Os pesquisadores Alfredo Hannemann Wieloch e Ivo de Sena Oliveira - professor e orientando da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - descobriram em Caratinga, no Vale do Rio Doce, uma nova espécie de Macroperipatus. É um animal raro, da classe Onycophora, popularmente chamado de onicóforo, que já foi considerado o “elo perdido" entre os anelídeos e os artrópodes, por possuir características comuns aos dois grupos.
A espécie machadoi é a segunda descoberta em Minas. A primeira, e mais famosa, é a acacioi, de 1954.
Os onicóforos podem ser os animais mais antigos ainda vivos no planeta, pois seu aparecimento data de 500 milhões de anos atrás. São muito mais antigos que os dinossauros, que teriam aparecido há 150 milhões e 200 milhões de anos. Neste tempo todo, eles sobreviveram às mudanças climáticas e geográficas da Terra, perdendo pouca ou nenhuma característica original. Por isso, são considerados fósseis vivos.
Segundo Alfredo Hannemann, estes animais ajudam a comprovar a teoria da evolução das espécies, já que eles possuem características de dois tipos de animais. Entretanto, Hannemann discorda em parte dessa afirmação. “Não podemos afirmar que os artrópodes e anelídeos evoluíram dos onicóforos, mas eles têm origem comum. Ainda se estuda de qual grupo eles seriam aparentados", ressalta.
Segundo ele, os animais são muito raros e difíceis de serem vistos, pois são crípticos, ou seja, vivem sob a terra ou em troncos de árvores, a exemplo de baratas e escorpiões. Os macroperipatus exercem um importante papel bioindicador, porque são muito sensíveis às alterações ambientais.