Isso não é conseqüência da desastrosa política externa do presidente Lula, mas do bom desempenho da economia, que aliás, nem é totalmente por mérito do Palocci (uma ilha de competência nesse mar de despreparo que é o governo Lula), pois deve muito à boa fase da economia mundial, que está em crescimento.(...)
Engraçado... se tem um desempenho ruim, é culpa do Palocci. Se tem um bom desempenho, é devido a conjuntura favorável da economia. Assim não dá, assim não dá... (usando as palavras de FHC)
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Folha: próximo governo terá herança positiva
Uma reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal Folha de S.Paulo demonstra que o ano de 2006 começa melhor do que o de 2002. Segundo a reportagem "
Próximo governo deve ter herança positiva", o vencedor das próximas eleições à Presidência da República deve pegar um país com indicadores econômicos melhores do que os deixados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Mantido o cenário atual, o presidente eleito em 2007 poderá encontrar condições muito mais favoráveis do que as defrontadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao tomar posse. Abriu-se espaço para enfrentar outras frentes: investir em educação e infra-estrutura, cortar juros, e voltar a crescer de forma consistente", afirma a matéria.
De acordo com a reportagem, o saldo comercial brasileiro, que em 2002 havia alcançado US$ 13,125 bilhões, chegou a US$ 44,8 bilhões em 2005. As exportações foram de US$ 118,3 bilhões. A matéria indica que houve "um importante avanço no perfil da dívida" brasileira. "A relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto) caiu, e a dívida cambial, que em 2002 era 39% do total da dívida líquida do setor público, está, hoje, quase zerada", informa a Folha. "Restam, da dívida cambial interna, agora em janeiro, menos de US$ 3 bilhões. Em meados de 2002, a dívida interna atrelada à taxa de câmbio, era de US$ 77 bilhões. A dívida total, de acordo com estimativas de economistas, é atualmente de cerca de US$ 18 bilhões, irrelevante se considerarmos que já foi de US$ 125 bilhões", diz o texto.
A reportagem destaca ainda a queda do risco-país, medida da percepção de risco que investidores estrangeiros têm do Brasil. O índice a fechou sexta-feira passada em 282 pontos. "No primeiro dia útil de 2003, o indicador medido pelo banco JP Morgan e que representa o que se paga por papéis da dívida brasileira acima da taxa dos títulos do Tesouro dos EUA, estava em 1.374 pontos. Em setembro de 2002, havia batido seu maior patamar, 2.436 pontos".
Outro ponto comparado pelo jornal é a inflação, que deve terminar 2005 em 5,7% - em 2002, subiu 12,53%. Já a renda do trabalhador, que caía de modo continuado desde 2001, voltou a subir em 2005, segundo a Folha: 2,1% na comparação com novembro de 2004. "A taxa de desemprego, por sua vez, pelo quinto mês consecutivo, ficou estacionada em novembro, em 9,6%, de acordo com o IBGE. Em novembro de 2002, era de 10,9%", informa o jornal.
Para o deputado Wasny de Roure (PT-DF), a matéria explica à sociedade "a mudança do quadro econômico, que é bastante alvissareira". "Não podemos deixar de reconhecer que isso trouxe um custo e que o governo poderia ter sido mais condescendente com a taxa de juros e a dívida externa. Mas talvez não tivéssemos obtido indicadores tão positivos. A despeito do crescimento das exportações, o desempenho poderia ter sido melhor com o real não tão valorizado", disse.
Valor Econômico: dívida em dólar está perto do fim
A dívida líquida em dólar do Brasil está perto do fim. É o que revela reportagem publicada na última sexta-feira pelo jornal Valor Econômico. Segundo a matéria, depois de ter esbarrado nos US$ 124 bilhões em 2003, a dívida líquida em dólar não passa hoje de US$ 16 bilhões. "Em cerca de 30 dias úteis pode chegar ao fim, se mantido o ritmo atual de atuação do Banco Central", diz o texto.
As informações constam de um estudo do Departamento Econômico do Bradesco, que soma a dívida interna e externa. Segundo analistas de mercado, o fim da dívida em dólar melhora a percepção do país junto ao investidor internacional e reduz o estigma da moratória da dívida externa. Além disso, o risco-Brasil tende a cair mais.
Segundo a reportagem "Dívida em dólar está perto do fim", o Banco Central e o Tesouro vêm atuando conjuntamente desde 2003 para reduzir a exposição da dívida pública interna ao dólar. "No fim de 2001, essa exposição chegou a US$ 77,3 bilhões. Hoje, a dívida interna indexada ao câmbio não passa de US$ 2,3 bilhões", informa a matéria.
O texto revela ainda que, além da queda da dívida interna indexada ao câmbio, também a dívida externa líquida está acabando. "Somente em dezembro, o Bando Central comprou US$ 4,25 bilhões no mercado interno de câmbio à vista. Quando o BC compra moeda, as reservas internacionais (o caixa externo do país) crescem. É esse caixa, mais outros ativos no exterior, como colaterais, que são deduzidos da dívida externa, resultando na dívida líquida do Tesouro e do BC, de US$ 24,5 bilhões em dezembro. Para se ter um parâmetro de comparação, no fim de 2002 essa dívida externa líquida era de US$ 56 bilhões", explica o jornal.
Editorial - O jornal Valor Econômico reservou o editorial desta segunda-feira para elogiar a atuação do governo brasileiro na redução da dívida em dólar. Na opinião do jornal, a zeragem da dívida "será um marco no gerenciamento do passivo internacional, revelando oportunismo do governo em aproveitar a farta liquidez para fortalecer a solvência do país".
Segundo o jornal, o governo "tem sido diligente" na tarefa de reduzir o passivo em dólares. "Juntos, Tesouro e BC compraram US$ 35 bilhões no mercado pronto de dólar em 2005, absorvendo boa parte do excesso de oferta de moeda produzido pelas exportações. O BC vem atuando pesadamente também no mercado futuro", reconhece publicação.