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25/01/2006 - 18h07Papa cita Nietzsche e nega que cristianismo destrua o erosPor Juan Lara Cidade do Vaticano, 25 jan (EFE) - O papa Bento XVI cita filósofos e sábios como Nietzsche, Gassendi, Descartes, Virgílio e Platão para ilustrar o conceito de amor divino em sua primeira encíclica, apresentada hoje, e negar que o cristianismo vá de encontro ao eros.Em "Deus caritas est" (Deus é amor), Joseph Ratzinger afirma que, em um mundo no qual às vezes o nome de Deus é associado a vingança, ódio e violência, a mensagem do amor divino tem grande atualidade.Por isso, quis falar desse amor "com o qual Deus nos transborda e que devemos comunicar aos outros".O Pontífice afirmou que a célebre frase de Friedrich Nietzsche "o cristianismo perverteu Eros; este não morreu, mas degenerou-se, tornou-se vício" expressa uma idéia muito divulgada, de que, com seu preceitos, a Igreja "transforma em amargo o mais bonito da vida" e "cola cartazes de proibição onde a alegria predisposta pelo Criador nos oferece uma felicidade que nos faz antegostar algo do Divino".Dainte desse quadro, Joseph Ratzinger se pergunta se verdadeiramente, como diz o filósofo alemão, o cristianismo destruiu o eros. Na análise, recorre à visão de eros dos gregos antigos, que o entendiam como um "arrebato, uma loucura divina que prevalece sobre a razão".Neste ponto, o Pontífice afirma que o eros "ébrio e indisciplinado não é elevação em direção ao Divino, mas queda e degradação do homem"."Fica, assim, evidente que o eros requer disciplina e purificação para dar ao homem não o prazer de um instante, mas um modo de fazê-lo antegostar, de certa maneira, o mais alto de sua existência, essa felicidade à que tende todo ser humano", afirma o papa.Portanto, não se trata de "envenenar" o eros, mas de "saná-lo" para que ele alcance sua verdadeira grandeza, diz Bento XVI.O Pontífice afirma que o homem é composto de corpo e alma, e que só é ele mesmo quando existe uma unidade íntima entre ambos. E volta a lançar mão dos filósofos, desta vez franceses.Assim, lembra que Pierre Gassendi se dirigiu a Renée Descartes e o cumprimentou com um "Oh, alma", e que a resposta foi "Oh, carne".O papa afirma que se o homem pretender ser apenas espírito e rejeitar a carne, perderá sua dignidade, e se repudiar o espírito e considerar apenas o corpo, desperdiçará sua grandeza."Só quando ambos (espírito e carne) fundem-se verdadeiramente em uma unidade, o homem é plenamente ele mesmo", afirmou.Bento XVI também recorre a Platão para afirmar que o homem é incompleto, e só será completo quando estiver em comunhão com o outro sexo.Segundo o papa, o eros "orienta" o homem em direção ao casamento, "um vínculo marcado por seu caráter único"."À imagem do Deus monoteísta corresponde o casamento monógamo. O casamento baseado em um amor exclusivo e definitivo se transforma no ícone da relação de Deus", afirma o papa, que conclui a primeira parte da encíclica afirmando que o amor é "divino" porque provém Deus.A encíclica, segundo disse hoje o porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro Valls, foi escrita pelo papa em meados do ano passado em sua residência de verão de Castelgandolfo. Consta de duas partes: a primeira sobre o amor a Deus e a segunda sobre a caridade da Igreja.Segundo especialistas em Vaticano e no trabalho de Ratzinger, a primeira parte é claramente de "punho e letra" do Pontífice, enquanto a segunda está relacionada de alguma forma a João Paulo II.O antecessor imediato de Bento XVI tinha, quando faleceu, no ano passado, a intenção de escrever uma encíclica sobre a caridade, segundo disse hoje, durante a apresentação do texto, o arcebispo Jozef Cordes, presidente do Conselho Pontifício "Cor Unum", encarregado de espalhar pelo mundo a caridade do papa.O texto também foi também coapresentado pelo arcebispo William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (cargo ocupado por Ratzinger durante 24 anos no Pontificado de João Paulo II), que reagiu às críticas sobre um suposto atraso excessivo na publicação da encíclica.William Levada afirmou que o papa assinou o documento no dia 25 de dezembro, e disse que um mês é um prazo razoável para as traduções.
O Papa quer ser Pop... Ou, então, está pegando alguma freira...
Estou quase certo que alguns radicais vão chama-lo de pagão...
Citação de: AMONEstou quase certo que alguns radicais vão chama-lo de pagão...Me desculpe mas... não entendi. :oops: