Pra quem não sabe, As Bacantes de Eurípides é um clássico da Grécia antiga. Data do 5º século antes de Cristo e apresenta curiosos - para dizer o mínimo - paralelos com o livro Atos dos Apóstolos. Entre eles está um relacionado a Atos 26:14, onde diz:
E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em língua hebraica dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões.A parte em negrito é um antigo provérbio (em grego: σκληρόν σοι πρὸς κέντρα λακτίζειν) encontrado em várias obras da literatura grega, como as Bacantes. Tal obra é séculos mais antiga do que Atos. Porém, o problema não é o uso da frase em si, mas o fato de, na Bacantes, ela ter sido usada por Dionísio para dizer a Penteus - o qual, como Paulo, também perseguia um culto - que não era um bom negócio ir contra um deus; o que de fato se parece com o que podemos ler em Atos 26.
Temos também, na obra de Eurípides, correntes se soltando e portas se abrindo por si mesmas; como semelhantemente acontece a Pedro ao ser solto, em Atos 12.
E podemos ir mais além: Dionísio também foi libertado do cárcere por um terremoto; e Atos 16:26 nos conta que o mesmo ocorreu com Paulo e Silas!
A obra em questão é facilmente encontrada (apenas em inglês: Euripides Bacchae) na internet. Nesta
resenha em português ficamos sabendo de outra semelhança desconcertante: Dionísio é preso e, ao ser levado perante Penteu, diz que nenhum cárcere poderia detê-lo por ser filho de um deus (com uma humana!), o que inevitavelmente nos lembra o diálogo entre Jesus e Pilatos.
Notem também a ligeira semelhança entre os nomes: Penteu-Pilatos-Paulo.
PS: este tópico é uma adaptação de um dos meus posts no debate que estou travando contra um apologista evangélico, no orkut. As informações acima foram confirmadas diretamente por mim.