produtos brasileiros, enquanto os parceiros clássicos da América do Norte e Europa perdem participação nos negócios.
Segundo a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), entre janeiro de 2003 a setembro de 2005 as vendas cresceram 112% para mercados não-tradicionais. Países como Colômbia, África do Sul, Bahamas, Irã, Egito, Tailândia, Cingapura e Emirados Árabes quebraram a barreira dos R$ 500 milhões importados do Brasil.
Destino de 11,9% das exportações em 2000, a Ásia saltou para 17,7% neste ano, até setembro, devido principalmente ao crescimento econômico da China. E a participação da África duplicou, no mesmo período, de 2,4% para 5,1% (4,4% em 2004).
Já a América Central, juntamente com o México, apresenta a mais expressiva expansão: sua fatia cresceu de 2,7% na crise mexicana de 1995 para 7,3% no acumulado até setembro deste ano.
O resultado mostra, além da recuperação econômica do México, a conquista de novos mercados na região, como as Bahamas, cujas compras passaram de US$ 101 milhões em 2002 para US$ 852 milhões neste ano (US$ 487 milhões em 2004). Este padrão de crescimento pode ser observado também nas vendas para a Costa Rica e Aruba.
Queda - Em movimento inverso, a América do Norte, Europa e Oceania registram queda de participação no total das exportações, apesar do aumento do volume embarcado. A América do Norte, que em 2002 era responsável por 27% das exportações, recuou para 20,9% no acumulado de 2005, enquanto a participação da Europa diminuiu de 31,4% em 1998 para 25,1%. A Oceania representa menos de 1% das exportações.
Os parceiros comerciais da América do Sul, que em 1998 representavam 24,2% das exportações e haviam recuado ao patamar de 12,4% em 2002, devido à crise Argentina, vem mantendo uma rápida recuperação: no acumulado até setembro de 2005, a participação foi de 17,8%.
Segundo a consultoria GRC Visão, as exportações nacionais avançam devido à onda de crescimento mundial, puxado pelos EUA e China, mas a abertura de novos mercados também é um fator decisivo para os consecutivos recordes na balança comercial. Isso mostra que o aproveitamento do potencial de consumo dos países emergentes pode prolongar o período positivo do comércio exterior brasileiro.
Iraque - As exportações brasileiras ao Iraque cresceram 24% em outubro com relação a setembro. No mês passado, o Brasil vendeu US$ 11,56 milhões, contra US$ 9,34 milhões em setembro, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O resultado já é o quarto melhor dos últimos 10 anos. Com a manutenção do crescimento das vendas, a perspectiva da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque, de acordo com Jalal Chaya, presidente da entidade, é de que até dezembro as vendas ao Iraque fiquem entre os três melhores resultados do período.
Em novembro, foram realizados os primeiros embarques de produtos de cerâmica destinados à construção civil. As vendas são da Formigres, de Santa Gertrudes (SP), que participou da Feira de Aman, na Jordânia, em setembro.
Cinco produtos - No mês de outubro, as exportações brasileiras registraram forte concentração em cinco produtos: na comparação com o mesmo período do ano passado, eles responderam por 80% do aumento de 12% nas vendas externas do País, segundo análise do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Se esses produtos tivessem mostrado um desempenho estável, o crescimento das exportações não chegaria a 3%.
O avanço dos negócios externos no mês de outubro se apoiou principalmente no minério de ferro (participação de 27% no crescimento total), soja (19%), gasolina (13%), carne de frango (10,7%) e telefones celulares (9,8%). No acumulado de janeiro a outubro, porém, os mesmos produtos mostram participação menor, de 26%, no aumento das exportações.
Fonte: Gazeta Mercantil - 23/11/05