Danniel:Mutação é um evento independente da seleção natural. Elas ocorrem aleatoriamente, e o que é selecionado é fenótipo mais adaptado, seja lá qual for o gene responsável.
Daí vai existir a convergência evolutiva, que é quando duas espécies tem a mesma adaptação, mas em linhagens diferentes, e não tem os mesmos genes sendo responsáveis em ambos os casos.
Por isso, mesmo que variações de humanos mais simiescas fossem maisa adaptadas eles ainda assim não estariam "virando macacos" propriamente ditos, da mesma forma que o bicho-pau não é graveto e e nem tem folhas, nem clorofila, ou que o linguado não é uma arraia.
É como se você encontrasse um sósia seu por aí; ele não vai ter necessariamente mais genes em comum com você do que com outras pessoas.
Ok.Mas nâo é necessário presumir que duas populaçôes bem diferentes tenham que convergir geneticamente,isso porque o processo evolutivo é cumulativo e seletivo,e portanto o ser humano está em fase de transiçâo com a espécie imediatamente acima na escala hierárquica da evoluçâo,e nâo com uma espécie extremamente diferente.
Não muda nada.
Você parece sugerir que os seres humanos estão mutando para convergir genéticamente em símios, quando não há nada que suporte isso.
O fato de serem espécies aparentadas, ou, dentro da sua suposição, aparentemente aparentadas por coincidência, não ajuda muita coisa. Ainda são uma série de pequenas alterações bem específicas que teriam que ocorrer e ser selecionadas em detrimento de todas as outras possíveis. Não há qualquer motivo para isso, o mais fácil é ocorrer qualquer outra coisa.
(Aliás, como você prova que humanos vão convergir genéticamente para símios e não para ratos ou gatos?)
Vou tentar dar um exemplo mais fácil: é a mesma coisa que você sugerir que em breve, vão surgir "irmãos gêmeos falsos", com os mesmos genes, um aqui, e outro no Japão, por exemplo, de famílias que se separaram há milhares de anos, sem ancestrais comuns recentes.
Logo o mesmo mecanismo cumulativo e seletivo inerente à seleçâo natural na evoluçâo tradicional é o mecanismo empregado em meu modelo de evoluçâo.
Seleção não levará a convergência genética
Você está alegando mediunidade ao "prever" que as populações humanas vão viver em nichos que selecionassem caracterísiticas mais simiescas; que repetindo, não seriam necessariamente convergência genética com os símios já existentes, tal como o bicho pau não tem mais genes em comum com plantas do que qualquer inseto.
Nada disso.Eu disse claramente que as espécies sâo temporalmente simultâneas e nâo graduais.De modo que sempre coabitaram na Terra.A densidade óssea mais resistente dos seres mais complexos é motivo suficiente para explicar a justaposiçâo de seres vivos simples e complexos tal como se encontra no registro fóssil.
(se bem que o argumento todo é furado porque a probabilidade de fossilização não prevê nada quanto à organização de camadas no tempo, apenas quanto à freqüência de fossilização. De forma que deveria ter mais mamutes que trilobitas nas camadas mais antigas, porque são mais resistentes, e apenas isso; eles não tem porque estar apenas nas camadas superiores por serem mais fáceis de resistir e fossilizar)
Exemplificando o que vc escreveu,deveriam haver mais fósseis mamutes que humanos?Por certo que nâo.Os mamutes podem ter uma estrutura corporal mais forte e resistente,mas sua capacidade adaptativa inferior e a necessidade que os humanos antigos tinham de ingerir e se alimentar de proteínas,principalmente no clima de eras glaciais,fez com que o número de humanos transpusessem o número de mamutes no registro fóssil.
Em resumo,os dois mecanismos suficientes e complemantares para explicar a fossilizaçâo sâo:
1)densidade óssea e muscular;2)capacidade adaptativa.
Vou tentar explicar mais uma vez.
Está a Terra vazia, e de repente, numa nuvem de fumaça, surgem todas as espécies que já existiram e que existem na Terra.
A medida que vão morrendo, umas em condições de serem fossilizadas, outras não. Isso tem mais a ver com a presença de tecidos duros do que qualquer coisa a ver com complexidade.
Em segundo lugar, isso não criaria camadas evolutivas falsas, ficaria sendo uma camada só, por todas as eras, ou várias camadas de eras diferentes,
mas com a mesma fauna detectável em todas elas, apenas em diferentes proporções de acordo com a populosidade e se tem tecidos duros, fossilizáveis; tal como já ocorre entre as "supostas" faunas específica de cada era.
Ou seja, não tem porque nos primeiros N milhões de anos em que aparecem apenas rastros de vermes e trilobitas, não ter se fossilizado nenhum homem, mamute ou qualquer vertebrado.
Que evidências existem de que os ditos ancestrais sâo mesmo ancestrais?Em que meu argumento acima nâo prova o contrário?
Vc disse que as hipóteses acima nâo fazem sentido.Por que exatamente?Que mecanismos nos permitem distinguir nitidamente entre os ancestrais e os descendentes?Aqui parece que há um raciocínio circular...
Eu tinha dito anteriormente, que você, nem você e todos seus irmãos e irmãs juntos, não pode se passar por pais dos seus pais, é mais ou menos a mesma coisa num nível mais amplo.
De três espécies de seres, vai sempre ter uma que somando todas as suas características, terá mais em comum com as duas outras, que as duas outras.
Assim a que têm mais caracterísitcas em comum pode ser apontada como mais basal em relação às outras duas, que não podem ser, uma delas escolhida arbitráriamente como ancestral das duas, ou as duas ao mesmo tempo, ancestrais da outra.
Leia sobre cladística e tente inventar um modelo para provar que qualquer espécie pode ser tanto ancestral, que dá no mesmo.
... e mesmo que desse, para "provar" isso, ainda há o parentesco admitido aí, ainda que de uma forma muito doida, que ou o ser humano é o ancestral universal comum, ou que não há, e todos convergem em direção a um descendente universal comum. E essas duas coisas são muito absurdas por vários outros motivos, indo bem distante do que se conhece da realidade e devendo muito em evidências.