Acho que faz mais de um ano que não escrevo nada relativo a ciência.
Então para quebrar o jejum: Uma viagem ao coração da Via Lactea
O Caldeirão de Estrelas no coração da Via LácteaUm nova iamgem em mozaico em infravermelho obtida pelo Spitzer Space Telescope ofereceu uma estonteante visão do alvoroçado núcleo de nossa galáxia. A imagem mostra centenas de milhares de estrelas,principalmente velhas, entre nuvens fantasticamente detalhadas de poeira iluminadas por estrelas mais jovens e volumosas.
"Com o Spitzer, nós podemos perscrutar direito no coração de nossa própria galáxia e podemos enxergar detalhes empolgantes, " disse Dr. Susan Stolovy do Spitzer Science Center. "Este quadro é preenchido com características fascinantes que nós há pouco começamos a explorar ".
O núcleo da Via Làctea realmente é um lugar muito ocupado. Estrelas estão agrupadas junta como passageiros de metrô correndo ao redor de um supermassivo buraco negro que encontra-se exatamente ao centro da galáxia. Nosso sol está localizado a 26,000 ano-luz situado em um região mais calma, espaçosa, nos "subúrbios" galácticos. Ele completa uma volta completa ao redor do núcleo da galáxia em 225 milhões de anos, o que siginifica que completou 20 destas viagens ao curso de sua vida de 4,5 bilhões de anos. Em contraste, estrelas ao centro galáctico completam uma volta completa em poucos milhões de anos ou menos.
"Uma pergunta que nós esperamos responder é como as estrelas podem se formar tão eficazmente em um lugar como o centro galáctico", disse Stolovy. "Ao que parece estrelas podem se formar em um ambiente com forças de maré e campos magnéticos extremamente fortes".
Observar o centro da Via Láctea da Terra é dificil pois o disco espiral da galáxia está preenchido com pó frio. Assim é virtualmente impossível observar a luz visível que vem desta região distante porque o pó obscurece ela em um fator de trilhões de vezes. Mas a luz infra-vermelha pode atravessar este manto de poeira. A luz infra-vermelha nesta imagem da Spitzer tem comprimentos de onda 10 vezes mais longos do que o olho humano pode ver, e é obscurecido em uma ordem de apenas quatro vezes.
A vantagem de se observar no infra-vermelho, combinada com a soberba qualidade de imagem da Spitzer, resultou na visão mais profunda e detalhada de uma extensão considerável do centro galáctico. A extensão da região da imagem, situada na constelação de Sagitário, é de 900 ano-luz e abrange a mesma área no céu do que três luas cheias ocupariam.
fonte:
http://www.spitzer.caltech.edu/Media/releases/ssc2006-02/visuals.shtmlO núcleo da Via Láctea é exatamente aquele ponto luminoso ao centro da imagem, ele brilha desta forma pela presença de centas de estrelas compactadas na região que orbitam um buraco negro.
- A imagem do núcleo exato da galaxia pode ser obtida através de ondas de rádio e pode ser visto abaixo:
Esta região corresponde a um "close" do ponto luminoso ao centro da primeira imagem. A região mais luminosa na parte direita inferior é Sagitario A o local onde reside o buraco negro supermassivo do núcleo da Via Láctea.
Observem o imenso arco de gases aquecidos ( parte superior da imagem ) que se projetam da região do núcleo galático. Ele possui esta forma pois segue as linhas de força dos fortissimos campos magnéticos da região.
- Se observarmos o núcleo com telescópios potentes na faixa do infravermelho poderemos ver que as estrelas imersas no interior da região de Sagitario A movem-se com grande velocidade:
A imagem acima foi feita tirando-se uma fotografia da região a cada ano, as estrelas mais ao centro movimentaram-se consideravalmente neste periodo, isto pq estão em um movimento orbital ao redor do buraco negro que encontra-se ainda mais ao centro mas que não aparece na imagem, na verdade esta é uma evidência indireta de sua existência, não existem outras possibildidades que poderiam gerar uma força gravitacional tão intensa.
Calculando o movimento orbital das estrelas chegou-se a possivel massa do buraco negro central: 2,6 millhões de vezes a massa de nosso Sol (ou trillhões de vezes a massa da Terra)
- A imagem abaixo é finalmente o núcleo da galáxia em radio, a fonte Sagitario A , o supermassivo buraco negro:
- Se pudessemos olhar ainda mais de perto o buraco negro teria a seguinte aparência:
Porém algo completamente inesperado foi observado recentemente ( 2005 ) pelo telescópio espacial Chandra no buraco negro de Sagitario A: Estrelas massivas estariam se formando em seu disco de acresção !
As estrelas no disco de acresção de Sagitario A
Abaixo uma animação da formação destas estrelas ( 4,5 MB ):
http://chandra.harvard.edu/photo/2005/sgra/sgra_lg.mpgIsto viola completamente os modelos esperados de formação estelar pois no disco de acresção a força gravitacional do buraco negro seria intensa o suciente para impedir que nebulosas proto estelares permanecessem intactas impedindo assim o colapso destas nuvens em estrelas.
No entanto cosnidera-se agora que a gravidade gerada pela massa total do disco de acresção possa sobrepujar ou igualar a força de maré do buraco negro e neste cabo-de-guerra as nebulosas proto-estelares poderiam sobreviver formando novas estrelas nesta região.
Isto ajudaria a explicar a grande, e inesperada, abundância de ferro nos discos de acresção de buracos negros supermassivos ( tanto em nossa galáxia quanto em outras ) : o disco de acresção teria sido enriquecido deste elemento por explosões Supernovas de estrelas que se formaram nesta região.
No entanto existe uma proposta alternativa na qual estrelas se formariam em nebulosas proximas ao buraco negro mas fora do seu disco de acresção migrando depois a ele:
O núcleo de nossa galáxia é um local muito estranho
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