Niemeyer é um gênio. Assim como os modernistas nos fazem ter que repensar o que é arte, ele faz com a arquitetura. E inclusive fundindo com a arte. Seria interessante se algum dia ele projetasse uma construição que não fosse apenas pouco eficiente e excessivamente dispendiosa, mas completamente impossível de ser utilizada por seres humanos.
Poderia ter os andares/solos, em vez de planos ou em degraus, todos cheios de "bolotas", imitando as curvas da natureza, de um terreno não perfeitamente terraplanado, um morro, dunas de areia solidificada, ou mesmo de água um tanto revolta, congelada no tempo; as portas, poderiam ser muitas vezes altas demais para se entrar, ou pequenas demais, ou ainda, em forma de estrela aparentemente grande, mas cujo espaço no centro dos raios é relativamente pequeno e faz nós termos que nos contorcer para passar, meio como naquela propaganda em que vem um bloco e as pessoas tem que se colocar na posição das fendas das coisas, baseado num jogo de tv japonês; ou, similar às aberturas de cavernas e florestas da natureza.
A fiação poderia ser toda caótica, passando por meio da sala e das portas, teríamos que nos embrenhar por ela como que passando por uma mata densa, um monte de cipós e coisas do tipo.
Algumas salas ou até mesmo andares, poderiam ser totalmente inacessíveis, para nos lembrarmos do tempo em que havia natureza, ainda inexplorada.
Isso seria uma verdadeira quebra do paradigma da funcionalidade na arquitetura, trazendo ela mais próxima da arte. Tal edifício não seria para ser utilizado, mas para ser observado e desvendado, ao mesmo tempo que observado e apreciado apenas por sua beleza estética, não por sua utilidade. Não estamos nos tornando muito utilitaristas, interesseiros hoje em dia? Onde está o apreço pela simples beleza estética? Tudo tem que nos servir de alguma forma?
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