COM A PALAVRA O ESPECIALISTA
O INSISTENTE LOCAL - Tenho sido um dos poucos comunicadores a insistir, constantemente, pela necessidade que temos de fazer as reformas que possam nos livrar das amarras que impedem o nosso crescimento e desenvolvimento. A maioria, lamentavelmente, prefere sempre encontrar outros culpados pelo nosso pífio crescimento, onde as taxas de juros e câmbio são os mais utilizados. Ao invés de culparem a má Constituição, elegem, equivocadamente, certos vilões que nem culpa têm.
O ESTRANGEIRO - Pois, não é que acabo de encontrar um estrangeiro, alguém de fora do país, para endossar as minhas proposições? Quem sabe, o americano Norman Gall, especialista em assuntos latino-americanos, seja mais claro e entendido por aqui do que os poucos brasileiros que vivem dizendo e repetindo a mesma coisa. O fato de não ser brasileiro, e ser estudioso, pode, quem sabe, merecer mais confiabilidade sobre o que diz e pensa sobre os nossos defeitos institucionais, os quais insistimos que permaneçam defeituosos.
PÁGINAS AMARELAS - A rigidez na nossa legislação trabalhista, segundo Gall, em entrevista concedida às páginas amarelas da revista Veja desta semana, é um dos defeitos antigos que evitamos corrigir. Como todos sabem, pelo tamanho e crescimento vigoroso da nossa economia informal, a CLT impede brutalmente a geração de empregos. Gall também assinala que os nossos gastos com a Previdência são excessivos.
PREVIDÊNCIA MALDITA - Para enfatizar o comentário informa que o Brasil gasta duas vezes mais com a Previdência do que com educação. Vejam o que ele diz: - O Brasil é um país de jovens que investe mais nos velhos, mais no passado do que no futuro. O gasto com aposentadorias seria perfeitamente aceitável se representasse uma proteção aos pobres e contribuísse para uma distribuição de renda. Mas não, pois 61% dos recursos destinam-se a quinta parte mais rica da população.
OS BENEFICIADOS - Registrem isto, pelo amor de Deus: de um total de 26 milhões de aposentados e pensionistas no Brasil, 40% dos gastos vão para os bolsos de somente 3 milhões de beneficiados, que pertencem ao setor público. Tal proteção não é minimamente justa nem honesta. Em qualquer lugar do mundo. Até os beneficiados que não querem perder a mamata ficam constrangidos quando falo ou escrevo sobre o assunto.
Gilberto Simões Pires
Apresentador de pensamento liberal, nome de grande credibilidade na comunidade gaúcha, com idéias próprias e firmes, defensor da economia de mercado e do fim de qualquer subsídio por parte do governo.