Autor Tópico: Denominador Comum  (Lida 1214 vezes)

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Rhyan

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Denominador Comum
« Online: 10 de Dezembro de 2005, 10:21:36 »
DENOMINADOR COMUM   

por Rodrigo Constantino, economista

"No development is possible without growth, without a good investment climate and without a buoyant private sector." (François Bourguignon)

O que gera riqueza em uma nação? O que possibilita uma boa qualidade de vida para a maior parte da população? Estas estão, sem dúvida, entre as principais perguntas feitas por qualquer pessoa. Afinal, reduzir a miséria no mundo é um dos grandes objetivos da humanidade. E claro que as respostas são complexas, exigem profundo estudo econômico e estatístico, análise empírica, reflexão lógica etc. Mas podemos, de forma extremamente simplista, tentar obter alguns pontos básicos, comuns aos países bem sucedidos. Buscando os denominadores comuns dos países mais ricos e com maior qualidade de vida, teremos uma boa noção do que devemos almejar. Além disso, tal exercício mostra que determinadas medidas podem estar presentes em alguns países vencedores, mas não representarem causa do sucesso relativo deles, pois estão totalmente ausentes nos demais. Vamos buscar aquilo que, basicamente, encontra-se em todos eles.

Para tanto, serão utilizados dois rankings, do Índice de Desenvolvimento Humano, e do Índice de Liberdade Econômica, elaborado pelo The Heritage Foundantion. O IDH foi idealizado pelo economista paquistanês Mahdub ul Haq, com colaboração do indiano Amartya Sen, vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 1998, e leva em conta, além da renda per capita, questões como a expectativa de vida e educação. O índice do Heritage mede o grau de liberdade econômica da nação, pesando fatores distintos na sua balança. Ambos os indicadores estão longe de perfeitos, mas ao menos fornecem resultados interessantes para nossa reflexão, e utilizam os mesmos critérios para todos os países. Vamos aos resultados.

O ranking do IDH coloca a Noruega em primeiro lugar, seguida por Islândia, Austrália, Luxemburgo, Canadá, Suécia, Suíça, Irlanda, Bélgica, Estados Unidos, Japão, Holanda e outros. O Índice de Liberdade Econômica tem Hong Kong no topo da lista, seguido por Cingapura, Luxemburgo, Estônia, Irlanda, Nova Zelândia, Reino Unido, Dinamarca, Islândia, Austrália, Chile, Suíça, Estados Unidos, Suécia e outros. Colocando os índices lado a lado, para comparação, notamos algo interessante: dos 20 primeiros países das listas, 14 estão em ambas! A liberdade econômica parece mesmo ter grande influência na qualidade de vida dos países.

Analisando melhor caso a caso, podemos explicar aqueles que diferem nas listas. A Noruega, por exemplo, que desponta em primeiro lugar no IDH e não consta entre os 20 primeiros em liberdade econômica, é o terceiro maior exportador de petróleo do mundo. Para uma população pequena e tanto ouro negro, cujo preço está na lua, somente muita incompetência estatal para abalar a riqueza da nação. O welfare state norueguês não é causa da sua riqueza, e sim conseqüência. Até a Arábia Saudita conseguiu manter um sistema parecido por anos, sustentando elevada renda per capita. Ainda assim, preocupados com o futuro das reservas de petróleo, os noruegueses vem liberalizando cada vez mais sua economia.

Outro exemplo tradicional dos defensores do Estado bem feitor é a Suécia. Mas eles ignoram que este país possui, pelo incrível que possa parecer, elevado grau de liberdade econômica. Até mesmo o sistema de vouchers em educação, proposto pelo liberal Milton Friedman, foi adotado lá. E não custa lembrar que a Suécia, fosse um estado americano, seria o mais pobre de todos eles, em termos de renda per capita. Isso mesmo depois de considerar a maciça migração de pobres para os Estados Unidos, que mostrou impressionante capacidade de absorção dessa mão-de-obra. Imagina a Suécia tendo que bancar seu welfare state para milhares de imigrantes!

Em resumo, algumas pessoas costumam selecionar alguns países bem posicionados na colocação do IDH para justificar a forte presença estatal na economia. Mas estas pessoas não levam em conta que correlação não é causalidade, e que vários países com elevada presença estatal na economia aparecem no final da lista de qualidade de vida, enquanto países bem mais liberais desfrutam de excelente posição no ranking. Logo, o welfare state não parece ser causa de sucesso algum, figurando muito mais como um reflexo em alguns casos isolados. Os escandinavos são ricos a despeito do tamanho do Estado, e não por causa dele. O que Holanda, Suíça, Estados Unidos, Canadá, Luxemburgo, Austrália, Suécia e outros possuem em comum não é, nem de perto, o welfare state, mas o relativo elevado grau de liberdade econômica, assim como o império da lei. São países que, em diferentes graus, adotaram o modelo capitalista, com economia de mercado e isonomia das leis. Fora isso, são nações bastante concentradas em serviços, e não agricultura.

Esta análise, ainda que simplista, derruba mais um mito da esquerda, que costuma idealizar o Estado e execrar o livre mercado. O grande denominador comum das nações mais ricas, e com melhor Índice de Desenvolvimento Humano, é a liberdade econômica!

Publicado em 13/09/2005
http://www.diegocasagrande.com.br/open=artigos&id=1679

Offline Zibs

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Re.: Denominador Comum
« Resposta #1 Online: 10 de Dezembro de 2005, 13:05:52 »
A grosso modo, o dinheiro é um fluido com grande magnetismo.
Em poucas palavras, quem detem as melhores fontes, nao querem compartilha-las, quem nao tem, passam a depender do bebedouro alheio... :hihi:  :mrgreen:    :lol:  :lol:  :lol:
A verdade, em sua essencia, se manifesta sob diferentes roupagens.Sabedoria é comunica-la usando-se da veste do seu interlocutor.

Rhyan

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Re.: Denominador Comum
« Resposta #2 Online: 11 de Dezembro de 2005, 00:43:24 »
Discordo, novas fontes podem sempre ser criadas. Basta seguir o exemplo liberal.

Offline n/a

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Re.: Denominador Comum
« Resposta #3 Online: 11 de Dezembro de 2005, 02:13:35 »
Ótimo texto. :ok:

Offline Zibs

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Re: Re.: Denominador Comum
« Resposta #4 Online: 11 de Dezembro de 2005, 07:59:49 »
Citação de: Rhyan
Discordo, novas fontes podem sempre ser criadas

Sim, podem, dentro das limitacoes inerente ao magnetismo fluídico - as grandes fontes "atraem" mais fluido.Isto nos leva a crer na hipótese que apenas "muitas" pequenas fontes poderiam sobrepujar estas limitacoes, competindo até nivelar o mesmo volume das "grandes" fontes.Para dar certo, o estado, tambem, nao poderia corroe-las ou bloquear seu pequeno magnetismo - leia-se:valor agregado-, e tambem teriamos que supor que o mesmo, num contexto globalizado, conseguiria reverter as politicas que tem "interesse" em manter este baixo magnestimo - ex:sistema bancario internacional, soberania estatal, etc.Apenas por curiosidade: falando em termos de Brasil, e sendo realista, acharia possivel isso em quantas geracoes?

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Basta seguir o exemplo liberal.


Que simples, nao. 8-) É esta a "essencia" - abaixo - do seu conceito de liberalismo?

Liberdade, igualdade, fraternidade.

Se sim, no contexto globalizado, de que adiantaria este conceito de liberalismo, se o modelo vigente do capitalismo nao o parece sustentar?Se a essencia do capitalismo é progredir pela ganancia individual de cada um dos seus cidadaos, como compatibilizar o conceito de fraternidade?

Se nao, explique-se...
A verdade, em sua essencia, se manifesta sob diferentes roupagens.Sabedoria é comunica-la usando-se da veste do seu interlocutor.

Rhyan

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Re: Re.: Denominador Comum
« Resposta #5 Online: 11 de Dezembro de 2005, 15:55:08 »
Citação de: zibs
Apenas por curiosidade: falando em termos de Brasil, e sendo realista, acharia possivel isso em quantas geracoes?

Está muito distante, com certeza. Principalmente por causa da mentalidade do povo.

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Que simples, nao. 8-) É esta a "essencia" - abaixo - do seu conceito de liberalismo?

Liberdade, igualdade, fraternidade.

Não exatamente. Igualdade só se for para direitos e oportunidades.

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Se sim, no contexto globalizado, de que adiantaria este conceito de liberalismo, se o modelo vigente do capitalismo nao o parece sustentar?Se a essencia do capitalismo é progredir pela ganancia individual de cada um dos seus cidadaos, como compatibilizar o conceito de fraternidade?

Se nao, explique-se...

Não há essa necessidade. A pessoa que produz algo não faz por caridade, por fraternidade, faz por dinheiro, por necessidade para se sustentar e sustentar sua família. E não tem como exigir que todas as pessoas sejam fraternas.

Qual é o modelo que vc prefere, social-democrata?

Offline Zibs

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Denominador Comum
« Resposta #6 Online: 11 de Dezembro de 2005, 16:57:28 »
Citação de: Ryan
Está muito distante, com certeza. Principalmente por causa da mentalidade do povo.

 :wink:
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Não exatamente. Igualdade só se for para direitos e oportunidades.

 :anjo: Existe igualdade que gere iguais oportunidades?Qual é ela?
A sua seria uma quase-igualdade( :roll: )?
Ou é ou nao é, do contrario cairá em contradicao :wink:
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A pessoa que produz algo não faz por caridade, por fraternidade, faz por dinheiro, por necessidade para se sustentar e sustentar sua família.

Ninguem esta querendo condicionar a producao a fraternidade.Producao e fraternidade sao conceitos distintos, né...

Citar
Qual é o modelo que vc prefere, social-democrata?

Hummm :roll: .Sou contra modelos.Mas sou a favor de principios(estes tres acima que citei).Se todos o exercitassem de dentro para fora, nao haveria necessidade de modelo algum :wink:  .
Assim, enquanto faço minha faxina interior para entende-los melhor, vou tentando prega-los na medida do meu conhecimento.O que percebo, na realidade, é que os tres sao um só... :amor:  :wink:
A verdade, em sua essencia, se manifesta sob diferentes roupagens.Sabedoria é comunica-la usando-se da veste do seu interlocutor.

Rhyan

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Denominador Comum
« Resposta #7 Online: 12 de Dezembro de 2005, 12:56:59 »
Citação de: zibs
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Não exatamente. Igualdade só se for para direitos e oportunidades.

 :anjo: Existe igualdade que gere iguais oportunidades?Qual é ela?
A sua seria uma quase-igualdade( :roll: )?
Ou é ou nao é, do contrario cairá em contradicao :wink:

Ah, vc entendeu o que eu quis dizer.
Não me confunda...
 :D

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Ninguem esta querendo condicionar a producao a fraternidade.Producao e fraternidade sao conceitos distintos, né...
Então também não dá pra condicinar fraternidade com economia.

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Hummm :roll: .Sou contra modelos.Mas sou a favor de principios(estes tres acima que citei).Se todos o exercitassem de dentro para fora, nao haveria necessidade de modelo algum :wink:  .
Assim, enquanto faço minha faxina interior para entende-los melhor, vou tentando prega-los na medida do meu conhecimento.O que percebo, na realidade, é que os tres sao um só... :amor:  :wink:

O capitalismo não nega tais principios, eu imagino. E é o sistema que mais prega liberdade individual, que não é necessariamente egoismo.

[]'s

Offline Zibs

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Re.: Denominador Comum
« Resposta #8 Online: 12 de Dezembro de 2005, 13:17:58 »
Alguem quer me ajudar aqui?
A verdade, em sua essencia, se manifesta sob diferentes roupagens.Sabedoria é comunica-la usando-se da veste do seu interlocutor.

Rhyan

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Re: Re.: Denominador Comum
« Resposta #9 Online: 12 de Dezembro de 2005, 13:30:54 »
Citação de: zibs
Alguem quer me ajudar aqui?

Qual o problema?

Offline Zibs

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Re: Re.: Denominador Comum
« Resposta #10 Online: 12 de Dezembro de 2005, 16:05:06 »
Citação de: Rhyan
Citação de: zibs
Alguem quer me ajudar aqui?

Qual o problema?

Ta dificil enxerga-lo?
Tudo tem seu tempo, Ryan.Depois eu explicito melhor meus argumentos, K?
A espera é uma virtude  :medo:  :eba::wink:
A verdade, em sua essencia, se manifesta sob diferentes roupagens.Sabedoria é comunica-la usando-se da veste do seu interlocutor.

 

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