Autor Tópico: China já é a quarta economia do mundo.  (Lida 799 vezes)

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China já é a quarta economia do mundo.
« Online: 26 de Janeiro de 2006, 14:21:48 »
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Folha - Dinheiro.

CAPITALISMO VERMELHO

PIB do país asiático atinge US$ 2,26 trilhões em 2005 e supera o da França e o da Inglaterra

China cresce 9,9% e já é 4ª maior economia

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A China ultrapassou a França e a Inglaterra e assumiu a quarta colocação entre as maiores economias do mundo, atrás de Estados Unidos, Japão e Alemanha.
O governo de Pequim anunciou oficialmente ontem que a economia cresceu 9,9% no ano passado e atingiu o valor de US$ 2,26 trilhões (18,23 trilhões de yuans).
A forte alta do PIB, aliada a uma ampla revisão de estatísticas, fez com que a China saltasse da sétima para a quarta posição no ranking em pouco mais de um mês.
A expectativa para 2006 é que o crescimento continue próximo de 9%, o que aproximará a China da Alemanha, cujo PIB gira em torno de US$ 2,8 trilhões.
As exportações e os investimentos continuaram a ter um peso decisivo na escalada chinesa. As vendas externas registraram aumento de 28,4% e atingiram US$ 762 bilhões. As importações se expandiram em ritmo mais moderado, 17,6%, para US$ 660 bilhões.
Entre os desafios do governo para 2006 estará a redução do saldo comercial, que atingiu o recorde de US$ 102 bilhões em 2005. As autoridades chinesas temem que a manutenção do superávit neste patamar termine por justificar a adoção de medidas protecionistas contra seus produtos por outros países, especialmente os EUA.
Apesar da preocupação em relação ao superaquecimento da economia, os investimentos continuaram a crescer no ano passado e somaram US$ 1,1 trilhão, 25,7% acima do registrado em 2004. O valor equivale a 49% do PIB. No Brasil, o indicador é próximo de 20% do PIB.
Assim como o comércio exterior, o alto nível de investimentos também preocupa o governo. Desde o primeiro semestre de 2004 as autoridades tentam reduzir o ritmo da economia, temendo que ele provoque desequilíbrios e não se sustente no futuro.
O grande volume de investimentos pode levar à criação de capacidade de produção superior ao que o consumo interno e as exportações conseguem absorver. Se isso ocorrer, haverá uma redução brusca do nível de atividade econômica, para que a oferta de bens volte a se equiparar à demanda. Esse cenário é o que os economistas chamam de "hard-landing" -aterrissagem forçada.
O objetivo do governo para os próximos anos é reduzir a dependência do crescimento econômico em relação às exportações e aos investimentos.
A avaliação do Partido Comunista é que as vendas externas estão sujeitas aos humores da economia global e a pressões protecionistas, enquanto o investimento pode levar à superoferta.
Para modificar esse cenário, a meta é elevar o peso do consumo interno na formação do PIB, o que exigirá a redução da taxa de poupança dos chineses, uma das maiores do mundo.
No ano passado, o consumo interno de bens teve alta real de 12% e somou US$ 833,5 bilhões, o equivalente a 37% do PIB.
A renda disponível das famílias urbanas chinesas registrou aumento real de 9,6%, para US$ 1.300 ao ano. Na zona rural, onde vivem 60% dos chineses, a renda teve expansão menor, de 6,2% real, para US$ 400.
A crescente disparidade de renda entre o campo e a cidade e entre ricos e pobres é outro problema diante do governo chinês. O número de protestos na zona rural tem crescido a cada ano e o Partido Comunista busca caminhos para elevar o rendimento dos camponeses.
A redução da desigualdade é uma das principais metas do Plano Qüinqüenal para o período 2006-2010, que será aprovado no encontro do Congresso Nacional do Povo em março.

Revisão
A ascensão da China no ranking das maiores economias ganhou impulso em dezembro de 2005, quando o governo anunciou que o PIB do país era 16,8% maior do que se imaginava até então. A revisão estatística levou o país da sétima para a sexta posição, no lugar da Itália, em números de 2004.
Com o anúncio de ontem, a China ultrapassou a França e a Inglaterra, que tiveram expansão inferior a 2% no mesmo período.
"O crime é contagioso. Se o governo quebra a lei, o povo passa a menosprezar a lei". (Lois D. Brandeis).

ukrainian

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China já é a quarta economia do mundo.
« Resposta #1 Online: 26 de Janeiro de 2006, 22:43:33 »
:clap:  :clap:






Offline Felius

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Re.: China já é a quarta economia do mundo.
« Resposta #2 Online: 26 de Janeiro de 2006, 23:35:42 »
China socialista? Não me faça rir. Ela só é comunista pros cidadões dela. Com o resto do mundo ela ta bancando a capitalista legal.

Alem disso, botando cada chines pra trabalhar claro que vai ser grande. Um bilhão de chines trabalham a beça.
"The patient refused an autopsy."

Offline Hugo

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Re: Re.: China já é a quarta economia do mundo.
« Resposta #3 Online: 27 de Janeiro de 2006, 09:29:36 »
Citação de: Felipe
China socialista? Não me faça rir. Ela só é comunista pros cidadões dela. Com o resto do mundo ela ta bancando a capitalista legal.

Alem disso, botando cada chines pra trabalhar claro que vai ser grande. Um bilhão de chines trabalham a beça.


Essa resposta estava demorando...  :lol:

Se tá na pior: é país socialista. Se tá na boa: virou capitalista...  :wink:
"O medo de coisas invisíveis é a semente natural daquilo que todo mundo, em seu íntimo, chama de religião". (Thomas Hobbes, Leviatã)

Offline Rodion

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Re.: China já é a quarta economia do mundo.
« Resposta #4 Online: 27 de Janeiro de 2006, 09:58:45 »
pior que é isso mesmo, hugo. aliás, eu não diria 'na boa'. as condições de vida ainda são péssimas pra maior parte da população.
"Notai, vós homens de ação orgulhosos, não sois senão os instrumentos inconscientes dos homens de pensamento, que na quietude humilde traçaram freqüentemente vossos planos de ação mais definidos." heinrich heine

Offline Roberto

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Re: Re.: China já é a quarta economia do mundo.
« Resposta #5 Online: 27 de Janeiro de 2006, 11:12:03 »
Citação de: bruno
pior que é isso mesmo, hugo. aliás, eu não diria 'na boa'. as condições de vida ainda são péssimas pra maior parte da população.


Verdade. Em termos de IDH, a China tá lá na rabeira.
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline Roberto

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Re: Re.: China já é a quarta economia do mundo.
« Resposta #6 Online: 27 de Janeiro de 2006, 11:16:26 »
Citação de: hugo
Se tá na pior: é país socialista. Se tá na boa: virou capitalista...  :wink:


Ah, eu acho que não vale a pena seguir por esse lado não, pelo menos não no caso da China. O que o exemplo chinês demonstra cabalmente (deixando de lado a pendenga capitalismo vs. comunismo por alguns instantes) é que não há, ou pelo menos ainda não se descobriu, outra forma de um país  prosperar e melhorar (ainda que pouco, pois a renda per capita chinesa ainda não chega a 500 dólares) a vida do seu povo que não o comércio. Mas não vai faltar gente lembrando que essa via já criou grandes desigualdades sociais na outrora "pura" China (puramente socialista, fique bem entendido).
Se eu disser ou escrever hoje algo que venha a contradizer o que eu disse ou escrevi ontem, a razão é simples: mudei de idéia.

Offline uiliníli

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Re.: China já é a quarta economia do mundo.
« Resposta #7 Online: 27 de Janeiro de 2006, 12:34:13 »
O índicie Gini (que mede desigualdades sociais) da China (44.7) é pior que o dos EUA(40.8). E isso porque os EUA é um dos países desenvolvidos com pior distribuição de renda. Por comparação, a Hong Kong (43.4) capitalista tem índice Gini quase igual ao da China e os três melhores colocados são Dinamarca (24.7), Japão (24.9) e Suécia (25.0). A China é 89ª no Ranging de 124 países, mais ainda está bem melhor do que o Brasil (59.3), 117º lugar.

Os países desenvolvidos capitalistas têm mais sucesso em dividir renda do que a China (não existem dados sobre Coréia do Norte e Cuba), não há nenhum país desenvolvido com distribuição de renda pior do que a China e há muitos países subdesenvolvidos que distribuem melhor (por exemplo, Equador, Gana, Uganda, Irã, Tunísia, Indonésia, Índia, Egito, Rússia e várias ex-repúblicas soviéticas).

O fato de várias ex-repúblicas soviéticas terem bons desempenhos no ranking pode ou não ser uma herança do antigo regime, mas se for demonstra que seus objetivos de igualdade social foram melhor atingidos do que os da China.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_income_equality

Offline Rodion

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Re.: China já é a quarta economia do mundo.
« Resposta #8 Online: 27 de Janeiro de 2006, 13:32:27 »
creio que a china costumava ser mais igualitária, antes do advento das reformas. todos (exceto a nomenklatura, claro) eram iguais na miséria, cada cidadão tinha direito à sua tigela de arroz por dia, ehe
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Offline Rodion

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Re.: China já é a quarta economia do mundo.
« Resposta #9 Online: 27 de Janeiro de 2006, 13:42:07 »
Que pensar da China?

Washington Novaes

Ao mesmo tempo que jornais se povoam de notícias sobre avanços econômicos da China, intensificam-se os sinais de preocupação com os chamados custos ambientais do modelo de crescimento naquele país. E com as conseqüências planetárias que poderá ter o que está acontecendo ali e na Índia, em termos de depleção de recursos e serviços naturais, bem como de emissões de gases que intensificam o efeito estufa, já que as duas nações, juntas, têm 2,4 bilhões de habitantes, quase 40% da população do mundo.
De fato, o produto interno bruto (PIB) chinês, há pouco revisto, já está em mais de US$ 2 trilhões, talvez à frente da França e da Grã-Bretanha, superado apenas por Estados Unidos, Japão e Alemanha. Nesse processo acelerado, o setor de serviços já responde por mais de 40% do produto total e absorve tantas pessoas quando o secundário - conseqüência também da rápida urbanização, que nas últimas décadas incorporou à população das cidades mais de 200 milhões de pessoas e pretende incorporar outros 300 milhões em poucas décadas mais. É difícil até imaginar o que significará a expansão do consumo com mais esse contingente urbano, equivalente a uma vez e meia a população brasileira.
Mas certamente implicará forte pressão sobre o uso do solo, da água e outros recursos e serviços naturais para prover os alimentos e outros bens que esse contingente deixará de ter no campo, assim como sobre o consumo de energia (a China já responde por 12,7% das emissões globais de dióxido de carbono e planeja implantar mais de 500 usinas que utilizarão combustíveis fósseis).
Os dados mais recentes dizem que mais de um terço do território chinês já enfrenta problemas graves de erosão. O país perdeu mais de 1,6 bilhão de toneladas de solo por esse motivo em 2004, segundo a Agência Xinhua (Gazeta Mercantil, 28/12/2005) - o que é muito grave, já que a China, com mais de 20% da população mundial, só tem 10% da terra arável do planeta. Também o sobreuso de água é problemático: o país, segundo o Ministério dos Recursos Hídricos, consome cinco vezes mais água que a média mundial.
Não surpreende, assim, que o recém-publicado Estado do Mundo 2006, do WorldWatch Institute, coloque ênfase nessa questão e mostre o quanto tenderá a crescer a pressão chinesa e indiana, no mundo, sobre a produção de alimentos, de petróleo, produtos florestais e pesqueiros, entre outros. Sozinha, a China, lembra a publicação, já responde pelo consumo de 32% do arroz produzido no mundo, 47% do cimento e 26% do aço. Mas só tem 8% da água superficial do planeta, para 22% da população global. E na Índia a demanda urbana por água deve duplicar até 2025; a demanda industrial, triplicar.
Na abertura de sua mais recente reunião, a Comissão Econômica e Social da ONU para a Ásia (Unescap) advertiu que 'o atual padrão de crescimento econômico constitui forte ameaça à sustentabilidade ambiental na Ásia e na região do Pacífico; o desafio está em como crescer e reduzir a pobreza sem comprometer essa sustentabilidade'. O secretário-executivo da comissão, Kim Hak-Su, chamou a atenção para os níveis preocupantes de poluição da água, de devastação florestal e dos ecossistemas costeiros, alterações nos fluxos hidrológicos e dificuldades no manejo de resíduos sólidos.
E não é só na chamada área ambiental que o crescimento econômico nessa parte da Ásia tem reflexos importantes no mundo. Na área dos custos da mão-de-obra esses reflexos são cada vez mais evidentes. O salário médio na indústria chinesa está em US$ 100; nas pequenas e médias empresas, de US$ 60 a US$ 80 - padrões que correspondem a um décimo de seus similares nos países industrializados. E as indústrias ali já absorvem 300 milhões de pessoas, que trabalham dez horas por dia, seis dias por semana.
Comparações nessa área são complicadas, porque os trabalhadores chineses, em grande parte, ainda têm benefícios da era socialista - casa, transporte, educação, saúde e outros itens gratuitos. Mas os padrões monetários influenciam os preços no mundo todo. E ajudam a segurar a remuneração dos trabalhadores em países concorrentes e a inflação nos países industrializados. Também, como observa o professor José Pastore (Estado , 10/1, B2), se traduzem em mais ganhos para as empresas transnacionais (que preferem produzir lá). E, pode-se acrescentar, ajudam estas a reduzir suas emissões de gases que intensificam o efeito estufa.
Só os Estados Unidos, com essa transferência de atividades e a importação de produtos chineses em geral, deixou de emitir 1,7 bilhão de toneladas anuais de dióxido de carbono. Mas a transferência pode significar também desemprego nos países com padrões salariais mais elevados.
Todas essas questões levaram recentemente o professor José Augusto Pádua a dizer (O Eco, 2/1) que as relações da China com a América Latina (AL) podem 'provocar uma tragédia ambiental'. Aqui. E, pior, 'com o beneplácito das elites locais que não conseguem enxergar além do lucro monetário de curto prazo'. É uma postura que, segundo ele, 'reforça os aspectos mais devastadores da nova dialética de países fornecedores de matérias-primas'. Ou seja, o velho modelo exportador de produtos primários e/ou de pequeno valor agregado, sem controle dos preços, se reforça, e agora com uma nova demanda avassaladora. Pior ainda, no caso brasileiro, com a transferência para cá de algumas atividades altamente poluidoras (exemplo: termoelétrica utilizando carvão mineral chinês) ou fortemente subsidiadas (ferro gusa, alumínio).
Retorna a pergunta: quais são a visão governamental e a estratégia brasileira em relação a esta área?


Washington Novaes é jornalista.
E-mail: wlrnovaes@uol.com.br
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