Gente, a prova deste ano estava MUITO difícil... graças a **** que eu já passei.

Eu fiz as provas de português, história e inglês agora há pouco... 17/20, 11/12 e 8/8 em inglês, mas só bati o olho nas outras e já me deu vontade de chorar. Não presto pra nada. :cry:
Vou aproveitar minha vida de quase-profissional na área e comentar a prova de história.
A minha impressão geral é que bastava saber ler. Bom senso resolvia essa prova. Acho que dava até pra GABARITAR só no bom-senso. Quero desde já pedir desculpas por eventuais generalizações, mas comentar prova do nivel médio exige.
Enfim, ao que interessa.
1) Vegetius, escrevendo no século IV a. C., afirmava que os romanos eram menos numerosos que os gauleses, menores em tamanho que os germanos, mais fracos que os espanhóis, não tão astutos quanto os africanos e inferiores aos gregos em inteligência criativa. Obviamente Vegetius considerava os romanos, como guerreiros, superiores a todos os demais povos. Já para os historiadores, o fato de os romanos terem conseguido estabelecer, e por muito tempo, o seu vasto império, o maior já visto até então, deveu-se sobretudo:
A pergunta é: qual era o fator determinante para o sucesso do império romano?a) à inferioridade cultural dos adversários.
não existe tal coisa como "inferioridade cultural", do mesmo modo que não existem "espécies mais evoluídas".b) ao espírito cruzadista da religião cristã.
quando se deram as cruzadas não existia mais império romano.c) às condições geográficas favoráveis do Lácio.
é sempre uma coisa importante, mas não é DETERMINANTE.d) à política, sábia, de dividir para imperar.
DIVIDE ET IMPERA aeeeeeeeeeeeee 
e) à superioridade econômica da Península itálica.
a superioridade econômica é FRUTO do sucesso das conquistas. 2) Segundo o historiador Robert S. Lopez (A Revolução Comercial da Idade Média 950-1350), “o estatuto dos construtores das catedrais medievais representava um
grande progresso relativamente à condição miserável dos escravos que erigiram as Pirâmides e dos forçados que construíram os aquedutos romanos”. As catedrais
medievais foram construídas por:
a) artesãos livres e remunerados.
b) citadinos voluntários trabalhando em mutirão.
c) camponeses que prestavam trabalho gratuito.
d) mão de obra especializada e estrangeira.
e) servos rurais recompensados com a liberdade.
Esta questão achei a mais cabeluda de todas, porque depende muito da região da Europa, assim como quase tudo que é relativo à "idade média".
Mas lendo a citação, a gente é forçado a pensar em algo como "direitos trabalhistas". Pensando que a mão de obra habitual era servil, ou seja, gente ligada à terra que prestava variadas sortes de serviços aos detentores do meio de produção e à Igreja, a gente tende a pensar que quem construía as catedrais não eram os servos, e muito menos que estes servos fossem "alforriados", porque existem vários tipos de trabalhos compulsórios além da escravidão; ou seja, eliminamos a E.
Também eliminamos a C, porque as grandes catedrais ficam em centros urbanos e os padres não iam pagar passagem pros camponeses irem até a cidade, eles trabalhavam mesmo nas paróquias locais.
A D é absurda porque eles também não iam importar peão, né? E de onde é que poderiam importar, da Ásia, com o mediterrâneo fechado? Da América, ainda nem descoberta? Da Oceania? Da África, "especializada", pelo amor de deus?!?!?!?!
Já a B poderia ser possível. Eu mesma escolhi ela. Mas aí eu lembrei do Michelangelo e escolhi A.
Na verdade, não sei explicar porque a A e não a B, foi um troço instintivo. Mal aí.
“O que mais espanta os Índios e os faz fugir dos Portugueses, e por conseqüência das igrejas, são as tiranias que com eles usam, obrigando-os a servir toda sua vida como escravos, apartando mulheres de maridos, pais de filhos, ferrando-os, vendendo-os, etc. [...] estas injustiças foram a causa da destruição das igrejas...”
Padre José de Anchieta, na segunda metade do século XVI.
A partir do texto, é correto afirmar que
a) a defesa dos indígenas feita por Anchieta estava relacionada a problemas de ordem pessoal entre ele e os colonizadores da capitania de São Paulo.
Anchieta podia até ter um vínculo emocional com os seus índios, mas não é como se fosse "colono, você é cuzão, então vou querer libertar os índios só pra você se foder"b) a escravidão dos índios, a despeito das críticas de Anchieta, foi uma prática comum durante o período colonial, estimulada pela Coroa portuguesa.
tanto não foi que acharam por bem importar africanos c) os conflitos entre jesuítas e colonizadores foram constantes em várias regiões, tais que: Maranhão, São Paulo e Missões dos Sete Povos do Uruguai.
mesmo que não soubessem do maranhão e dos sete povos, ia por eliminação hehe d) a posição de defesa dos indígenas, assumida por Anchieta, foi isolada nas Américas, tanto na Portuguesa quanto na Espanhola.
mesmo que na américa espanhola houvesse trabalho compulsório indígena até as proclamações de independência, Anchieta não foi caso isolado. Um caso clássico é o frei Bartolomé de Las Casas e) a defesa dos jesuítas foi assumida pela Coroa nos episódios em que essa ordem religiosa lutou por interesses antagônicos aos dos colonizadores.
a Coroa tinha interesses que eram defendidos pelos seus colonos. Tem que pensar que a relação é colono-Portugal e padre-Roma. Os padres não são subordinados à Coroa e é por isso que eram uma pedra no sapato, tanto que nunca ninguém gostou deles e todos ficaram felizes quando Pombal os botou pra fora. Mas viva os jesuítas haha. “As guerras que, há algum tempo, horrorizaram a Europa, as pestes e fomes na Espanha, as rebeliões na Nova Espanha foram causadas por qual cometa? Nenhum. Portanto, os males que porventura aconteçam, não serão causados pelo cometa de agora, ainda que as autoridades se empenhem em prová-lo”.
Carlos de Sigüenza y Gongora, astrônomo mexicano, 1680.
Com base no texto, é correto afirmar que:
Essa vocês são meninos espertos e sabiam, que eu sei.
a) essa perspectiva nada tinha de inovadora, pois a ciência moderna já havia sido reconhecida pelas autoridades civis e eclesiásticas na Espanha, desde o início do século XVII.
mentiiiiiira :db) a opinião do autor é de exclusivo caráter político, não se podendo estabelecer relações com debates e posições sobre astronomia e ciência moderna.
não, é uma declaração que mostra o embate entre superstição e ciência, assim como aquela que deu o nome à STR, vcs lembram c) a perspectiva crítica sobre a relação entre a passagem dos cometas e as catástrofes terrenas fazia parte dos manuais religiosos dos jesuítas, desde o início do século XVII.
eu não sei se fazia ou não, mas SUPOMOS que não, né?d) a visão do autor surpreende pois, no México colonial, não havia universidades, imprensa ou uma vida cultural que possa explicar afirmações semelhantes.
As colônias espanholas não eram como nós e) a visão do autor era a de um estudioso que, mesmo vivendo no México colonial, tomava posição na defesa dos conhecimentos científicos mais avançados produzidos na Europa.
mas que coisa bonita! Vou continuar em breve, agora preciso descansar hehe.