Autor Tópico: Ceticismo e Parapsicologia  (Lida 1438 vezes)

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Ceticismo e Parapsicologia
« Online: 24 de Novembro de 2005, 21:16:09 »
Ceticismo e Parapsicologia     
Weber Dalla Vecchia
Inter Psi / CENEP / COS / PUC-SP
weberdv@uol.com.br

Muito longe de esgotar o tema, o pretendido neste artigo é abordar alguns aspectos relacionados às controvérsias suscitadas pela alegação da existência de uma classe de fenômenos - os ditos parapsicológicos ou psi - que escapam aos paradigmas científicos atuais, e que, por isto mesmo, são chamados de anômalos.
O modo de pensar crítico deveria ser aplicado para qualquer alegação. O cientista tem mesmo de ser cético, pois se qualquer alegação fosse aceita sem critérios, a ciência perderia muito em eficácia, e, conseqüentemente, em credibilidade. O ceticismo força o uso de métodos experimentais apurados, e portanto a utilização e produção de medidas mais corretas e de idéias mais elaboradas e consistentes. Um pouco de senso crítico aplicado em muitas alegações New Age, revela porque muitos têm dúvidas sobre a realidade dos fenômenos parapsicológicos. Há mesmo muita confusão com argumentos usados por entusiastas não críticos da existência de psi.

Algumas análises críticas de pesquisas parapsicológicas foram muito construtivas. Os antigos experimentos de telepatia originaram as atuais técnicas de Ganzfeld, que continuam sendo aperfeiçoadas; e os experimentos com dados cederam lugar aos Geradores de Números Aleatórios (RNG); apenas para citar dois exemplos.

O ceticismo exacerbado, porém, também é um problema, pois é preconceituoso e não aplica a crítica em suas afirmações. Muitos argumentos estereotipados e simplistas são usados para negar psi. Contudo, os mesmos ficam bem enfraquecidos após uma análise mais apurada.

Os fenômenos parapsicológicos são tachados de crenças populares ilógicas e primitivas, e a pesquisa dos mesmos é menosprezada como ocultismo em roupagem pseudocientífica, sendo acusada de possuir apenas uma fachada de metodologia científica.

As críticas à pesquisa psi, de que é uma pseudociência, têm dificultado muito seu desenvolvimento, gerando falta de interesse e preconceito de cientistas sérios, o que acarreta falta de verbas e escassez de programas.

Ironicamente, os mesmos céticos que tentam bloquear a pesquisa psi através de argumentos retóricos de que é ridícula, também são os responsáveis por perpetuar os muitos mitos populares associados aos fenômenos psi. Muitos cientistas sérios, temendo por suas reputações, têm prevenção em investigar as alegações psi, e os céticos extremos são especializados em criticismo, e não conduzem pesquisas. Como os crentes extremos não estão interessados em conduzir estudos científicos rigorosos, poucos sobram, então, para conduzir as investigações.

Um exemplo de atitude inflexível contra a pesquisa dos fenômenos psi, é a adotada pelo grupo americano CSICOP (Comitê Para Investigação Científica de Alegações de Paranormalidade), que reúne cientistas e outras pessoas, cujos propósitos originais, eram examinar objetivamente os indícios de fenômenos paranormais. Seu periódico, o "Skeptical Inquirer", tem artigos que mesclam pesquisa parapsicológica com assuntos como tarô, astrologia, abominável homem das neves, vampiros, OVNIs, bruxaria, poder das pirâmides; o que contribui para a impressão de que este não é um ramo de pesquisa que é conduzido muito seriamente.

Uma crítica freqüentemente aduzida para explicar os resultados da pesquisa psi, é que os resultados positivos foram obtidos devido a fraudes. Ora, este ramo da ciência, assim como todos os outros, não está imune à ocorrência de certos atos desonestos. Comparando a parapsicologia com a psicologia, contudo, pode-se dizer que há um modo diferenciado de reação frente às fraudes. Na pesquisa psi, quando identificado um caso, os próprios parapsicólogos o divulgam no intento de mostrar a seriedade do seu campo de estudo, uma vez que já sofre preconceito por parte de outros cientistas. Também são grandes os esforços no sentido de reproduzir os resultados experimentais, o que pode auxiliar na identificação de práticas fraudulentas. Na psicologia, o interesse na reprodução dos experimentos é bem menor, sendo que, se os dados são teorica e intuitivamente plausíveis, normalmente não há a preocupação em se fazer simples duplicações.

Outros ataques visam uma suposta incompetência dos pesquisadores psi em conduzir experimentos bem feitos, dizendo que os resultados favoráveis se devem a falhas metodológicas, relatórios seletivos e tratamentos estatísticos deficientes. Tais argumentos têm sido refutados já há muito. Pesquisa realizada por especialistas em metodologia científica da Universidade de Harvard, apontou que a investigação experimental psi tem sido conduzida segundo padrões científicos apropriados, não raro se mantendo fiel a protocolos mais rigorosos que os encontrados atualmente nas pesquisas físicas e sociais.

Alguns céticos chegam a dizer até, que quando houver o "experimento perfeito", o fenômeno psi desaparecerá, não levando em conta o fato de que eles têm sido convidados a participar de muitos experimentos, tanto no planejamento, como condução e análise de resultados. Por que não sugeririam o "perfeito experimento" e não o realizariam ou dele participariam, os auto intitulados céticos? Deveriam, pelo menos, especificar as condições sob as quais a pesquisa poderia refutar as críticas.

"As Leis da Natureza seriam violadas por psi", é outro argumento brandido pelos céticos. Contra o mesmo, basta lembrar que as "leis da natureza" não são fixas, e sim idéias bem estabelecidas sempre sujeitas a expansão e refinamento, de acordo com evidências provenientes de novas observações.

Outras críticas dizem que não há teorias de psi. Isto não é verdade; há, sim, muitas teorias que tentam explicar psi, o que não quer dizer que elas o façam satisfatoriamente de modo global. Porém, a falta de teorias completas eficazes sobre psi, não implica que esses fenômenos não existam. Aliás, a maioria dos parapsicólogos não alegam entender o que psi é. Eles projetam experimentos tentando obter efeitos semelhantes aos expontâneos.

Infelizmente, não há uma regularidade das críticas às diferentes disciplinas. Aquelas bem aceitas pela maioria dos integrantes da comunidade científica, são tratadas mais benevolentemente pelos céticos. Por exemplo, os céticos não questionam a psicologia, mesmo que esta ainda não consiga explicar bem processos elementares como a consciência.

Também é inválido como crítica enfocar o fato de que muitos fenômenos que antes pensávamos ser paranormais terem hoje explicações normais. Ora, este é o objetivo da ciência: a explicação do mundo a nossa volta; sendo que ela deve tentar entender também aqueles fenômenos que em determinada ocasião configurem anomalias.

A suposta falta de replicabilidade dos experimentos é muitas vezes apontada nas críticas. Ao contrário de muitos experimentos em física e química onde poucas variáveis significativas estão envolvidas e podem facilmente ser feitos por qualquer pessoa, os fenômenos psi, assim como os sociais e psicológicos, envolvem mutíssimas e complexas variáveis muito difíceis ou impossíveis de serem diretamente controladas. No caso de psi, são usados argumentos estatísticos para demonstrar a "replicabilidade". O fato de não se conseguir provocar um fenômeno no momento desejado, não quer dizer que o mesmo não exista. Para avaliar a replicabilidade em psi, usa-se uma técnica que é muito aplicada em ciências médicas, comportamentais e sociais para integrar os dados de numerosos resultados independentes. É a chamada meta-análise. A mesma, em psi, tem mostrado que os resultados esperados pelo acaso são grandemente superados.

A própria meta-análise tem sido objeto de críticas na pesquisa psi, porém. em muitas delas os resultados criticados foram removidos, e as freqüências continuaram as mesmas.

Outra crítica que se faz, é que enquanto outras ciências vão se construindo sobre seus dados prévios, na parapsicologia a base de dados é quase sempre descartada. O que não é verdade. Os experimentos se sofisticam, o que não quer dizer que os resultados anteriormente obtidos percam valor.

Uma outra tentativa de desvalorizar as evidências, é falar que os efeitos psi são muito fracos e desinteressantes. Certamente essa é uma avaliação que carrega grande subjetividade. Todavia,  serem "fracos e desinteressantes" não significa que não existam. A hoje tão útil e comum eletricidade, cento e cinqüenta anos atrás não servia para nada.

Embora os céticos freqüentemente falem das hipóteses alternativas plausíveis, eles quase nunca testam suas idéias.

De qualquer forma, durante muitas décadas, a afirmação padrão cética foi que psi era impossível porque violava algumas mal especificadas leis físicas, ou porque o efeito não era repetível. Também era fácil de alegar que qualquer experimento bem sucedido era devido ao acaso ou fraude. Atualmente, muitos céticos bem informados sabem que os resultados são bem maiores que o esperado pelo acaso. O foco mudou da existência de efeitos interessantes para suas apropriadas interpretações. Muitos céticos, agora, admitem que os experimentos psi demonstram algo, mas não admitem a possibilidade de psi.

A ciência, sendo uma construção do ser humano, tem seus substratos  psicológicos e sociológicos. A retórica ofensiva e os ataques pessoais são freqüentes nas discussões sobre psi, e o próprio modo como a ciência trata as anomalias em geral, serve para mostrar o lado humano do funcionamento da mesma.

A despeito dos parapsicólogos deplorarem esses artifícios de retórica, assim é que uma controvérsia científica é disputada. Não é tanto a lógica do caso que determina o desfecho, mas sim a habilidade retórica dos que advogam para cada um dos lados.

Se de um modo algumas análises céticas de pesquisas parapsicológicas demonstraram-se muito construtivas, de outro, as reações do establishment científico à parapsicologia tendem a ir mais além, ao se utilizar de críticas para mantê-la com o status marginal e negar a ela os privilégios de uma disciplina científica. Certas atitudes céticas criam e mantém um limite cultural entre a parapsicologia e o restante das ciências.

A ciência, de uma forma geral, teria a ganhar se o ardor missionário de muitos céticos fosse exercido mais construtivamente, com mais propostas e trabalho, além das críticas.
Referências

    FREIRE-MAIA, N. (1991). A Ciência Por Dentro. Petrópolis : Editora Vozes
    IRWIN, H. J. (1994). An Introduction to Parapsycology. Jefferson: McFarland
    RADIN, D.I. (1997). The Conscious Universe. San Francisco : Harper Edge




http://www.pesquisapsi.com/content/view/2132/0/


Leituras recomendadas:

O Estatuto Científico da Parapsicologia:
http://www.pesquisapsi.com/content/view/2257/0/


Pesquisa Psi é Ciência?, de Péricles Moraes:
http://www.pesquisapsi.com/content/view/2125/0/


FAQ´s sobre pesquisa psi:
www.pesquisapsi.com/faq

Introdução ao Conceito de Psi.
http://www.pesquisapsi.com/arquivos/bol-1.html#mat2

Offline Zibss

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« Resposta #1 Online: 24 de Novembro de 2005, 21:19:59 »
Dicas para quem domina o inglês:

Mais a respeito das demonstrações empíricas de Psi:Texto técnico: “Experimental Evidence Suggestive of Anomalous Consciousness Interactions”, por Deborah' L. Delanoy, Department of Psychology, University of Edinburgh. 'Originalmente publicado em: Ghista, Dhanjoo N. (Ed.): Biomedical and Life Physics, pp. 398-410. Proceedings of the Second Gauss Symposium, 2-8 August, 1993, Munich. xvi, 545pp. Vieweg, Braunschweig/Wiesbaden, 1996


Texto de Douglas Stokes:

http://www.pesquisapsi.com/books/teopsi/teopsi.html


Mind Matter Unification Project:

http://www.tcm.phy.cam.ac.uk/~bdj10/mm/top.html

Offline Zibs

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Ceticismo e Parapsicologia
« Resposta #2 Online: 25 de Novembro de 2005, 06:00:23 »
Total apoio aos estudos psy :roll: .Nao existe nada de concreto quanto a investigacao dos fenomenos psy?


A tinta de urucum

Suponhamos que só existissem 2 pessoas no mundo, e um nao tivesse o conhecimento de outro.Um era um observador, o outro, um indio c/ conhecimentos praticos sobre a natureza.Certo dia, o observador encontra um desenho de uma arvore feita pelo indio a base de tinta de urucum.
Analisando atentamente o desenho, o observador se põe a descobrir o que era aquilo.Começa a investigar as arvores, ja que era o que estava retratado no desenho.Inicialmente descobre que o papel era feito de um materia viscoso da arvore - celulose, e logo chega a primeira conclusao: a arvore tinha gerado o papel.Na sequencia, analisando criteriosamente o impresso do desenho, percebe que aquilo tambem era obra da arvore, descobrindo a tinta a base de urucum.
Feliz da vida com suas descobertas, tornou-se amigo das arvores, contemplando a possibilidade futura de comunicacao atraves dos desenhos.Afinal, nao lhe restava duvidas que a autoria do mesmo "só" podia ser das arvores.Assim, continuou adorando as arvores até o final de sua vida, sem contudo estabelecer nova comunicacao.
Moral da estoria: ah, é simples, retirem por si proprios!!! :D

Zibs
A verdade, em sua essencia, se manifesta sob diferentes roupagens.Sabedoria é comunica-la usando-se da veste do seu interlocutor.

Offline Zibss

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Re.: Ceticismo e Parapsicologia
« Resposta #3 Online: 25 de Novembro de 2005, 09:32:02 »
zibs, primeiramente, psi é uma hipótese. Não se faz afirmações estáticas como " existe e acabou". Os pesquisadores de psi admitem que PODE não existir. Você leu o texto todo? E os outros links?Ou apenas leu por alto este texto que eu postei?

Citar
.Afinal, nao lhe restava duvidas que a autoria do mesmo "só" podia ser das arvores.Assim, continuou adorando as arvores até o final de sua vida, sem contudo estabelecer nova comunicacao.


Isso não se faz em ciência. Nenhum pesquisador psi fala que "só" pode ser psi. Sua analogia é falsa.


Citar
Objeções à consideração da Pesquisa Psi como ciência

A primeira objeção clássica é obtida a partir da própria definição de Psi. Esta indica o estudo de fenômenos aparentemente extra-sensório-motores. A definição não apresenta exatamente o que Psi estuda, mas o que aparenta ser. Como estudar algo que não se sabe o que é?

Outras objeções podem ser apontadas.

    * As evidências de ocorrência destes fenômenos são suficientes para se constituir uma ciência?
    * Estas evidências respeitam os parâmetros e critérios utilizados nas diversas ciências?
    * Se não se sabe exatamente o que se está estudando, porque e como constituir uma ciência para investigar o assunto?

Resposta dos pesquisadores psi

O primeiro passo em uma análise de fenômenos Psi é determinar se o processo é extra-sensório-motor. A inclusão do aparentemente na definição de Psi, deve-se a necessidade de que não seja feito pré julgamento, ou seja, todos os aparentes fenômenos devem ser analisados, sejam eles verdadeiros ou não. Sempre se deve ter em mente a possibilidade de fraude, voluntária ou involuntária.

Se as pesquisas evidenciam a ocorrência de interações extra-sensório-motoras, por que não investigá-las cientificamente?
Bases do pensamento científico

Para verificarmos a cientificidade da Pesquisa Psi, vamos apontar as bases nas quais o pensamento científico desenvolveu-se.

Ciência significa conhecimento, saber, informação. Pode também ser definida como o conhecimento exato e racional de coisa determinada. E em que está baseado o pensamento científico? Nas premissas newtoniano-cartesianas.

Isaac Newton afirma que tudo no universo é composto por partículas materiais indivisíveis e regidas por leis precisas. E ainda  que o tempo é independente do mundo material. René Descartes instaura a premissa da objetividade, da autonomia entre o observador e a realidade. Em conseqüência, a reprodução experimental tornou-se um importante instrumento de compreensão da natureza e um valioso parâmetro para se verificar a cientificidade de uma disciplina.

Já no séc. XVII, a observação seria considerada uma espécie de espelhamento da realidade e um método eficaz e suficiente para apreender a realidade como ela é. A matéria teria qualidades primárias e qualidades secundárias, quer estas fossem, respectivamente, diretamente mensuráveis ou percebidas pela mente.

Com base nas premissas apontadas desenvolveu-se o pensamento científico moderno que em resumo tem as seguintes características.

    * Dicotomia entre o sujeito e o objeto.
    * Distinção entre qualidades mensuráveis e não mensuráveis.
    * A observação como espelhamento da realidade.
    * Leis determinísticas absolutas, baseadas no atomismo e ratificadas pela replicação.
    * Tempo absoluto independente do mundo material.

Estas características estão presentes nas ciências modernas e com base nestes conceitos estão formados os cientistas das diversas áreas.
Características da Pesquisa Psi

Com base nas diretrizes do pensamento científico moderno, são as seguintes as características da Pesquisa Psi.

    * Estuda experiências humanas, não diretamente observáveis.
    * Os fenômenos são subjetivos e não permitem medição.
    * Implicam na interação entre mentes e entre mente e matéria.
    * Não respeitam a independência espaço/tempo e a continuidade do fluxo de tempo, do passado para o futuro.
    * Não podem ser reproduzidos.

Observamos que todas as características estão fora do escopo abrangido pelo pensamento científico clássico e nestas condições os fenômenos não poderiam ser estudados cientificamente.

De qualquer forma, consideramos que a Pesquisa Psi nasceu formalmente com a fundação em Londres da SPR - Society for Psychical Research, em 1882. Esta era formada por renomados cientistas da época e teve por objeto o estudo, em bases científicas, dos alegados fenômenos inexplicáveis na ótica da ciência constituída.

Aqui podemos nos perguntar, até que ponto os conceitos científicos e em conseqüência, as concepções científicas dos cientistas devem ser mantidas imutáveis? Não estariam estas concepções impermeáveis à consideração de novas condicionantes? Ou simplesmente deveríamos ignorar o extenso rol de fenômenos Psi registrados, porque com base na ciência clássica não poderiam existir?
A evolução das bases da ciência

O físico e filósofo Thomas Kuhn, em seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas (1962), nos indica a solução para as questões acima.

Segundo Kuhn, para um dado estágio de evolução científica, tem-se os fenômenos considerados normais e com base nestes estão formadas as teorias científicas. Quando ocorre alguma anomalia, ou seja, fenômeno para o qual não há teoria científica aceita, a ciência, dita, normal, rejeita as anomalias como legítimas. Com a presença contínua das anomalias, as teorias vigentes sofrem certa transformação ou acomodação para justificá-las. Com a identificação de novas anomalias, as teorias vigentes tornam-se insustentáveis e forçosamente novas teorias surgem, em um processo identificado como revolução científica, onde estas novas teorias permitem a eclosão de ciências emergentes.

No que diz respeito ao princípio da observação como um perfeito espelhamento da realidade, ainda no séc. XVIII o filósofo Immanuel Kant questionou-o. Para Kant a mente (observador) está sempre ativa e influencia o que percebemos.

Ainda contrariando a visão clássica da ciência, as teorias de Mecânica Quântica de Max Planck e Geral da Relatividade de Albert Einstein, revolucionaram, conforme definido por Kuhn, os conceitos de atomismo e de independência tempo/espaço/matéria.

Estes conceitos demonstram que embora as ciências constituídas possuam uma inércia natural e protetora contra novas teorias, somente o estudo e a pesquisa adequados permitiram a evolução do conhecimento.
Conclusões

A visão que normalmente temos de ciência, cientistas e leigos, utilizou como base o desenvolvimento da Física Clássica.

A Física Moderna introduziu conceitos de relatividade entre tempo e espaço e da consciência como fator na observação.

Análises e métodos, matemáticos e laboratoriais, com todo o rigor da ciência clássica são modernamente utilizados nos desenvolvimentos de Pesquisa Psi.

Entretanto, estas alterações não foram suficientes para que muitos cientistas aceitassem os fenômenos anômalos estudados pela Pesquisa Psi. Segundo o sociólogo James McClenon esta rejeição está baseada em fatores sociais, culturais e políticos e não efetivamente em elementos técnico-científicos.

Finalmente cumpre ressaltar que a PA (Parapsychological Association), associação estadunidense de Pesquisa Psi, foi admitida em 1969 membro da AAAS (American Association for Advancement of Science), o que demonstra de forma inequívoca a aceitação pelo meio científico internacional da Pesquisa Psi como Ciência.


http://www.pesquisapsi.com/content/view/2125/0/

Leia também sobre os estudos das metanálises.

http://www.pesquisapsi.com/arquivos/bol-1.html#mat7

http://www.pesquisapsi.com/arquivos/bol-02.htm#mat7

Offline Zibs

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Re: Re.: Ceticismo e Parapsicologia
« Resposta #4 Online: 25 de Novembro de 2005, 12:35:57 »
Citação de: Mr.Hammond
zibs, primeiramente, psi é uma hipótese. Não se faz afirmações estáticas como " existe e acabou". Os pesquisadores de psi admitem que PODE não existir. Você leu o texto todo? E os outros links?Ou apenas leu por alto este texto que eu postei?


Li, e ja vi alguns videos tambem.Eu nao disse que o fenomeno existe e acabou - do jeito que me indaga parece que extraiu este tipo de interpretacao.Mas apoio o estudo, e sei que é uma hipotese.

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.Afinal, nao lhe restava duvidas que a autoria do mesmo "só" podia ser das arvores.Assim, continuou adorando as arvores até o final de sua vida, sem contudo estabelecer nova comunicacao.
Isso não se faz em ciência. Nenhum pesquisador psi fala que "só" pode ser psi. Sua analogia é falsa.


Novamente me interpretou erroneamente.E quem disse que foi neste sentido que quis dar?
A analogia vai muito alem disso, e só visa mostrar que as vezes estamos fixos e certos quanto a algo, e nao nos permitirmos olhar para outras possibilidades.Apoio a psy, pois a acho um bom comeco, mas acredito que alguns fenomenos podem ir muito alem disso.A analogia nao foi dirigida a psy, e sim a toda e qualquer hipotese - justamente o contrario do que voce interpretou.O observador fechou sua mente a outras possibilidades, como a existencia de um ser igual a ele.Era só isso...
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Offline Zibss

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Re.: Ceticismo e Parapsicologia
« Resposta #5 Online: 25 de Novembro de 2005, 12:41:52 »
Ok, receio que lhe interpretei de forma incorreta. Desculpe-me.


Citar
nao nos permitirmos olhar para outras possibilidades.


Justamente por causa disso a parapsicologia não nega nem admite interpretações sobrenaturalistas.

Citar
mas acredito que alguns fenomenos podem ir muito alem disso.


Se forem hipóteses baseadas no método científico, sem problemas.

Offline Zibs

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Re.: Ceticismo e Parapsicologia
« Resposta #6 Online: 25 de Novembro de 2005, 12:54:00 »
Citar
Justamente por causa disso a parapsicologia não nega nem admite interpretações sobrenaturalistas.


Eu concordo, a psy deve necessariamente ser inteiramente escorada em metodos cientificos aptos a nao cairem em descredito.É deste descredito que resultou a sua subserviencia à ciencia, sendo relegada, infelizmente, a posicao de pseudociencia.Acredito que ainda falte ferramentas cientificas de valor para que alguns fenomenos sejam passiveis de estudo, visando-se sua comprovacao/desmistificacao.Mas alguns talvez até estejam ao alcance de nossas ferramentas.É questao de saber quais eles sao.Assim, desejo boa sorte aos pesquisadores!!!
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Offline Moro

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Re:Ceticismo e Parapsicologia
« Resposta #7 Online: 30 de Janeiro de 2015, 12:16:37 »
<a href="https://www.youtube.com/v/_r_lQrWtoDM" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/_r_lQrWtoDM</a>

Alguém postou esse vídeo.

Ele é muito bom mas aos 45 minutos começa a vir a tona o que está na cabeça dos parapsicólogos e "cientistas" que trabalham para provar o sobrenatural.

Incrível. Recomendo a todos.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Moro

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Re:Ceticismo e Parapsicologia
« Resposta #8 Online: 30 de Janeiro de 2015, 12:20:43 »
Giga esse é principalmente para você
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Re:Ceticismo e Parapsicologia
« Resposta #9 Online: 30 de Janeiro de 2015, 12:25:03 »
58:30, histórico!!
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