Autor Tópico: EQM  (Lida 785 vezes)

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Offline HSette

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EQM
« Online: 12 de Fevereiro de 2006, 07:00:38 »
A matéria é de novembro de 2004, mas como não vi nada a respeito por aqui, estou repassando.

Revista Ciência Hoje publicou uma matéria em que esta situação encontra uma explicação bem interessante. Vejam alguns trechos abaixo.
A matéria completa é bem interessante e pode ser lida em:
http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/3556
Eu me vi lá de cima
Cientistas mostram que estimulação elétrica do cérebro cria experiência extra-corporal
Os filmes já mostraram a cena várias vezes: enquanto a equipe da emergência lança mão dos últimos recursos de ressuscitação, o paciente, cujo coração já parou de bater, vê um túnel de luz, avista seu corpo lá de cima e é acolhido serenamente por um parente querido. Assim seria a passagem para o lado de lá da vida -- exceto nos casos em que, por desígnio divino, insistência dos médicos ou pura sorte mesmo, a pessoa volta para contar a estória.
Uma mulher na Suíça, no entanto, acaba de ter uma experiência parecida - sem correr o menor risco de vida. A paciente, que há 11 anos sofria de epilepsia, estava sendo avaliada para uma cirurgia de remoção do foco epiléptico. Como nenhuma lesão era visível no exame por ressonância magnética, a equipe do Dr. Olaf Blanke, do Hospital Universitário de Genebra, usou eletrodos posicionados sobre o cérebro da paciente para localizar precisamente a região do cérebro a ser removida.
Como a atividade elétrica do cérebro é anormal sobre o foco epiléptico, o simples registro pelos eletrodos é suficiente para indicar sua posição. No entanto, um procedimento adicional é de praxe: usar os eletrodos também para estimular regiões precisas do cérebro e, desse modo, identificar zonas ’vitais’, saudáveis, que não devem ser removidas.
A estimulação é feita com o paciente acordado e consciente, para que ele possa relatar as sensações provocadas.
(...)
... a estimulação em dois dos 64 pontos testados do lado direito do cérebro provocou uma sensação inusitada de deslocamento - ilusório, claro - do corpo inteiro: ao receber uma pequena corrente elétrica sobre o giro angular, a paciente sentia-se ’afundando na cama’, ou ’caindo no vazio’. A equipe, claro, não parou aí. Testaram uma corrente elétrica um pouco mais forte sobre os mesmos pontos e, como num filme sobrenatural, a sensação transformou-se em uma verdadeira experiência extra-corporal: de olhos abertos, a paciente dizia ver lá de cima, como se levitasse próxima ao teto, seu corpo deitado na cama.
(...)
A posição do giro angular é privilegiada para integrar informações relativas à posição e a sensações complexas do corpo: ele fica na borda do lobo parietal, que já havia sido implicado anteriormente na percepção do espaço corporal, ou seja, na localização de objetos em relação ao corpo. De quebra, outro vizinho próximo é o córtex vestibular, que processa informações relativas à orientação da cabeça em relação à gravidade, inclusive sensações de peso ou leveza. Com vizinhos desse calibre, o giro angular talvez seja o lugar do cérebro onde nossa ’visão’ interna do corpo é criada.
Se for assim, a dissociação do corpo que caracteriza a experiência extra-corporal poderia ter uma explicação simples: uma falha na integração sensorial e vestibular que o giro angular normalmente desempenharia, causada, por exemplo, pela estimulação elétrica. Ou, na experiência de quase-morte, pela falência metabólica do cérebro.
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

 

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