Teresa Filósofa, escrito anônimo do século XVIII, se insere no contexto das publicações eróticas que circulavam, como se diria hoje, “em OFF”. Alguns eruditos, no intuito de evitar manchar suas reputações em vista da censura e da tradição, escreviam livros que eram difundidos somente entre amigos ou publicados clandestinamente com pseudônimos. Hoje se atribui a obra a um tal marquês d’Argens.
O livro conta a história de Teresa e sua iniciação na vida sexual. Mas como diz o título, Teresa é filósofa. Então em meio ao erotismo da trama encontram-se reflexões a respeito de pensamentos filosóficos muito difundidos no século XVIII, como o materialismo por exemplo. Assim temos subcapítulos como:
Apóstrofe aos teólogos sobre a liberdade do homem, onde Teresa discute a respeito da impossibilidade do livre arbítrio pregado pelo cristianismo.
Exame das religiões pelas luzes naturais: reunião de pequenas contradições de alguns dogmas cristãos. E ainda:
Origem das religiões e
Reflexões sobre o que é o espírito.
Além das críticas explícitas, ainda há aquelas alfinetadas dentro da trama. Destaque para a forma como os padres e sacerdotes são retratados na história, sempre desprovidos dos valores morais que pregam. Padres bêbados que procuram prostitutas, padres que enganam as fiéis em busca de cópula.
Pra quem se interessar, há uma edição de bolso do livro pela L&PM Pocket. Mais informações
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