Autor Tópico: Britânico quer virar "ciborgue" em 10 anos  (Lida 698 vezes)

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Offline Roberto

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Britânico quer virar "ciborgue" em 10 anos
« Online: 09 de Janeiro de 2006, 16:34:47 »
Citação de: JC e-mail 2932, de 09 de Janeiro de 2006.
 
  Britânico quer virar "ciborgue" em 10 anos  
   
Para Kevin Warwick, da Universidade de Reading, implante de chips poderá conectar cérebro humano à internet

Cristina Tardáguila Ferreira escreve para a “Folha de SP”:

Desde a adolescência, quando leu pela primeira vez "O Homem Terminal", livro de ficção científica do americano Michael Crichton, o professor de cibernética britânico Kevin Warwick, 51, sonha encontrar uma forma de aprimorar o corpo humano por meio da tecnologia e de acabar se transformando no primeiro ciborgue do mundo.

No dia 24 de agosto de 1998, deu o primeiro passo nesse sentido.

Em uma cirurgia que envolveu apenas anestesia local, o pesquisador implantou no braço esquerdo um chip de silício que permitia que um computador monitorasse todos os seus deslocamentos.

Durante os nove dias da experiência, a simples presença de Warwick em sua sala na Universidade de Reading, na Inglaterra, era suficiente para que as portas se abrissem, as luzes e os aquecedores ligassem e os computadores lhe informassem quantos e-mails ainda não tinham sido lidos em sua caixa de entrada.

Tudo sem que Warwick movesse um dedo. Com esse experimento, disse o professor em entrevista por telefone à “Folha de SP”, comprovou-se que o implante de chips no corpo humano é capaz de facilitar a vida em níveis só antes vistos em filmes de ficção.

Para o cientista, nos dias de hoje já é perfeitamente possível ter humanos carregando implantes que contenham todos os seus dados pessoais, bancários e médicos, além de muitos outros.

Talvez seja esse o fim da carteira de dinheiro e dos arquivos. Devido ao sucesso obtido na primeira fase da pesquisa cibernética, Kevin Warwick decidiu ir mais longe e arriscar mais.

Obstinado em ver como seu corpo reagiria ao ser efetivamente conectado a um computador, em 4 de março de 2002 implantou nas fibras do nervo mediano (que inerva os músculos do antebraço) do mesmo braço usado na primeira cirurgia um micro-eletrodo que conectou seu sistema nervoso a um computador e à internet por cerca de três meses.

"No momento da conexão, a máquina registrou muitos dos sinais nervosos que saíam da minha mente em direção ao braço. A idéia, então, era que eu pudesse mover a mão, gerar os sinais nervosos, capturá-los no computador e desviá-los para tarefas como acender a luz da sala sem tocar no interruptor", contou Warwick.

"O objetivo era mostrar que aqueles que estão paralisados ou que tiveram de passar por amputações ainda podem continuar realizando tarefas simples se puderem canalizar os sinais nervosos através de um computador."

Para testar a eficiência de seu mecanismo, foi para Nova York e, de lá, conseguiu mover um braço mecânico que estava no Reino Unido literalmente com a força do pensamento, via internet.

Conexão amorosa

Determinado a ir ainda mais à frente, fez com que a própria mulher, Irena, implantasse em seu corpo outro chip durante um dia. Foi então que, pela primeira vez, os sistemas nervosos de duas pessoas se comunicaram de forma puramente eletrônica.

"Quando mexíamos nossos braços, nossas mentes recebiam informações de que o outro estava se movimentando. Foi fantástico", relatou.

Apesar de separados fisicamente, Warwick e a mulher foram capazes de sentir quando o outro se movimentava, e a mente de ambos conseguiu interpretar e decodificar os sinais recebidos.

"O interessante dessa experiência foi ter a certeza de que, conectando seu sistema nervoso à Internet, seu corpo não acaba mais onde ele normalmente acabava, vai até onde chega a Internet."

Implante final

Apesar de tudo isso, o ponto mais alto do trabalho de Warwick, o dia em que finalmente se sentirá um ciborgue, ainda está longe.

Segundo planeja, em cerca de dez anos fará uma cirurgia definitiva para implantar um chip em seu cérebro e conectar todos seus sentidos a um computador.

"Meu único medo em relação a isso é de não fazer o que tem de ser feito. Sou um cientista e estou muito animado com meu projeto", ressaltou.

Atualmente, a equipe de seis pesquisadores e quatro neurocirurgiões que trabalha com Warwick está pesquisando os melhores materiais para compor o chip e o local do cérebro mais adequado para receber o implante.

"O risco é enorme. Nenhum de nós sabe o que pode acontecer, mas assim é a ciência. Precisamos tentar. Meu braço esquerdo, por exemplo, está perfeito", afirmou.

Para o professor, não há duvidas de que em dez anos os deficientes já estarão usando amplamente os implantes que canalizam para máquinas seus sinais nervosos e de que em 50 anos a humanidade, se não fizer nada, será controlada pelas máquinas.

"É um grande risco aprimorar as máquinas como o mundo vem fazendo sem aprimorar o homem ao mesmo tempo. Transformar-se em ciborgue pode ser, sem dúvida, uma forma de evitar o domínio da inteligência artificial, de se salvar", opinou.

A história e a pesquisa de Warwick geram muitas controvérsias, sobretudo no Reino Unido. Um grupo de jornalistas chegou a fundar um site para acompanhar de perto o professor, a quem chamam de "Capitão Ciborgue".

Nos artigos, reunidos no site http://www.theregister.co.uk, ele é classificado como um oportunista.

"Não me incomodo com isso porque não são críticas técnicas nem científicas. Vêm de pessoas que se sustentam graças a um jornal online, que também depende de computadores", ironizou.

Com o apoio de empresas como a Computer Associates e a Nortel, a pesquisa dele consumiu entre 1998 e 2002 500 mil libras (aproximadamente R$ 2 milhões).

Diante de todas as conquistas e polêmicas suscitadas, o canal de televisão National Geographic decidiu gravar um documentário de uma hora sobre Kevin Warwick.

"I, Human", uma brincadeira com o título que o professor deu a seu livro, "I, Cyborg", que está previsto para ser exibido neste ano em 143 países.
(Folha de SP, 7/1)
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Pregador

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Britânico quer virar "ciborgue" em 10 anos
« Resposta #1 Online: 09 de Janeiro de 2006, 18:55:32 »
Deve ser muito interessante esta sensação de ter o sistema nervoso conectado a de outra pessoa.
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Offline uiliníli

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Re.: Britânico quer virar "ciborgue" em 10 anos
« Resposta #2 Online: 09 de Janeiro de 2006, 19:01:34 »
Agora ele não terá mais dúvidas de que sua mulher não lhe está chifrando. E se estiver, talvez ele até acabe gostando :roll:

 :lol:

Offline calvino

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Re.: Britânico quer virar "ciborgue" em 10 anos
« Resposta #3 Online: 10 de Janeiro de 2006, 08:37:28 »
Quer dizer que o cara fez tudo isso só pra monitorar a mulher dele?  :hihi:

Brincadeira...... 8-)
"Se a moralidade representa o modo como gostaríamos que o mundo funcionasse, a economia representa o modo como ele realmente funciona" Freakonomics.

Offline Roberto

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Britânico quer virar "ciborgue" em 10 anos
« Resposta #4 Online: 10 de Janeiro de 2006, 09:03:35 »
Citação de: AMON
Deve ser muito interessante esta sensação de ter o sistema nervoso conectado a de outra pessoa.


Hmmm... se a outra pessoa tiver mal de Parkinson ou for epilética, acho que não.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Tarcísio

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Re.: Britânico quer virar "ciborgue" em 10 anos
« Resposta #5 Online: 10 de Janeiro de 2006, 11:15:07 »
"E ele obrigou a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receber uma marca em sua mao direita ou em seu rosto, de tal forma que ninguem poderia comprar ou vender sem a marca, que é o nome da Besta ou o número do seu nome. Este número é 666." - Apocalipsis 13:16-18.

Eu não ponho uma merda dessa nem maluco AHEhaehaHEhAEhaEAEH

Offline Alenônimo

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Re.: Britânico quer virar "ciborgue" em 10 anos
« Resposta #6 Online: 10 de Janeiro de 2006, 16:41:29 »
É bom deixar o entusiasmo de lado e ponderar melhor sobre esses sistemas RFID. Alguns exemplos:

Um chipe implantado que garante acesso a contas bancárias pode criar um crime onde os ladrões podem machucar seriamente ou até matar uma pessoa para extrair tal chip só para conseguir dinheiro.

Uma empresa poderia monitorar uma pessoa dentro e fora do local de trabalho, acabando com a privacidade e inibindo as pausas de descanso.

Um cônjuge com ciúme doentio pode acabar com a privacidade do outro cônjuge, rastreando o envio de dados de alguma forma.

Uma máquina poderia captar todos os dados de um chip RFID de uma pessoa e criar um chip clone. Combinado com acessos restritos, senhas e contas de banco, pode também causar estragos enormes.

Na minha opinião, o que puder ser guardado na memória deve ficar por lá mesmo. RFID só seria interessante mesmo se ao invés de ser implantado em uma pessoa, fosse implantado em algum documento. Permitiria as pessoas decidirem sobre seus momentos de privacidade bastando manter consigo seu documento e, caso alguém tente roubar este documento, a vida da pessoa não estaria tão em jogo.
“A ciência não explica tudo. A religião não explica nada.”

Offline Zibss

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Re.: Britânico quer virar "ciborgue" em 10 anos
« Resposta #7 Online: 10 de Janeiro de 2006, 16:45:14 »
Isaac Asimov ia gostar de ver isto... :?

Offline Stern

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Re: Re.: Britânico quer virar "ciborgue" em 10 ano
« Resposta #8 Online: 10 de Janeiro de 2006, 18:29:17 »
Citação de: Alenônimo
É bom deixar o entusiasmo de lado e ponderar melhor sobre esses sistemas RFID. Alguns exemplos:

Um chipe implantado que garante acesso a contas bancárias pode criar um crime onde os ladrões podem machucar seriamente ou até matar uma pessoa para extrair tal chip só para conseguir dinheiro.


Concordo ! Este é um problema seríssimo, ainda mais considerando que os chips costumam ficam na mão e podem ser facilmente extraidos por um bandido carniceiro.

Citar
Uma máquina poderia captar todos os dados de um chip RFID de uma pessoa e criar um chip clone. Combinado com acessos restritos, senhas e contas de banco, pode também causar estragos enormes.


Mais uma vez concordo e é por isso que acho que os dados do chip não devem ser auto-suficientes, eles poderiam ser criptografados e o sistema de autenticação utilizar uma combinação de senha com dados biométricos para ler os dados do chip.
Para se proteger da retórica pseudocética e pseudocientífica, visite http://www.pesquisapsi.com

 

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