Padre da Penha amaldiçoa
o DIARINHO até a sétima geração
http://www.diarinho.com.brPadre Toninho não gostou da matéria sobre o padre Hamilton, que foi parar na
delegacia de Navegantes depois de ser reconhecido por uma senhora como
golpista
do bilhete premiado
Padre Toninho teria dito que quer ver a derrocada do jornal, assim como viua
derrocada de um posto de combustíveis que ele amaldiçoou em São Paulo. Que
medo!
Pela segunda vez nos seus 26 anos, o DIARINHO é excomungado pela Igreja
Católica Apostólica Romana. Ao final da missa que rolou na manhã de domingo
na Igreja Nossa Senhora de Aparecida, na comunidade da Armação, na Penha, os
fiéis ouviram uma mensagem que mais parecia coisa do capeta do que de padre.
É que o padre Antônio Barbosa Júnior, vulgo Toninho, disse que amaldiçoava
até a sétima geração de toda a galera que trabalha no jornal mais quente do
Sul do mundo.
A bronca do padreco é com a matéria publicada na edição de sábadosobre o
bafão envolvendo o seu colega da paróquia do Gravatá, reconhecido poruma
moradora do bairro como golpista. "Além de amaldiçoar as pessoas que
trabalham no DIARINHO, o padre disse que quer ver a derrocada do jornal
assim
como viu a derrocada de um posto de combustíveis que ele havia
amaldiçoado em
São Paulo", contou um fiel que acompanhou a missa e saiu da igreja
horrorizado
com as coisas ditas pelo religioso.
O fiel que contou pro DIARINHO as palavras do padre preferiu manter seu
nome em
sigilo, de modo a não correr o risco de ser excomungado também. Afinal,ainda
na igreja o padre Toninho já descontava sua fúria nas pessoas que
desaprovaram
sua atitude. "Algumas pessoas começaram a se retirar da igreja e o padre
chegou
a chamar a atenção de uma senhora, perguntando se ela iria comprar o jornal
também", relata o fiel, afirmando que parecia que o corpo do padre havia
sido
tomado pelo espírito do coisa ruim.
Tomou as dores do Hamilton
O que deixou o padre Toninho fulo da vida com o DIARINHO foi o fato de
o jornal
ter publicado, na edição de sábado, a matéria sobre o padre Hamilton Wagner
Rosa, da paróquia Santa Paulina de Gravatá, que foi acusado por uma moradora
do bairro de ter aplicado nela o golpe do bilhete premiado. Alzerina de
Souza
diz que foi abordada na praia por dois homens e deu R$ 2,7 mil a eles em
troca
de um bilhete de loteria premiado. Mas ao trocar o bilhete no caixa do
banco,
ela descobriu que havia caído, literalmente, no conto do vigário.
Depois de perder a grana, Alzerina decidiu ir à missa pedir que Deus
iluminasse
seu caminho e evitasse que ela fosse novamente vítima de safados. Mas ao
entrar
na capela de São Miguel, Gravatá, a mulher tomou um cagaço: achou o padre
muito parecido com o homem que lhe aplicou o golpe. Com a pulga atrás da
orelha, na quarta-feira ela foi conferir a cara do reverendo de novo e não
teve dúvidas de que se tratava mesmo do golpista. Dona Alzerina chamou a
polícia e o cara foi levado para sisplicar na delegacia de Navegantes.
Além do rosto, a vítima diz que também reconheceu o anel e os óculos do
padre Hamilton. Em seu depoimento, ele negou a acusação e afirmou que,
no dia
que houve o golpe contra Alzerina, ele se encontrava na casa paroquial,
junto
com o padre Toninho e com uma empregada doméstica. Após ser ouvido pela
delegada Maria de Fátima Ignácio, o padre Hamilton foi liberado e jura de
pés juntos e com o crucifixo nas mãos que não é o homem que atacou a
senhora com o sacana do golpe do bilhete premiado.
DIARINHO é bicampeão
Não é novidade o DIARINHO ser atacado pelo pessoal da batina. Há dez anos,
precisamente em 25 de março de 1995, o macriado também foi alvo de um ato de
insensatez e tirania. Mas naquela ocasião, não foi um padre qualquer do
interior que excomungou o jornal não, e sim o então arcebispo e atual
cardeal
Dom Eusébio Oscar Scheid, que chegou a ser cogitado para substituir o finado
Papa João Paulo 2o. Tal fato fez do DIARINHO o primeiro jornal do Brasil
oficialmente excomungado pela Igreja Católica.
Na época, Dom Eusébio não gostou de reportagens que detonavam a gestão do
hospital Marieta, administrado por um grupo de freiras até hoje envolto em
escândalos cabeludos. O bispo tomou as dores das freirinhas e, durante uma
missão no santuário de Madre Paulina, em Nova Trento, excomungou o
jornal e o
povo peixeiro. E o véio Dalmo Vieira, que não tinha medo de batina e cara
feia, mais que rapidinho e sem ficar preocupado com a babaquice de Dom
Eusébio, foi criativo e publicou uma pequena tarja sobre o logo do
jornal, com
a inscrição: "Agora excomungado pelo Bispo".
Na noite de ontem, a reportagem ligou para a casa paroquial para ouvir a
versão
do padre Toninho, mas a ligação só caía na secretária eletrônica. O
espaço tá aberto ao padre. Só não vale rogar praga.