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Evolução e Filosofia
« Online: 03 de Dezembro de 2005, 14:15:27 »
Evolução e Filosofia[/size]

Uma Introdução

Por John S. Wilkins, 1997

Evolução e filosofia possuem um relacionamento tão antigo, existindo antes mesmo do que a própria idéia de evolução.

Isto se deve particularmente ao fato de que ciência e filosofia se separaram apenas no momento em que as teorias evolucionárias foram propostas pela primeira vez, mas também porque – especialmente no contexto darwiniano – a evolução era oposta a muitas das doutrinas filosóficas vigentes.

As primeiras das principais críticas da evolução se situam na idéia de que as espécies são seres imutáveis e então, por definição, as espécies não poderiam mudar. Mais recentemente, críticas se apoiavam na noção da própria ciência, de que evolução falha em encontrar os padrões da verdadeira ciência. Idéias que também foram expressas no tempo de Darwin e anteriormente. Se nós temos de entender estas críticas, devemos entender a filosofia da ciência em detalhes.

Muitos outros tópicos de discussão filosófica foram levantados, e eles estão sumariamente revisados: reducionismo, progresso e direcionalismo, teleologia, naturalismo e ética evolucionária. Nem todos eles estão relacionados ao criacionismo, mas todos se aplicam aos argumentos antievolucionários por aqueles que trabalham vindos de uma inclinação humanista. Finalmente, a idéia foi posta, até mesmo por filósofos como Popper que admira e aceita a teoria evolucionária, que isto está mais para uma tautologia e metafísica que ciência.

Minha conclusão é que evolução, especialmente as teorias modernas, é ciência ao seu mais alto grau, e quando ela e a natureza da ciência são consideradas realisticamente, evolução não está desprovida de uma perspectiva filosófica. Este ensaio lidará com estas questões filosóficas e enganos sobre evolução.
 
Uma boa Tautologia é Difícil de Encontrar

Sumário: A afirmação de que a teoria evolucionária é uma tautologia se apóia em um engano da teoria.  Adaptação é mais do que apenas sobrevivência.

A versão simplificada do tão chamado “argumento tautológico” é esta:
Seleção natural é a sobrevivência dos mais adaptados. Os mais adaptados são aqueles que sobrevivem. Portanto, evolução por seleção natural é uma tautologia (uma lógica circular).

O verdadeiro significado deste argumento não é o próprio argumento, mas que ele foi tomado seriamente por quaisquer filósofos profissionais de maneira geral. A “adaptação” para Darwin não significava aqueles que sobrevivem, mas aqueles que se poderiam esperar sobreviver devido às suas adaptações e eficiências funcionais, quando comparado a outros na população. Isto não é tautologia, ou se é, então se pode dizer o mesmo sobre a equação newtoniana F=ma, que é a base para muitas das explicações físicas habituais.

A frase ‘sobrevivência dos mais adaptados’ não é nem de autoria de Darwin. Ela foi impelida a ele por Wallace, o codescobridor da seleção natural, que odiava ‘seleção natural’ porque ele imaginava que a frase lembrava que algo estava realizando a seleção. Darwin cunhou o termo ‘seleção natural’ porque ele fez uma analogia com ‘seleção artificial’ como as realizadas por criadores de animais, uma analogia que Wallace não tinha feito quando ele desenvolveu sua versão da teoria. A frase ‘sobrevivência dos mais adaptados’ foi originalmente imposta por Herbert Spencer alguns anos antes do Origem das Espécies.

Todavia, há outra versão, mais sofisticada, pertencente principalmente a Karl Popper. De acordo com Popper, qualquer situação onde espécies existem é compatível com as explicações darwinianas, porque se essas espécies não forem adaptadas, elas não existiriam. Quer dizer, diz Popper, que definimos adaptação como aquilo que é suficiente para a existência em um ambiente dado. Entretanto, visto que nada é rejeitado, a teoria não possui poder explanatório, pois tudo é considerado.
Isso não é verdade, como um número de críticos de Popper então observou. A teoria darwiniana rejeita muita coisa. Ela rejeita a existência de organismos ineficientes quando organismos mais eficientes estão ao redor. Ela rejeita mudanças que são teoricamente impossíveis (de acordo com as leis da genética, ontogenia, e biologia molecular) para alcançar passos graduais e adaptativos. Ela rejeita novas espécies sendo estabelecidas sem espécies ancestrais.

Todas estas hipóteses são mais ou menos testáveis, e em conformidade com os padrões da ciência. A resposta a esta versão do argumento é a mesma assim como para a versão simplística – adaptação não é apenas definida de acordo com o que sobrevive. Necessitaria haver uma história causal disponível para fazer sentido de adaptação (que é a razão da imitação em borboletas ter sido uma discussão focal na adolescência e aos vinte anos). Adaptação é um conceito funcional, não uma definição a priori lógica ou semântica, a despeito do que Popper imaginou.

O entendimento atual de adaptação é disposicional. Ou seja, adaptação é uma disposição de um traço a reproduzir-se melhor que os competidores. Não é determinístico. Se dois gêmeos são idênticos geneticamente, e, portanto, são igualmente adaptados, não há garantia que ambos sobreviverão para ter números iguais de proles. Adaptação é uma propriedade estatística. O que ‘possui’ a adaptação não é o organismo, mas os genes. Eles tenderão a ser mais frequentemente transmitidos enquanto o que eles entregam é melhor ‘projetado’ para as necessidades dos organismos no ambiente em que vivem. E você pode determinar isso, dentro dos limites, por realizar ‘engenharia reversa’ nos traços para entender como eles funcionam.

Além disso, adaptação existe acima das propriedades dos próprios organismos individuais. Há três maneiras discutidas para interpretar isto. Adaptação pode ser uma relação de genes a outros genes. Adaptação pode ser uma propriedade superveniente – isto é, pode ser uma propriedade de estruturas físicas muito diferentes (de formigas, porcos-da-terra e alcachofras). Ou adaptação pode ser vista como uma propriedade emergente, uma propriedade de sistemas de uma determinada complexidade e dinâmica. Se adaptação é uma propriedade genética, organísmica ou sistêmica, isso é um assunto na filosofia moderna da biologia. Eu acho que a interpretação sistêmica é a maneira de abordá-la.

Recentemente, houve ataques no verdadeiro conceito da explicação adaptativa por alguns dos prórios biólogos evolucionários (por exemplo, Gould e Lewontin). Estes caem em dois campos – aqueles que pensam que adaptação não é suficiente para explicar a diversidade da forma, e aqueles que acham que explicações adaptativas exigem mais informação que alguém pode obter tanto da engenharia reversa ou da habilidade de gerar cenários plausíveis. A razão dada pelo precedente é um tipo de argumento vindo de incredulidade – seleção natural não é imaginada a ser uma causa suficiente, e que a macroevolução (evolução no nível de espécies ou acima) é um processo de um tipo diferente da seleção dentro de espécies. Argumentos sobre parsimônia (Navalha de Ockham) abundam.

Argumentos para a segunda opinião – que explicações seletivas necessitam complementar – se apóiam não a uma eficácia causal de seleção (que não é negada), mas nos problemas de explicação histórica. A fim de explicar porque uma espécie exibe este traço preferivelmente àquele traço, você precisa saber o que é a hipótese nula (do contrário, você pode fazer uma explicação seletiva para ambos, um caso e seu oposto, igualmente bem).

Talvez tenha este traço porque seus ancestrais o tinham, e este traço foi mantido por seleção. Talvez o tenha porque poderia ser muito disruptivo para o genoma inteiro e mecanismo desenvolvido para removê-lo. Talvez o tenha por razões que tem a ver com derivação genética, acidente simples, ou qualquer coisa. A fim de fazer uma boa explicação científica, diz Griffiths, você deve saber um pouco sobre a filogenia das espécies, sua distribuição ambiental, e como o processo que cria o traço trabalha ao nível dos genes, células e zigotos.

Isto nos leva a questão sobre o que uma explicação científica realmente é; de fato, ela abre a questão sobre o que é ciência, que é tão diferente de outras perseguições intelectuais como gamão, teologia e crítica literária.

A Evolução é Ciência, e o que ‘Ciência’ significa?

Sumário: Ciência não é um processo simples de falsificação de hipóteses. A filosofia da ciência não são apenas as idéias de Popper, que possuem alguns problemas reais. Evolução pode ser falsificada no significado usual na prática científica.

É frequentemente discutido, igualmente por filósofos e criacionistas, que o darwinismo não é falsificável, e, portanto, não é ciência. Isto se apóia na opinião de que alguma coisa é apenas ciência se puder ser falsificada, quer dizer, provado falso, pelo menos em princípio. Esta idéia, pertencente a Popper, não é de maneira nenhuma aceita universalmente, e alguma história da filosofia está a fim de fazer sentido a isso e as críticas que fizeram a ele.

No tempo em que Darwin estava formulando sua concepção da evolução, o exemplar prevalente da ciência era o programa newtoniano. Leis eram supremas, e elas determinavam o resultado. A ciência procurava generalizações. Darwin tentou fazer uma ciência newtoniana, e foi ferido quando os líderes do campo como Whewell e Herschel, dois de seus conhecidos e mentores, destituíram sua teoria como insuficientemente parecido com o modelo de ciência deles.

William Whewell foi o primeiro verdadeiro filósofo da ciência. Ele era sucessor das escolas inglesas e escocesas de bom senso empíricas. Ele rejeitou a concepção de Hume que indução (provar uma regra ou lei por referência a exemplos singulares de dados e observações) não estava correta, mesmo ele não negando a força lógica do argumento, que você não pode provar uma universalização, não importando quantos pedaços de evidência você tem de manipular. Whewell propôs o que ele chamou de ‘consiliência de induções’ – quanto mais casos indutivos você possuir baseados em dados, mais confiável a generalização. É isto que Darwin tentou alcançar, e particularmente explica porque ele gastou tantos anos coletando caso após caso para sustentar sua teoria. Ele achava que estava fazendo o Caminho Correto.

Uma outra escola de pensamento era o Positivismo. Esta idéia afirmava que apenas o verdadeiro conhecimento era conhecimento científico. Isto significava que os positivistas teriam de ser capazes de distinguir entre a verdadeira ciência e as pseudociências de frenologia, espiritualismo, e outras teorias excêntricas vindas para a cena durante o século XIX. Um positivista influente foi o físico Ernst Mach, da celebrada velocidade Mach, e dele desenvolveu-se uma escola de pensamento nos países de idioma alemão da Europa conhecido como Positivismo Lógico, sediado em Viena.

Os Positivistas Lógicos sustentavam que algo é ciência quando puder ser verificada, e eles tinham todos os tipos de regras para isso, baseado no atestado de Hume que qualquer coisa não resulta logicamente de coisas práticas ou números era metafísica. Isto era equivalente a dizer que era literalmente uma tolice para os positivistas. Quando foi observado que o Princípio de Verificação era inverificável, e, portanto, uma tolice, a escola ruiu.

No entanto, ela estimulou o jovem Karl Popper a colocar à frente seu próprio modo de diferenciar notavelmente ciência (que o exemplar foi a nova física) de pseudociência (que os exemplares foram Marxismo e Freudianismo). Popper também aceitou a legitimidade dos enunciados metafísicos, mas negou que eles eram quaisquer divisões da ciência. A idéia de Popper (uma variedade de empirismo lógico) foi chamada de ‘falsificacionismo’, e em suas versões amadurecidas acreditavam que algo é científico até onde
I.   é suscetível a ser falsificado por dados,
II.   é testado por observações e experimentos, e
III.   faz predições.

Verdadeiros Cientistas Fazem Predições. Este era o Verdadeiro Método Científico. Uma menor preocupação com ninharia poderia ser lidada – Popper sabia que o Princípio de Falsificação não poderia ser falsificado. Era abertamente metafísico. Neste contexto, faz sentido porque um pró-evolucionista como Popper chamar o Darwinismo de um programa de pesquisa metafísica. Ele não era mais falsificável (pensou ele) que a idéia de que matemática descreve o mundo, e era da mesma forma básica para a biologia moderna.

O medidor nos trabalhos foi jogado primeiro por sociólogos e historiadores da ciência, incluindo Robert Merton, e posteriormente Thomas Kuhn. O livro de Kuhn em particular misturou diferentes genéticas que se adaptaram. Se Popper pensou que o que ele estava fazendo era destilar a essência da ciência em um conjunto de proscrições, Kuhn e outros observaram que nenhuma ciência na realidade se parece como este modelo.

De acordo com Kuhn, você não pode nem comparar quando uma teoria é melhor que outra cientificamente, devido a cada teoria global carregar seus próprios métodos de avaliação. Mudar de uma teoria global para outra está mais ligado a uma conversão religiosa que uma decisão racional. Ciência apenas muda quando a teoria mais velha não pode lidar com um número arbitrário de anomalias, e está em ‘crise’. Quando isto ocorre, a comunidade científica age como alguém olhando para aqueles quadros de duplo aspecto, como o famoso quadro da mulher idosa/jovem. Eles ‘alternam’ de uma visão para outra, que Kuhn chamou de ‘troca de paradigma’. Ciência resiste a revoluções, e o único caminho para determinar se algo é científico é vendo o que os cientistas fazem (há uma circularidade óbvia aqui).

Isto foi muito popular no relativístico fim da década de 1960, mas causou o aumento de alguns problemas sérios. Para começar, ninguém podia encontrar revoluções radicais nos registros históricos. Até Galileu e Newton se mostraram mais revisionistas que revolucionários. Então, o ‘paradigma’ começou a ser usado para cada nova teoria com impacto em uma disciplina (que são tudo teorias, no final das contas). Eventualmente, se torna óbvio que enquanto Kuhn fez muitas observações interessantes, não houve tal ciclo universal como ele tinha proposto na ‘vida’ de uma teoria científica. O próprio termo ‘paradigma’ foi atacado como sendo muito vago, e Kuhn eventualmente o largou em favor de outros termos mais restritos, como ‘matriz disciplinária’ e ‘exemplar’.

O amigo de Kuhn, Paul Feyerabend, agitou as coisas ainda mais por afirmar que não houve até então algo como o Método Científico, tampouco, Kuhn acreditou existir algo em um sentido mais filosófico. Feyerabend argumentou que o método era restrito a pequenas subdisciplinas, e que a qualquer circunstância quaisquer cientistas poderiam trazer para dentro qualquer coisa da astrologia a numerologia se isso ajudasse. Ele até encorajou o criacionismo inicialmente recente. Isto foi o fim extremo da abordagem “ciência é o que cientistas fazem”. Feyerabend queria que cientistas fizessem qualquer coisa que quisessem, e chamar isso de ciência.

Isso foi contrariado por Imre Lakatos, que afirmou que ciência era uma série histórica de programas de pesquisa. Enquanto eles estavam obtendo resultados, progredindo de um problema a outro, eles estavam ‘gerando’, ao contrário, eles estavam ‘degenerando’. De acordo com Lakatos, um programa de pesquisa é um núcleo de teorias altamente protegido que são relativamente imunes à revisão, enquanto teorias subsidiárias são frequentemente revisadas ou abandonadas.

Uma coisa estes três filósofos pensavam em oposição a Popper – não havia circunstância que poderia ser rejeitada como linha divisória entre ciência ‘racional’ e não-ciência ’não-racional’. Lakatos identificou o que ele chamou de Tese de Duhen-Quine – nada pode ser falsificado se você quiser fazer ajustes adequados em outro lugar em seus comprometimentos teóricos. Obteve um resultado que arruína sua teoria da gravitação favorita? Então os instrumentos estão errados, ou algo está interferindo com as observações, ou há outro processo que você não conhecia, ou alguma outra teoria de fundo está errada. E o motivo disso é que todos estes movimentos são na verdade usados – eles são racionais no sentido da boa prática científica. Positivismo está irresgatavelmente morto neste estágio.

Então, qual é a diferença entre ciência e não-ciência? Há várias alternativas mutualmente compatíveis. Pragmatismo, a única filosofia originada na América do Norte, acredita que a verdade ou o valor de um relato como a teoria ou hipótese está situadao em seu resultado prático. Pragmatistas dizem que ser científico é um rótulo retroativo dado a quem sobrevive testando e fazendo uma verdadeira diferença prática, como a teoria sobre um câncer afetando como aquele câncer é tratado, de forma mais bem sucedida. Progresso na ciência é o acúmulo de teorias que dão certo.

Realistas continuam a dizer que o que faz algo científico é sua modelação de realidade de forma bem sucedida, e isto fez surgir o que é conhecido como a Concepção Semântica de Teorias. Nesta descrição, o que ciência faz é criar modelos efetivos, e se um modelo encontra o critério de Lakatos para gerar um programa de pesquisa, esses modelos são assumidos como adequados e verdadeiros. E há uma pressão sociológica. Isto é divergente, mas é também totalmente relativístico (ciência é somente algo que cientistas constroem para algumas razões sociais particulares próprias), ou mais pragmatista e realístico, e compartilha um forte comprometimento para a importância e exclusividade da ciência.

De volta à evolução. Torna-se claro o motivo das repetições simplórias, até por cientistas, que se ela não pode ser falsificada não é ciência, não é suficiente para rejeitar uma teoria. O que ciência é realmente, é um assunto para demasiada discussão. A redescoberta pós-Merton da natureza social da ciência lançou os eternos Métodos Científicos pela janela, mas isso não significa que ciência não é mais distinguível de não-ciência.

Simplesmente não é mais fácil como alguém gostaria em um mundo ideal. Pelo que vi, não era um mundo ideal, de qualquer jeito.

Entretanto, no entendimento ordinário de falsificação, a evolução darwiniana pode ser falsificada. Também, ela pode ser verificada em um maneira não-dedutiva. Whewell estava certo no sentido de que você pode mostrar a validade relativa de uma teoria se for criticada o suficiente, e Popper tinha uma noção similar, chamada ‘verossimilhança’. O que cientistas fazem, ou ainda o que eles dizem fazer, é no fim muito pouco afetado por prescrições filosóficas a priori. Darwin estava certo em tomar a abordagem que ele fez.

É significativo que, embora frequentemente afirmado que o darwinismo é infalsificável, muitas das coisas que Darwin disse foram, na realidade, falsificadas. Muitas de suas declarações foram de fato revisadas ou negadas, muitos de seus mecanismos rejeitados ou modificados até por quem o apoiou mais fortemente (ex., por Mayr, Gould, Lewontin, e Dawkins), e ele consideraria difícil reconhecer algumas versões da teoria moderna da seleção como sua teoria da seleção natural. Isto é exatamente o que um estudante da história da ciência poderia esperar. Ciência progride, e se uma teoria não, isso é uma forte evidência prima facie que isto na verdade é uma crença metafísica.

Uma citação final sobre Hull é instrutiva:

Outra ambiguidade ainda surge constantemente em nossas discussões sobre teorias científicas.Elas são hipóteses ou fatos? Elas podem ser “provadas”? Os cientistas tem o direito de dizer que “sabem” de tudo? Enquanto eu entrevistava os cientistas, engajado nas controvérsias sob investigação, eu perguntei, “Você acha que a ciência é provisional, que cientistas devem estar dispostos para reexaminar qualquer idéia que eles sustentam, se necessário?” Todos os cientistas que eu entrevistei responderam afirmativamente. Posteriormente, eu perguntei, “A teoria evolucionária poderia ser falsa?” A esta questão eu recebi três diferentes respostas. A maioria respondeu de imediato que não, ela não pode ser falsa. Vários oponentes do consenso então atualmente responderam que não apenas poderia ser falsa, mas que também ela era falsa. Uns poucos sorriram e me pediram para esclarecer minha questão. “Sim, qualquer teoria científica poderia ser falsa sumariamente, mas dado o atual estado de conhecimento, os axiomas básicos da teoria evolucionária são apropriadas para continuar a se levantar para investigação.”

Filósofos visam objetivar uma maleabilidade conceitual. Cientistas fazem isso também – quando esta maleabilidade funciona contra eles. Caso contrário, eles não se importam muito. Na realidade, eles se irritam quando algum pedante aponta isso.

A maioria dos cientistas não é inclinada filosoficamente e eles farão uso de qualquer coisa que ajude em seus trabalhos, mas não da forma como Feyerabend pensava. Cientistas reflexivos sabem que o que conta é como você questiona a questão. A maioria dos físicos não irão imediatamente pensar que a teoria atômica poderia ser falsa, também. Eles estão respondendo a questão “É mais apropriado suspendê-la mais tarde?” não o filosófico “poderia teoricamente ser suspendido?” o que é um problema diferente. Filósofos fazem uma arrumação conceitual, entre outras coisas, mas cientistas são os que fazem toda a serragem na oficina, e eles precisam não ser tão arrumados. E nenhum faxineiro deve dizer a qualquer profissional (outro que não faxineiros) como deve ser feito. Criacionistas que dizem “se a evolução não é como Popper disse que ciência deveria ser, então não é ciência” são como porteiros que dizem que professoes não deixam suas salas de aula limpas o suficiente, então não são professores.
 
Predições e Explicações

Evolução é algumas vezes criticada por não ser uma ciência preditiva, e por não possuir leis naturais. Isto está ligado ao problema de que se ciência deveria ser como física, mas os dois problemas levantam questões mais gerais.

Isso vai à questão se explicações devem fazer uso de leis naturais, e o que são explicações, afinal de contas?
Uma teoria sobre explicação é chamada de teoria dedutiva-nomológica, ou menos pretensiosamente, a teoria dedutiva-hipotética. Imposto pelos filósofos Karl Popper e G.C. Hempel, ela tem a forma:

Premissas

Lei Universal
___________________

Coisa a ser explicada

A idéia é que se a coisa a ser explicada é uma conseqüência lógica, dedutiva, de premissas e de leis universais, então você a explicou. Uma vez que você tenha uma teoria desta forma, então você pode predizer que um fenômeno ocorrerá se as condições iniciais estão certas, baseado no modelo de leis universais da física, química, etc:

Condição Inicial

Lei Universal
__________________

Fenômeno observado

Há uma versão que usa suposições estatísticas e permite argumento indutivo preferivelmente a restringir explicação a argumentos dedutivos, chamado de modelo estatístico indutivo, mas podemos ignorá-lo seguramente aqui.

A predição é uma consequência dedutiva de uma teoria verdadeira e medidas apropriadas. Visto que evolução não pode fazer predições deste tipo, e na realidade qualquer resultado é compatível com a teoria, seus críticos dizem que evolução não é uma ciência completa.
Entretanto, há problemas com concepção altamente idealizada da explicação científica, e de qualquer jeito, eu afirmarei que isso não afeta a evolução.

Qualquer conjunto de leis são simplicações ideais. A fim de predizer onde um planeta vai estar em 10.000 anos, você tem de ignorar muitas coisas, como os corpos muito pequenos, a influência de estrelas e galáxias distantes, fricção implicado pelo vento solar, e assim por diante. E funciona, em um determinado grau. Mas este grau ainda é real. Você errará por poucos metros, mas você errará, devido a estas complicações ignoradas.

Sistemas físicos deste tipo são estáveis, no que condições iniciais não afetarão grandemente o resultado.

Evolução não é como estes sistemas. É altamente sensível às condições iniciais e as condições periféricas que surgem durante o curso da evolução.

Você não pode predizer com qualquer grau razoável de acerto quais mutações surgirão, quais genótipos recombinarão, e quais outros eventos perturbarão a maneira em que as espécies se desenvolvem ao longo do tempo. Além disso, as tão faladas ‘leis’ da genética e outras regras não são leis. Elas são excepcionais. Literalmente. Para cada lei, logo embaixo do tão falado ‘dogma central’ da genética molecular, há pelo menos uma exceção.

E ainda, sabemos das propriedades de muitos processos e sistemas biológicos bem o suficiente para predizer o que eles farão na ausência de quaisquer outras influências. Isto é provado em laboratório diariamente. Então, desta forma, temos na biologia a extremidade do continuum do que temos em física na outra extremidade. A diferença é em graus, não tipo. E cada vez mais, físicos estão descobrindo sistemas que são similarmente instáveis e sensíveis. Você não pode predizer em física que qualquer pequeno número de moléculas farão em uma chama, ou em um grande volume de gás, por exemplo. E enquanto o clima não pode ser predito totalmente em detalhes por muito tempo, você pode explicar o clima da última semana através das condições iniciais e da lei da termodinâmica, etc, após ter acontecido.

Se você pegar a forma padrão da explicação biológica, ela possui a mesma estrutura como uma explicação física. Apenas diferindo de duas formas. Primeiramente, você não pode isolar influências ‘estranhas’ à frente do tempo para populações selvagens. Segundo, você não pode fazer uma predição muito além do termo curto imediato (então, ninguém pode predizer o futuro da evolução das espécies). Embora um número de experimentos tenha sido conduzido para testar hipóteses selecionistas através da predição, como os estudos em pintassilgos nas Ilhas Galápagos pelos Grants, na maior parte, explicações na evolução seguem o seguinte formato:

Condições Iniciais em t-n

Propriedades de sistemas biológicos
_______________________

Fenômeno observado em t

Em outras palavras, elas são retrodições, não predições. A única diferença formal entre esta e a mesma forma em física é que o tempo é diferente. Este uso do modelo nomológico-dedutivo em casos históricos é chamado de um modelo de lei de cobertura.

Então, a física não é na verdade um tipo diferente de ciência para biologia evolucionária, exceto em algumas questões de conveniência com experimentação, e o grau de estabilidade do sistema que às vezes ela explica, e nem sempre, também.
Explicações de lei de cobertura podem ser usadas para retrodizer as condições iniciais, sob determinadas circunstâncias. Se você sabe o que está em evidência agora, e você tem leis que geram estes resultados, você pode predizer algumas vezes o que será encontrado:

Condições preditas iniciais

Leis Universais
________________
Fenômeno Observado

Por exemplo – você sabe que determinadas características de formigas são derivadas (não no ancestral primitivo). Você tem leis gerais de evolução que são consideradas pelo fenômeno que você observa (formigas reais de hoje, e seu registro fóssil). Então, você prediz que uma determinada forma transicional será encontrada. Quando é encontrada, você tem uma predição genuína.

Sob quais condições especiais isto pode ser feito? Bem, para começar, você tem um argumento dedutivo se A então B, você não pode deduzir imediatamente da existência ou verdade de B, que A. Pode ter sido alguma outra coisa. B pode ter uma infinidade virtual de causas possíveis. Antes que você possa fazer uma retrodição como esta, você deve estreitar o campo. Isto é, você tem de assumir a validade de alguns modelos teóricos antes que você possa fazer a retrodição/predição. Por outro lado, se você fizer tal afirmação, e for criticada, você terá certamente fortalecido seu modelo.

Finalmente, perceba que o modelo dedutivo-nomológico não é sofisticado o suficiente para capturar tudo de importante sobre explicações científicas. Uma boa quantidade de explicações científicas se apóia não em leis, mas em propensões, isto é, possibilidade de se comportar de uma determinada maneira. E muitas explicações científicas convenientes, perfeitamente aceitas, não são dedutivas, mas indutivas. Isto é, o resultado provável das condições iniciais e das leis não é de uma dedução rigorosa, mas uma indução com todos os problemas que traz. Ainda assim, isso é o que ciência faz, quer os filósofos gostem ou não.
 
Por que as formas naturais deveriam permanecer fixas?

Sumário: Espécies não são tipos eternos, mesmo se forem formas naturais.

Antes de Lamark, espécies eram concebidas como tipos eternos, e qualquer organismo singular a ter todas as condições necessárias e suficientes para ser um membro dessa espécie. Pense desta forma: Para ser um membro dos patrocinadores de um time de futebol, você deve ter determinadas características. Para justificação desta causa, suponha que sejam:

1.   pagar mensalidade do clube em um fã clube,
2.   um interesse pessoal beirando o obsessivo no sucesso de seu time, e
3.   propriedade de certos itens de identidade de um time (bonés, bandeiras ou livros).

Qualquer um que tenha um, ou até dois, destes critérios preenchidos pode ainda não ser um patrocinador. Você pode obter seu título social de uma oferta de um clube que você não tem interesse. Você pode estar fixado obsessivamente devido a uma desordem psicológica. Você pode coletar coisas na esperança de se tornarem valorizadas. Cada condição é necessária, mas apenas todas as condições são suficientes para você se qualificar. Um organismo foi imaginado a necessitar de características identificáveis – todas elas – a fim de ser um membro da espécie. E estas condições nunca mudaram.’Patrocinador de futebol’ foi uma idéia que permaneceria a mesma até se ninguém preencher as condições, ou até jogado futebol. Se algo era uma espécie, ela não poderia mudar, e se ela mudou, ela não poderia ser uma espécie.
Figura: A diferença entre concepção essencialista e populacional de espécies. Nem todos os membros de uma espécie podem ter todos os traços diagnosticados que as diferenciam de espécies similares. Espécies que compartilham todos os mesmos traços diagnosticados (como a espécie X) são chamadas espécies ‘monotípicas’ e são raras. A espécie geralmente compartilha apenas alguns traços diagnosticados entre todos os membros (espécie Y, uma espécie ‘politípica’).

 
Este é o tipo de idéia expressada implicitamente quando um criacionista diz que tal mudança representa “involução”: um movimento contra o “tipo puro”. O grande teorista evolucionário Ernst Mayr tem, seguindo o filósofo Karl Popper, chamado este “essencialismo tipológico”, a opinião que espécies possuem essências em alguma moda aristotélica. Enquanto os “gêneros” mencionados na Bíblia são meramente observações que a prole se parece com pais, isto é, que algum princípio da hereditariedade está ativo na reprodução, Aristóteles acreditava preferivelmente que seres vivos são gerados em aproximação para uma “forma” daquela espécie. Há algo que representa o cachorro perfeito, por exemplo. Esta visão encontrou sua direção na teologia Cristã através da redescoberta de Aristóteles da tradição Islâmica na idade média, primariamente através de Tomás de Aquino, e foi resplandecido na biologia por Carl von Linne no século XVIII, que é agora chamado de sistema Linneano de classificação.

Após o trabalho dos exploradores e naturalistas de meados do século XIX, cientistas não foram mais capazes de visualizar espécies desta maneira. Eles foram muito mais diversos que isso. Não apenas espécies eram às vezes mais diferentes internamente que alguns membros eram para outras espécies, mas se tornou claro que o que foi na realidade comum entre membros de uma espécie era a habilidade para interprocriar (pelo menos, em espécies sexuadas).

Na realidade, esta idéia (agora chamada de conceito biológico da espécie) antecedeu a evolução por uns cinquenta anos, derivando de Buffon, que atacou o sistema linneano. Significa que ver espécies como gêneros morfológicos (isto é, como grupos de natureza de organismos) não eram mais cientificamente possíveis. Alguns, incluindo Darwin, pensavam em ocasiões que isto significava que espécies eram nomes convencionais dados para registrar observações, e nada mais, e que ‘espécies ’eram construções artificiais. Outros acreditavam na idéia mais velha de que houve algo em virtude de quais seres eram membros de uma espécie, mas que isto não tinha nada a ver com suas morfologias, mas sim com suas relações de descendência. Claro, se isto é tudo o que faz um organismo um membro de uma espécie, e a variação que é observada é verdadeira, então não há nada em ser uma espécie que possa impedir uma espécie – ou em qualquer grau uma parte de uma espécie – se tornar algo diferente e novo. Nada mais faz sentido científico.

Neste século, o sistematista Ernst Mayr defendeu a idéia de que o que ele chama de ‘pensamento tipológico’ foi abandonada por biólogos modernos em favor do que ele chama de ‘pensamento populacional’. Tipologia é a visão de que há ‘tipos’ – formas imutáveis que são o que faz uma espécie o que é. Deriva da filosofia de Platão, que declarou que o conhecimento verdadeiro é o conhecimento da Idéia (eidos, em grego). Pensamento populacional é um desenvolvimento recente no pensamento Ocidental – é a visão de que junções de indivíduos – grupos - possuem um perfil que mostra uma distribuição de características. A tão conhecida ‘curva do sino’ da estatística ilustra isto – para quase qualquer traço de uma população você encontrará uma distribuição de curva do sino. Alguns organismos serão mais compridos ou curtos, pesados ou leves, e haverá um meio-termo em volta de grupos de indivíduos. Variação é um fato universal sobre todas as espécies. Algumas porções estão localizadas em ambientes diferentes, e seleção natural, tendência genérica e casualidade trabalham todas para fazê-los diferentes se eles forem isolados por tempo suficiente.

Assim são criadas novas espécies.

Ingressam Michael Ghiselin e David Hull: um biólogo e filósofo respectivamente. Eles propuseram que espécies não são tipos universais, ou classes, mas são indivíduos históricos (que é o que ‘espécie’ significa para Aristóteles, de qualquer forma). O nome de uma espécie, de acordo com Ghiselin e Hull, é um nome próprio, o nome de um indivíduo só e único que possui um início, uma história, e uma extinção, e que também possui uma distribuição no espaço. Homo sapiens não é, nesta concepção, o nome de um ‘tipo’ de animal racional como Aristóteles tinha assim concebido, mas o nome de uma linhagem particular de humanóides que ocorreu de desenvolver linguagem e raciocínio. Se todos os humanos forem extintos no próximo ano, eles poderão nunca surgir novamente. Esta opinião é também altamente discutida por filósofos e biólogos. Mayr, por exemplo, pensa que alguma categoria de classificação (ex. Famílias ou até Ordens) são ‘graduações’ que podem ser atingidas mais de uma vez, que a tese de individualidade rejeita.

Isto está relacionado à area complexa e difícil dos métodos taxonômicos coletivamente chamados cladística (da palavra grega klados, que significa ramificação). A cladística tenta ‘reconstruir o passado’ – recriar a filogenia – usando tão poucas suposições teóricas quanto possíveis, se baseando nas distribuições presentes de traços organísmicos. Isto merece um ensaio próprio, mas não por mim.

Qualquer que seja a concepção triunfante na filosofia, concepções evolucionárias de espécies impedem tipos eternos, em favor do que os filósofos Hilary Putnam e Saul Kripke, seguindo o grande filósofo americano WVO Quine, chamam de ‘tipos naturais’ – seres que existem naturalmente em determinados tempos e locais. Como o exemplo de Hobbe do navio de Teseu, que sobre o curso de uma viagem foi completamente reconstruído, espécies podem ser mudadas tanto que eles não são os mesmos indivíduos que uma vez foram, mas esta mudança pode acontecer imperceptivelmente (a taxas variadas), como Darwin esperava ocorrer. Espécies são entidades biológicas que mudam.
 
Reducionismo e Evolução

Sumário: A Biologia não pode ser reduzida à física, mesmo sendo todas as entidades biológicas entidades físicas, e nada mais. Seleção de grupo não é uma teoria evolucionária aceita, mas classificação de grupo, sim.
A filosofia da ciência, e críticas da teoria evolucionária em particular, tem sido dirigidas pela idéia de que física, ou talvez matemática, é o verdadeiro modelo de uma disciplina científica moderna. Se ela não é como a física de alguma maneira, então ela não é ciência.


Previsivelmente, muitos biólogos não estavam felizes com esta opinião do que eles fazem, como algum tipo de “coleção de selos”. Ernst Mayr atacou esta presunção filosófica, especialmente a idéia de que biologia é apenas uma forma de física, ou talvez química. Filósofos também começaram a fazer ataques similares.

A idéia da ciência da filosofia no início da década de 60 foi geralmente reducionista. Isto significa que em princípio, os objetos e processos de um nível de ciência foram decifrados dos objetos do próximo nível abaixo, terminando com a física subatômica. Deste modo, a biologia reduziu-se à química, e química reduziu-se à física. Este modo de redução foi chamado de redução ontologica. Aqueles que aceitam esta forma de reducionismo são chamados de “fisicalistas”.

Um outro tipo de redução – frequentemente confundido com a ontológica – é a redução explanatória ou epistêmica. Esta é a idéia que as propriedades de um nível devem ser idealmente explicadas como os efeitos dos processos no próximo nível abaixo. Isto é severamente negado por muitos filósofos e biólogos, e afirmado por muitos outros. Hull afirmou que ela é em princípio impossível de reduzir, por exemplo, genética populacional para genética mendeliana, e genética mendeliana para genética molecular, porque cada nível é o resultado de muitas entidades interagindo no nível inferior, e muitas entidades no nível superior resultam de cada entidade no nível inferior.

 
O problema de Hull é algumas vezes chamado de Problema deMuitos para Muitos, em homenagem a um velho problema filosófico, o Problema do Um e os Muitos. Muitos genes mendelianos são feitos de muitas moléculas de DNA, e muitos traços populacionais são codificados por muitos genes mendelianos. Redução simples não funcionará. O que Williams chamou de um “gene evolucionário” é apenas uma unidade de hereditariedade que é “visível” para a seleção, e ela poderia ser uma entidade a qualquer nível – uma molécula, um gene mendeliano ou até um traço populacional.
Redução inicia a discussão evolucionária na forma do problema de seleção de grupos. Em 1962, Wynne-Edwards propôs que alguma população de pássaros regula o tamanho de suas garras (o número de ovos botados) em tempos difíceis para beneficiar a população em sua totalidade, ainda que seja prejudicial para a “adaptação darwiniana” de pássaros individuais.

Williams respondeu com um argumento de que seleção de indivíduos não poderia dar valor a isso e outras formas de seleção de grupos admitidas, e que se a seleção de grupos ocorreu, de qualquer modo, não foi muito importante. Uma década depois, Dawkins firmou esta idéia na afirmação que genes, e genes sozinhos, são as “unidades de seleção”, e que todos os efeitos biológicos na evolução é o resultado destas entidades de “nível inferior”.

Gene-centrismo não é a idéia de que apenas genes existem, ou mesmo que apenas genes têm efeitos, mas apenas genes são selecionados (ou seja, são importantes evolucionalmente). A maneira que Dawkins o colocou, como evidenciado pelo título O Gene Egoísta, foi erroneamente interpretado para significar que organismos são irrelevantes. Análises mais informadas desenvolveram a idéia que se evolução-por-seleção é generalizada, depois usando a própria distinção de Dawkins entre replicadores e veículos (ou o refinamento de Hull, influenciadores), então a seleção pode ocorrer em níveis acima do gene, ou mesmo acima do organismo.

Isto coloca a mentira à noções simplísticas de que evolução é definida como uma mudança em frequências de alelos. Isso é o que tem sido chamado por Wimsatt de definição “guarda-livros” da evolução, e é verdade tão longe quanto for, mas isso não é tudo de interessante sobre evolução. Poucos biólogos são ainda simples reducionistas, apesar de que Williams escreveu uma defesa limitada do reducionismo como uma manobra metodológica, na qual afirmou que redução era a “hipótese nula” e foi oneroso para abandoná-la. Dennett alegou que o reducionismo tinha ainda que falhar, especialmente nas explicações evolucionárias usando seleção.

Se níveis evolucionários acima do gene podem ser selecionados, eles são adaptados?  Vários seguiram Wynne-Edwards nisto. Versões recentes, entretanto, progrediram da noção que grupos são selecionados, entretanto, em favor da idéia de que eles são classificados, porque seleção necessita que a entidade em questão replique, e assim ocorre diferencialmente comparado a outros competidores. Isto é correto para os genes, e afirmado para organismos, mas espécies? Até filo? Grupos não se reproduzem, eles se dividem. Trabalhos recentes por Gould, Eldredge e Vrba melhoram o conceito de seleção de espécies para classificação de espécies, o que Vrba chama de “efeito hipótese”. Esta é uma idéia que agora tem aceitação ampla entre biólogos, incluindo Williams. Grupos são imaginados a sobreviverem de eventos de extinção diferencialmente, baseados nas adaptações de seus organismos componentes. Então organismos são adaptados, não os grupos.
 
Há Progresso e Direção na Evolução?

Sumário: Evolução não possui meta, mas há tendências direcionais de um gênero menor. Explicações teológicas são mais complexas do que alguém pode pensar.

Uma das concepções erradas mais comuns, com uma história muito antes de Darwin, é que evolução é progressiva; que seres se tornam mais complexos e perfeitos de alguma maneira. Na realidade, esta idéia é atribuída mais às atitudes sociais e religiosas da cultura européia do século XVIII e século XIX que a qualquer evidência. Foi determinado que seres estivessem se tornando melhores e melhores, em todos os sentidos, todos os dias. Isto persistiu até muito tempo após o darwinismo, até a metade deste século (por exemplo, Teilhard de Chardin). Até Darwin era ambíguo sobre isto, falando em ocasião sobre ‘perfeição’ como um resultado de seleção.

No tempo da ‘síntese moderna’, na década de 1940, a noção de progresso foi calmamente abandonada, com poucas exceções como Dobzhnsky e Huxley por dentro da síntese, e Schindewolf e Goldschimidt por fora dela. É claro, escritores heterodoxos (geralmente não biólogos) como Teilhard e Koestler ficaram progressionistas muito depois disso. Mas pela década de 1970, o progresso tem sido abandonado por biólogos em operação.

Recentemente, o problema foi trazido à tona, cortado do misticismo de discussões antescedentes. O biólogo J.T. Bonner afirmou que havia um aumento em complexidade de organismos a longo prazo, e outros defendiam uma forma de progresso local sob os termos ‘corrida armamentista’ e ‘incremento’. Gould se sentiu tão decidido que ele foi induzido a negar isso, que pelo menos desde a explosão cambriana, tem de haver qualquer tipo de progresso.
Muitas das discussões modernas focam o que é considerado como ‘progresso’. Gould pensa que a tendência aparente a complexidade é apenas uma questão de evolução aleatória que se iniciou em uma ‘parede’ mínima de complexidade:

Progresso aparente devido a uma ‘parede’ restringindo
onde a mudança aleatória pode modificar.
Adaptado de Gould 1996.

 
Outros afirmam que há apenas progresso porque qualquer aumento sobre zero é um aumento líquido, e que medidas diferentes darão resultados diferentes. A noção tradicional de progresso como um aumento em perfeição ou otimização foi abandonado, por ter se apoiado em uma concepção que volta aos neo-platonistas recentes – a idéia de que tudo da realidade é organizada em uma hierarquia de perfeição crescente. Isto é chamado de scala naturae, e é frequentemente referido à Escada de Perfeição. A ciência evolucionária moderna não pensa que o caminho da evolução é uma escada, embora Lamark pensasse. A idéia atual é mais bem resumida pela frase de Gould – evolução é um arbusto, não uma árvore.

A idéia de progresso propriamente, foi uma noção medieval recente, tomada da secularização da teologia, especialmente das doutrinas chamadas ‘escatologia’ (literalmente, o ‘estudo dos Últimas Seres’). A ‘descoberta’ da história levou para a concretização que organismos biológicos são entidades históricas. A idéia de que história foi progressiva levou à noção que assim era a história da vida, especialmente visto que leva ao Homem. No século XIX, o progressivismo era extremo, e curiosamente sempre pareceu que o último estágio foi aquele do escritor, se era Marx para a classe trabalhadora (européia), Spencer para a britânica (na maior parte inglesa), ou Wagner para os alemães (prussianos, em maioria). A primeira guerra mundial veio como um choque a muitos, e o progresso gradualmente perdeu sua atração.

Sistemas biológicos são históricos de duas maneiras: eles são os resultados de processos irreversíveis (por exemplo, eles crescem e morrem), e eles são contigentes, o segundo ponto é importante se você está pensando sobre o que é ciência em biologia. Você não pode frequentemente repetir um evento na biologia como especiação (alguns híbridos podem ser reformados repetidamente no laboratório) e obter os mesmos resultados. Além disso, a concepção chamada teleologia foi abandonada por biólogos: explicações do que alguma coisa é para não dizer que eles estão lá a fim de alcançar um resultado final. É o suficiente que eles são o resultado da seleção.

Ou é? Teleologia, também, é fazer um menor retorno. Na ciência, teleologia é uma forma de modelar um comportamento do sistema por recorrer ao seu estado final, ou meta. É uma resposta a uma questão sobre função e propósito. Por que os vertebrados possuem corações? Para bombear sangue pelo corpo para distribuir oxigênio e nutrientes, etc. Esta é a explicação funcional. A função dos corações é bombear sangue. Na evolução, a questão ‘por que organismos exibem adaptação?’ não é respondida teleologicamente com ‘a fim de sobreviverem’, mas historicamente – ‘porque aqueles que foram menos adaptativos não sobreviveram’. No entanto, algumas formas de teleologia ainda são usadas, no entendimento de que elas se reduzem à explicações históricas.

Isso pode ajudar a pensar em uma analogia social. Podemos explicar teleologicamente o comportamento de um mercado de ações, para mercados de ações não há metas, apenas resultados. Quando Dawkins fala sobre genes maximizando suas representações no pool genético, isto é uma metáfora, não uma explicação. Genes apenas replicam. Ocorre que aqueles que replicam outros em excesso acabam sobrevivendo em excesso. Não há ‘meta’ para o comportamento genético.

Há duas formas de explicação teleológica. Explicação teleológica externa deriva de Platão – uma meta é imposta por um agente, uma vontade, que possui intenções e propósito. Explicação teleológica interna deriva de Aristóteles, e é uma noção funcional. Aristóteles dividiu causas em quatro gêneros – explicação teleológica material (a matéria que um ser é feito), formal (sua forma ou estrutura), eficiente (as capacidades das causas para alcançar os seres que elas alcançam) e final (o propósito ou fim para qual um ser existe). Teleologia interna é realmente uma forma de explicação causal nas condições de valor de um ser sendo explicado. Esta classe de teleologia não impacta em explicações em termos de causas eficientes.

Você pode, de acordo com Aristóteles, usar ambos.

Explicações evolucionárias são mais parecidas com as causas formais e eficientes de Aristóteles. Qualquer explicação funcional pede mais uma questão – qual é a razão de que aquela função é importante para aquele organismo? – e isso pede até mesmo uma questão a mais – por que aquele organismo deveria existir? As respostas para estas questões dependem na história da linhagem que leva ao organismo.

Teleologia externa está morta em biologia, mas há uma distinção adicional a ser feita. Mayr distinguiu quatro tipos de explicação que são algumas vezes chamadas teleologia: telenômica (procura-de-meta, causas finais de Aristóteles, explicações ‘para-o-motivo-de-que’); teleomática (comportamento referente a juízo que não é procura-de-meta); sistemas adaptados (que não são de maneira nenhuma procura de meta, mas existem apenas porque eles sobrevivem); e teleologia cósmica (sistemas direcionados-ao-fim). Apenas sistemas que são ativamente direcionados por uma meta são verdadeiramente teleológicos. A maioria são apenas teleomáticas, e alguns (programas genéticos, por exemplo) são teleonômicos (teleologia interna), porque eles procuram um fim.
Como as quatro formas de teleologia aparente se relacionam.
 
Muitas críticas do darwinismo se apóam no engano da natureza da teleologia. Sistemas da biologia que são busca-do-fim são concebidas como dirrecionadas-ao-fim, algo que o darwinismo não faz uso em seus modelos.

Fora da biologia – na realidade, fora da ciência – você pode usar teleologia externa totalmente como você quiser, mas isso não funciona como uma explicação de qualquer fenômeno além daqueles que são na verdade os resultados de agentes como corretores de bolsa de valores. E mesmo lá, a teleologia não é sempre útil para os corretores da bolsa que desejaram o objetivo da quebra de 1987, ou a depressão de 1930? A teleologia externa é inútil na ciência, e qualquer ciência que tenta ser teleológica se tornará misticismo imediatamente.
 
Naturalismo: É necessário?

Sumário: A ciência deve admitir que tudo possa ser investigado empiricamente, mas isto não força o abandono do sobrernatural, para aqueles que o querem.

Na filosofia, ‘naturalismo’ é a idéia de que uma explicação é justificada até agora como se se apoiasse na evidência de um tipo empírico. Tem sido muito ativo na filosofia da mente e filosofia moral, e recentemente como uma ferramenta para a ‘hegemonia conceitual’ da ciência em oposição às idéias de alguns sociologistas e historiadores da ciência que colocariam as visões de mundo (comportamentos aceitos pela  sociedade) em perspectiva. Na discussão do criacionismo-evolução, tende a significar algo mais – a idéia de que explicações não devem levar em consideração o sobrenatural ou espiritual. Estes dois sentidos sobrepõem a um grau (porque evidência do sobrenatural não é empírica, mas revelatória).

Repare, entretanto, que o sengundo sentido é uma idéia sobre o que existe, enquanto padrão é uma idéia sobre o que pode ser conhecido na ciência. Se há um reino espiritual que não é aberto à observação, então a ciência não pode usá-lo em explicação. Para a ciência, explica-se sobre coisas que são observadas.

Se a ciência não pode ser usada para explicar coisas que não se pode ver e testar, isto não exclui outras disciplinas usando explicações não-naturais (como a teologia). Apenas significa que ciência não pode usá-la, assim como ela destrói o verdadeiro conceito da ciência. Há duas maneiras em que ciência não pode ser não-naturalística. Ela não pode fazer a suposição de que fenômeno são eles mesmos não-naturais – ela tem de assumir que tudo observado é acessível a uma investigação naturalística. Chame a isto de naturalismo metodológico.

A ciência deve também evitar explicações não-naturais. Isto é naturalismo explanatório. Qualquer explicação que usa ‘explanadores’ (coisa fazendo a explicação) não-naturais, falha em ser testado. Eu poderia propôr que algum processo é o resultado dos poderes de um Unicórnio Rosa Invisível. Você não pode nem falsificar nem verificar isto (nos sentidos habituais). A marca de qualidade da ciência, talvez a única marca, é que explicações são testáveis. A razão para isto está no que a filosofia chama de epistemologia (da palavra grega para crença, epistemé, mas usado no sentido de conhecimento – consequentemente, ‘estudo do conhecer’).
Epistemologias de Platão a Kant foram infalibilísticas – uma crença não era conhecimento se houvesse qualquer chance de estar enganada. A ciência, por outro lado, está frequentemente errada, e é constantemente revisada.

Contudo, o que ciência entrega é de longe a mais bem-sucedida forma de conhecimento reunido jamais desenvolvido por humanos. A epistemologia requerida pela ciência é por esta razão uma visão falibilística do conhecer.

A base para isto encontra-se no ato de testar. A explicação científica deve ser aberta para qualquer investigador competente a testar e avaliar. Experiências revelatórias não são universalmente abertas a todos, e intuições sobre o universo são muito diferentes para diferentes pessoas e culturas, então explicações não-naturalísticas são excluídas do domínio da ciência.

Uma maneira útil de abordar isto é perguntar com que se pareceria uma explicação não-naturalística. Explicações são equações, de alguma forma. Você explica X por dizer que é um Y (e um Z, etc). Se uma explicação não-natural deve funcionar, ela tem de colocar algo que não é nem vazio nem circular no outro lado da equação. O que conta como um explanador não-natural? ‘Alguma coisa é não-natural se ela não for natural’ é completamente vazio até nós soubermos como distinguir entre as duas.

O caminho habitual para definir o não-natural é que isso não é explicável na forma de leis naturais; ou seja, quebra a corrente causal. Se nós abandonarmos a suposição metodológica do naturalismo – que tudo é aberto à investigação empírica – podemos dizer que qualquer coisa não explicável atualmente por leis científicas é não-natural, mas não é isso o que significa. Podemos distinguir entre nossa ignorância atual e alguma coisa que é a princípio não cientificamente explicável, certamente.

Queremos alguma coisa que é completamente fora do curso e eventos físicos [alguns proponentes do termo ‘sobrenatural’ o usam para se referirem a ‘incausado’ – o que isso significa na verdade é realmente incerto].

Mas se nós o tivermos, poderíamos incorporá-lo dentro de uma explicação científica? Poderíamos obviamente não usar observações empíricas – elas dependem do curso ordinário dos processos físicos. Então, o que mais está lá? A resposta é: nada. Explicações não-naturais não são científicas.

A forma final do naturalismo é naturalismo ontológico. Esta é a opinião de que tudo que existe (grego clássico: on-, forma raiz de ‘ser’, da qual ‘ontologia’ é derivada, consequentemente, ‘o estudo do que existe’) é natural. Muitos cientistas são também fisicalistas. Eles afirmam que se nós não precisamos postular a realidade de processos não-físicos para a ciência, então podemos concluir que não há tais coisas. Este argumento é muito rápido. A alegação que ‘se A então B’ explica que B deve ser verdadeiro, mas deve haver também um C que explica B. Além disso, muitas coisas no mundo físico são causadas por muitas coisas juntas que apenas umas poucas. Então, podemos dizer que um evento físico é causado ambos por Deus e por causas físicas, sem ser logicamente inconsistente.

Sua resolução depende do que você está usando como suposições básicas. Na ciência, a Navalha de Ockham (‘não multiplique entidades na explicação desnecessariamente’) – também conhecida como parsimônia – é usada para organizar tão longe for possível a fim de alcançar a explicação mais firmada. Extender esta ciência externa é uma proposta arriscada, a menos que você esteja desejando fazer com que a suposição metodológica também funcione na metafísica tão bem quanto na física. Muitos estão (incluindo eu), mas não é uma conclusão necessária vinda de qualquer forma de ciência.

Na doutrina filosófica conhecida como naturalismo moral, sistemas morais são explicados nas condições das propriedades sociais ou biológicas de humanos. Isto é frequentemente uma abordagem darwiniana. O que eu quero apontar é que não apenas explicar, mas propôr um sistema moral nesta maneira envolve o que G.E. Moore famosamente chamou de “Falácia Naturalística”. Você pode dar uma explicação naturalística de morais sem justificar ou invalidar esses princípios morais. Explicação e justificação são duas atividades diferentes. Então, com ontologia também. Você pode aceitar a suposição motodológica do naturalismo na ciência sem invalidar ontologias não-naturalísticas. Elas apenas não são científicas. Na minha concepção, ontologias fora da ciência é um assunto de escolha pessoal. E como Cícero uma vez disse, gosto não se discute. Na ciência, há (legítima) discussão. Então, ciência é mais que uma questão de gosto.

A evolução se parece correta?

Sumário: Evolução não tem consequências morais, e não faz o propósito cósmico impossível.

Alguns críticos vêem o uso da teoria da seleção exceto em contextos biológicos como forçar execuções políticas e morais malignas. Um excelente exemplo disso é a sociobiologia, que é considerado como possibilidade de resultar em tais coisas como eugenia, racismo, e a morte do bem-estar social. Sociobiologia e o mais recente movimento da psicologia evolucionária procuram explicar o comportamento humano através das adaptações da evolução humana. Gould, especialmente, foi sarcástico em seus ataques sobre explicações sociobiológicas. É imaginado por alguns a resultar em uma ética egocêntrica conhecida como egoísmo racional.

Uma outra idéia semelhante é “Darwinismo Social”, sustentando que política social deveria permitir o fraco e tornar inapropriado falhar e morrer, e que isto não é apenas boa política, mas moralmente correto. A única conexão verdadeira entre o Darwinismo e o Darwinismo Social é o nome. A fonte verdadeira de Darwinismo Social é de Herbert Spencer e a tradição voltando a Hobbes via Malthus, não são anotações próprias de Darwin, apesar de Darwin ter obtido alguma inspiração nos efeitos no crescimento da população vindo de Malthus.

As afirmações feitas por Darwinistas Sociais e seus sucessores sofrem de uma falácia ética conhecida como “a falácia naturalística” (sem conexão ao naturalismo em explicações e o estudo do conhecimento mencionado acima). Esta é a inferência do que pode ser o caso para a conclusão que é então correta. De qualquer forma, enquanto é certamente verdadeiro que, por exemplo, algumas famílias possuem a tendência de sofrer diabetes, assim como a minha, não há permissão para concluir que eles deveriam não ser tratados, da mesma forma que o fato de uma criança ter um braço quebrado por um acidente de bicicleta indicar que a criança deveria ter um braço quebrado. David Hume há tempos atrás mostrou que “ser” não significa “dever ser”.

Na realidade, diversas opiniões políticas e religiosas caracterizam reflexões baseadas sobre biologia evolucionária. Por exemplo, o russo anarquista aristocrata do século XIX, Pyotr Kropotkin, escreveu um livro chamado Ajuda Mútua em que afirmou que evolução resulta mais em cooperação que em competição cruel. Suas idéias são imitadas em usos recentes de teoria dos jogos para mostar que, em alguns casos pelo menos, cooperação é uma estratégia estável para determinadas populações adotarem.

A teoria evolucionária não exclui o Propósito da Vida, embora ela remova a necessidade pelo design proposital de muitos reinos vivos (quer dizer, todos exceto o pedaço geneticamente projetado do reino vivo). Esta confusão aparente é resolvida se nós pedirmos da teoria evolucionária duas respostas: uma, há um design evidente na estrutura de organismos vivos? Dois, há um propósito universal para a vida em geral? A ciência responde NÃO para a primeira questão. Design não é diretamente evidente em seres vivos, embora haja uma complexidade admirável e adaptatividade da vida ao seu ambiente. Para a segunda questão, a ciência de qualquer forma responde: Informação Insuficiente. Esse tipo de resposta você obtem em outro lugar – de um comprometimento pessoal ou crença religiosa em revelação.
 
A Evolução é apenas outra religião?

Sumário: A teoria evolucionária é uma teoria científica lidando com dados científicos, não um sistema de crenças metafísicas ou uma religião. No entanto, ela pode fixar os tipos de problemas gerais que a biologia lida, e também agir como uma atitude filosófica em lidar com mudanças complexas.

Alguns afirmam que evolução é o equivalente metafísico para uma religião. Para atacar a evolução, estes críticos sentem a necessidade de apresentá-la não apenas como uma teoria científica, mas como um uma visão

Offline Südenbauer

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Re.: Evolução e Filosofia
« Resposta #1 Online: 03 de Dezembro de 2005, 14:18:10 »
Todo o furor gerado sobre a natureza de chance na evolução é baseado não sobre desafios à natureza científica da teoria, mas sobre a necessidade de encontrar propósito em cada faceta da realidade. Frequentemente, isto deriva da convicção religiosa, mas algumas vezes ela surge de uma visão filosófica mais considerada.

Teorias metafísicas tendem a cair em dois gêneros: aqueles que vêem tudo na natureza como o resultado do Propósito (idealismo) e aqueles que vêem o Propósito como o resultado dos mecanismos da Natureza (naturalistas). Um pode pegar uma abordagem naturalística para algumas coisas, e ainda ser um idealista em outros domínios; por exemplo, um pode aceitar tranquilamente que mentes são o resultado de determinadas classes de cérebros físicos e ainda considerar, dizer, que sociedade ou moralidade são resultados de trabalhos do Propósito. Tipicamente, no entanto, idealismo e naturalismo são sustentadas como doutrinas filosóficas distintas e separadas.
Idealistas, incluindo criacionistas, não podem aceitar a idéia de que realidade não se importa tanto para as aspirações, metas, princípios morais, dor ou prazer de organismos, especialmente humanos. Deve haver um Propósito, eles dizem, e Evolução sugere que não há Propósito. Por esta razão, eles dizem que evolução é uma doutrina metafísica do mesmo modo que, mas oposta aos, tipos de posições religiosas ou filosóficas tomadas pelo idealista. Pior, não apenas isso não é ciência (porque é uma metafísica, percebe?), é uma doutrina nociva porque ela nega o Propósito.

O criacionismo cristão pode contar com a interpretação literal da escritura Cristã, mas seu fundamento é a concepção de que o Propósito de Deus encontra-se diretamente atrás de todos os fenômenos físicos. Qualquer coisa que ocorre deve tomar lugar porque é imediatamente parte do plano de Deus; eles acreditam que o mundo físico deveria, e deve, conseguir prova da existência de Deus e da bondade (providencialismo radical). A evolução, que mostra que aparência de design não sugere design, é visto como destruidor desta verdade eterna, e consequentemente eles argumentam que isso deve ser falso. Na demonologia fundamentalista em particular (vigente), segue como inferência que evolução é o trabalho do demônio e seus subordinados.

Deve ser notado que muitos evolucionistas pensam que apenas fatos e teoria científica da evolução não proíbem o siginificado moral ou espiritual adicional, e muitos não pensam que qualquer propósito particular para o universo está envolvido apenas por evolução, mas exige algum comprometimento religioso ou filosófico.

Filósofos da ciência na maior parte concluem que ciência é metafisicamente neutra, segundo o físico católico Pierre Duhem. A ciência funciona da mesma forma para hindus assim como católicos, para franceses assim como americanos, para comunistas assim como democratas, permitindo variações locais que são ironizadas após um momento. Entretanto, ciência de fato rejeita vários mitos etiológicos (histórias de origem) religiosos, e frequentemente força a revisão de histórias históricas e médicas usadas na mitologia de uma religião. E quando cosmologias são dadas em escrituras antigas que envolvem paraísos sólidos, elefantes e escaravelhos, a ciência mostra a eles como sendo desqualificadamente falsos como descrições de um mundo físico assim como é observado.

A ciência pode rejeitar uma afirmação metafísica, então. A ciência evolucionária é por consequinte uma Weltanschauung (uma bela e pretenciosa palavra alemã que significa visão de mundo) metafísica? Eu acho que não. Muitas coisas afirmadas por idéias metafísicas como o literalismo bíblico cristão fundamentalista não são eles mesmos afirmações metafísicas. Por exemplo, a afirmação que o mundo é achatado (se feito por um texto religioso) é uma questão de experimento e pesquisa, não primariamente de princípios e revelações. Se “pelas suas obras sabemos quem é a pessoa”, falsas afirmações efetivas são evidências de má ciência, não de boa religião.

Muitos daqueles que sustentam idéias religiosas tomam a abordagem de que eles obtêm a religião deles de suas escrituras e a ciência da literatura científica e comunidade. Conseqüentemente, eles tratam as afirmações efetivas feitas naquelas escrituras da mesma forma que tratam as idéias metafísicas de cientistas: não sendo pertinente à função daquela fonte de conhecimento. O fato de Stephen Jay Gould admitir aprender o marxismo no colo de seu pai ou Richard Dawkins ser um ateu significa que evolução é também marxista ou ateística (assim como muitos concluem imediatamente e falaciosamente)? Claro que não.

Se for o caso de que as opiniões pessoais de cientistas definiram os resultados do trabalho científico, então o vasto alcance das visões metafísicas de cientistas praticantes deveria significar que – ao mesmo tempo – ciência foi cristã, hindú, marxista e provavelmente até animista, bem como agnóstica ou ateística. Enquanto alguns relativistas culturais radicais tentam alegar que ciência não é mais que a soma de seus ambientes culturais, esta visão falha em explicar como é que a ciência obtém resultados tão consistentes e adquire uma concordância tão ampla em propósitos. Não obstante, isto não pára idealistas de algumas vezes alegar desingenuamente que ciência é o que você quer (ou “deseja”) fazer dela.

Há uma tradição na filosofia ocidental moderna, datando pelo menos dos filósofos Românticos do século XVIII, que lidam além de tudo com teorias do mundo natural como sistemas de crença auto-inclusos e auto-validados que estão além da crítica de tais sistemas. Muitos cristãos e algus filósofos judeus e teólogos alegaram que o cristianismo (ou qualquer religião) é de fato um Weltanschauung auto-incluso, e que é imune de ataques sobre suas alegações por pesquisa científica. Isto toma várias formas. Um teólogo, Rudolph Bultmann, uma vez disse que até os restos mortais de Jesus foram encontrados, o cristianismo (como ele interpretava) ainda poderia ser verdade. Outros apóam que tudo da ciência é apenas uma religião, no sentido que ela é um sistema de crença auto-inclusa, e por esta razão não se pode objetivamente desaprovar ou desafiar as alegações feitas por outro sistema (ex., cristianismo). Esta é a abordagem frequentemente tomada por criacionistas.

Em última análise, isto condensa um preconceito “anticiência”, por ciência não ser, neste sentido, um sistema metafísico. Visto que a ciência não é um sistema de pensamento deduzido de princípios essenciais (como são os tradicionais sistemas metafísicos), e que lida precisamente com experiência objetiva, ciência não é, nem qualquer teoria da ciência, um verdadeiro sistema metafísico.

Entretanto, a alegação é algumas vezes, e mais plausivamente, feita para que a teoria evolucionária, juntamente com outras teorias científicas, pareça funcionar como um tipo de sistema metafísico atitudinal. É (em minha opinião, honestamente) concebida para influenciar os tipos de problemas e soluções lidadas por ciência. Não há problema com isto, já que a fim de uma disciplina fazer qualquer progresso, o campo e problemas possíveis (essencialmente infinitos, para usar um “malapropismo”) devem ser restritos a algum conjunto de opções de pesquisa plausíveis e viáveis. A teoria da evolução como agora consensualmente apoiava atos para encurtar o alcance e limitar a duplicação necessária. Isto é inofensivo, e é uma verdade de qualquer campo da ciência.

Ruse também decreve o que ele chama de “Darwinismo Metafísico” (como oposto ao “Darwinismo científico”) que é de fato um sistema metafísico similar a uma visão de mundo, e que tem expressado ela mesma em numeroras filosofias extra-científicas, incluindo a de Spencer, Teilhard, e Haeckel, ou até as visões quase-místicas de Julian Huxley. Estes devem ser considerados separados da teoria científica, e estão frequentemente em contradição aos modelos científicos vigentes.

Exceto a isto, a “metafísica” da evolução por seleção é primariamente um conjunto de opiniões guiadas para pesquisa que tem sido extraordinariamente frutífero onde nenhum outro tem sido. Entretanto, como uma metafísica, a teoria evolucionária é razoavelente assolado pela escassez. Isto é o que deveria ser verdade de uma teoria científica, pois o número de conclusões além da evidência empírica que podem ser supostas é ilimitado. Qualquer teoria que se submete ela mesma a uma conclusão metafísica como uma inferência lógica seria quase certamente falsa.

Aqueles que precisam de Significado Cósmico não precisam temer, pois nenhuma versão da teoria evolucionária a proíbe; apesar de nenhuma também não poder suportá-lo. Aqueles evolucionistas que têm cada um argumentado a favor do Significado Cósmico na base da teoria evolucionária, ou que tenham argumentado que não pode haver Significado Cósmico porque seres evoluem, estão ambos errados. As conclusões não seguem das premissas, simplesmente porque “ser” não sugere “dever ser”.

Tradução de Fernando R. Lorenzon

Offline Roberto

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Evolução e Filosofia
« Resposta #2 Online: 05 de Dezembro de 2005, 17:57:51 »
Sou um "fisicalista"  :P

Toda ciência é física, ou então é coleção de selos.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Atheist

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Re.: Evolução e Filosofia
« Resposta #3 Online: 10 de Dezembro de 2005, 15:25:21 »
Fernando, troque os "falsificado" por "falseado".  :wink:

E manda logo o texto para o site!!!  :x  :P

Offline Zibs

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Re.: Evolução e Filosofia
« Resposta #4 Online: 10 de Dezembro de 2005, 18:12:26 »
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Evolução e filosofia possuem um relacionamento tão antigo, existindo antes mesmo do que a própria idéia de evolução.

Perfeito :mrgreen:



Um ponto esta obscuro para mim: "mutacoes geneticas".
Alguem tem algum texto sobre mutacoes x aleatoriedade?Antes, eu quero saber se a ciencia prega o indeterminismo total no processo das mutacoes?
A verdade, em sua essencia, se manifesta sob diferentes roupagens.Sabedoria é comunica-la usando-se da veste do seu interlocutor.

Offline Südenbauer

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Re: Re.: Evolução e Filosofia
« Resposta #5 Online: 10 de Dezembro de 2005, 19:09:00 »
Citação de: Atheist
E manda logo o texto para o site!!!  :x  :P

É, bem....

Pensei que tu já tinha colocado, é...  :?

É que eu não tenho IE, daí tá sempre dando aquela falha na hora de colar o texto.

Offline Nina

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Re.: Evolução e Filosofia
« Resposta #6 Online: 12 de Dezembro de 2005, 17:31:57 »
Vou colocar o texto lá então!  :)
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

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Re: Re.: Evolução e Filosofia
« Resposta #7 Online: 12 de Dezembro de 2005, 23:38:51 »
Citação de: zibs
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Evolução e filosofia possuem um relacionamento tão antigo, existindo antes mesmo do que a própria idéia de evolução.

Perfeito :mrgreen:



Um ponto esta obscuro para mim: "mutacoes geneticas".
Alguem tem algum texto sobre mutacoes x aleatoriedade?Antes, eu quero saber se a ciencia prega o indeterminismo total no processo das mutacoes?


Zibs, leia estes dois textos:

Variação  e a Evolução

Seleção Natural

Existem alguns pontos do genoma de modo geral, que são chamados de hotspots. Neles há em geral uma probabilidade maior de acontecerem mutações. Fora disso, mutações são aleatórias, não há determinismo.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Re.: Evolução e Filosofia
« Resposta #8 Online: 13 de Dezembro de 2005, 10:19:48 »
Citação de: Atheist
Fernando, troque os "falsificado" por "falseado".  :wink:

E manda logo o texto para o site!!!  :x  :P


"refutado" não fica mais acessível, e evitando também a falsa noção de "fraude", "adulteração", por similaridade das palavras?

:|

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Re: Re.: Evolução e Filosofia
« Resposta #9 Online: 13 de Dezembro de 2005, 23:55:32 »
Citação de: zibs
Remanejando :wink: ...
Eta matrix, vamos la, xo vê o q da pra captar:
O controle dos eventos é concatenado, ou seja, a nossa vontade controla o fluxo dos eventos, podendo antecipa-los ou nao(tempo nao existe :wink: )...
estas sao de quando tinha 18anos(nao teria como evitar, né :wink: )...(nao vou ler os textos, viu...)


Vai ser melhor se ler...

Citação de: zibs
lamark, selecao natural em situacoes extremas(o erro comecou ai, generalizou).Vamos ver se sai algo:
Borboleta da ilha...ai ficaram de uma cor, bla bla bla...
é, tem que voltar as origens :wink: da teoria...


Leia os textos, vai ver que é mais simples do que pensa.

Citação de: zibs
uma dica: podemos mudar nossos genes?(materialmente falando - é o trabalho de voces - bem que gostaria que todos tivessem a minha filosofia, mas a cada dia que passa nao sinto mais nada...)


Mudar o quê exatamente??? Já ouviu falar de OGMs?

Citação de: zibs
se "eu fumo"(vontade=abstrato) muito posso provocar(causa) uma mutacao(concreto)...(ta fraquinha a faisca hein).Acham que fico pensando nas palavras?Ou vem ou nao vem...
pronto, agora achem variaveis parecidas e facam uma equacao "deterministica" de tudo isso...
Tem certeza que o Lamark nao entra ai no fumo? :wink:


Embora pareça, para Lamark estar certo, o fato da girafa esticar o pescoço, para usar o exemplo mais básico (depois explico a situação do cigarro) deveria causar mutações em genes específicos para o comprimento do pescoço. Não apenas isso, deveria com estas mutações, favorecer o aumento do pescoço. Isso até o momento é ficção. Não há nenhuma evidência que comprove.

A questão do cigarro é mais complicada. Existem 3 classes de genes relacionados com câncer: supressores de tumor, proto-oncogenes e genes de reparo do DNA. Quando um certo número de mutações acontece nestes genes eles desregulam o processo de divisão celular, causando o tumor. O cigarro é apenas um dos agentes carcinogênicos, causando mutações em pontos aleatórios. Caindo nestes locais, temos câncer. Não tem nada a ver com Lamark... Ninguém está mais adaptado tendo câncer...

Citação de: zibs
Comece dai e nao da selecao :wink: Reflita bem nisso...
Largaram o coitado.Quando q comecou isso?
Eu lembro q tinha algo assim: me esforco a vida inteira para ser inteligente e nao vou transmitir nada?A lei da evolucao é burra?O esforco nao vale nada?Por que?

Leia os textos, estão muito claros. Só uma dica: para que uma variação seja passada adiante, é necessário ser hereditária. E isso depende dos genes. Por isso Lamark errou. Darwin observou mais e deixou o preconceito religioso de lado. Ele não pôde explicar tudo, pois não sabia genética, coisa que Huxley, Dobzhansky e outros remediaram mais tarde.

Citação de: zibs
Por que nao conseguiam estuda-lo?Por que uma ilha dizia tudo?


Não uma ilha, um arquipélago!!!

Citação de: zibs
pseudo-lamarkistas.
Come back to origins...
acham q se eu tivesse um filho ele nasceria fraco ou forte?
e a mae?
qual vontade predomina sobre qual?qual é mais forte :wink:
e a questao das probabilidades?
ai nao é problema meu...
deixa a genetica comigo para quando tiver inspirado
preocupem-se com em entender o esforco e o processo evolutivo e a selecao "de fundo" :D
Pirem(ideias)...eu sempre fui assim...minha memoria nunca foi la estas coisas por causa que sou uma pessoa de ideias e nao bitola e condicionamentos...mas talvez agora eu tenha encontrado o porque e a memoria...so que esporadica ne...legal nao parar para pensar...kkkkkkkk
q portugues bonitinho vai catar milho...
memoria=concreto
este é um dos porques de minha atuacao ter que ser atraves da internet=conexao.Cada um tem uma obra(edificacao) no proposito(amor),
certo?E a de voces, ja sabem realmente?


Zibs, leia os textos, depois continuamos...

Atheist

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Re: Re.: Evolução e Filosofia
« Resposta #10 Online: 13 de Dezembro de 2005, 23:56:23 »
Citação de: Danniel
Citação de: Atheist
Fernando, troque os "falsificado" por "falseado".  :wink:

E manda logo o texto para o site!!!  :x  :P


"refutado" não fica mais acessível, e evitando também a falsa noção de "fraude", "adulteração", por similaridade das palavras?

:|


Talvez... Mas "falseamento" é mais Popper... Refutação é muito Sócrates...  :lol:  :P

Offline Nina

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Re: Evolução e Filosofia
« Resposta #11 Online: 16 de Maio de 2006, 19:41:53 »
Com meses de atraso, o texto está indo para o site. :oops:

Tentando me desculpar com o Fernando e pelo texto ser bem específico e longo, criei uma nova área no Projeto Evoluindo:

Evolução e Filosofia

Já coloquei duas partes e estou configurando a terceira. Ela demorou mais pois fiz imagens para aqueles esqueminhas das leis universais... :D

Bom, de qualquer forma, está indo!
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

 

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