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O ENCOSTO

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FMI
« Online: 09 de Março de 2006, 12:36:48 »
O FMI costuma funcionar como pronto-socorro para economias com problemas de balanço de pagamentos ou como CTI (Centro de Tratamento Intensivo) em alguns casos mais graves de desequilíbrios cambiais.

É para isso que aquela instituição foi criada em 1944 e que hoje conta com a participação da maioria absoluta dos países.

Os principais cotistas do FMI são os países desenvolvidos, que também são os maiores credores dos países endividados. O maior cotista é o governo norte-americano e a sede do FMI fica em Washington.

Não é de surpreender que os políticos em geral não gostam de dizer que precisam da ajuda do FMI. Na maioria dos casos, a necessidade de se buscar ajuda no FMI resulta de erros de condução da política econômica, como foi o caso brasileiro de 1999. Uma política cambial, com valorização excessiva do real, se de um lado ajudou a segurar a inflação provocou, por outro lado, grandes déficits nas contas externas, cujo desfecho foi a explosão da taxa de câmbio em janeiro de 1999.

Principalmente nos países do terceiro mundo, os discursos dos políticos com relação a eventuais programas monitorados pelo FMI costumam vir recheados de frases dirigidas à grande massa de eleitores, que não dispõe de informações para um bom entendimento sobre o papel daquele organismo internacional.

Atualmente o Brasil não precisa mais dos recursos do FMI, e por isso decidiu pagar antecipadamente sua dívida com aquele organismo. Poderia também simplesmente continuar pagando conforme o cronograma, se assim o desejasse.

Em 1999, o Brasil precisou do FMI para não quebrar. Precisou porque acumulou grandes déficits nas contas externas nos anos anteriores.

Agora, o Brasil não precisa mais dos recursos do FMI, porque acumulou grandes superávits, o que lhe permitiu recuperar níveis confortáveis de reservas cambiais.

Depois de pagar antecipadamente a dívida com o FMI, no valor de US$ 15,5 bilhões, as reservas cambiais brasileiras ainda se situavam em US$ 53 bilhões, o que já pode ser considerado razoável para a economia brasileira. As reservas externas brasileiras têm crescido sistematicamente nos últimos tempos, com as compras feitas pelo Banco Central.

Mantido o quadro de abundância de oferta de recursos no mercado financeiro internacional, essas reservas deverão continuar a crescer.

Uma eventual nova crise cambial no caso brasileiro, não está visível até onde a vista alcança, inclusive porque o sistema de câmbio flutuante tende a prevenir a ocorrência de desequilíbrios estruturais na contas externas.

O FMI E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

O FMI não foi criado para se preocupar com o desenvolvimento econômico de seus membros.

Esse é um papel que cabe ao Banco Mundial, inicialmente criado para cuidar da reconstrução da Europa, pós-guerra.

O FMI foi criado para cuidar dos problemas de balanço de pagamentos, como mencionamos.

Interessa aos devedores não "quebrar", pois isso costuma ser muito doloroso, em termos de recessão e desemprego.

Interessa, também, aos credores, receber.

Assim, o FMI preocupa-se com o desenvolvimento de um país, somente até o ponto em que esse desenvolvimento seja útil para que o país devedor possa pagar suas dívidas.

O FMI preocupa-se com o fluxo de caixa externo do país-membro, não com o seu desenvolvimento.

Daí as dificuldades que, com freqüência, ocorrem nos relacionamentos entre o FMI e os governos dos países que recorrem ao organismo.

Se um país não precisa do FMI é porque está em situação cambial confortável. Neste caso, essa economia também terá maior possibilidade de crescimento sem enfrentar problemas cambiais.

É o caso do Brasil depois de alguns anos de grandes superávits na balança comercial.

Não podemos nos esquecer, entretanto, que nos momentos de crise, um socorro do FMI pode permitir que o processo de ajuste seja menos doloroso, e não o contrário, como muitas vezes se pensa. 

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Re: FMI
« Resposta #1 Online: 25 de Março de 2009, 21:00:21 »
FMI anuncia ampla reforma para simplificar seus empréstimos

O FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou nesta terça-feira uma simplificação dos procedimentos para a concessão de seus empréstimos, com menos condições prévias, o que deve permitir à instituição distribuir ajuda com mais eficácia aos países em dificuldades.

"Estas reformas representam uma mudança importante no modo como o Fundo pode ajudar os Estados-membros, o que é particularmente necessário nestes tempos de crise mundial", destacou o diretor-gerente do FMI, o francês Dominique Strauss-Kahn, citado em comunicado.

"Uma maior flexibilidade nos nossos empréstimos, além de condições simplificadas, nos ajudarão a responder de forma eficaz às necessidades variadas de nossos membros. E isso lhes permitirá, em retorno, atravessar a crise e retomar um crescimento duradouro", continuou.

A principal janela desta reforma é a criação de uma nova modalidade de empréstimo, a linha de crédito flexível" (LCF), que visa países que o FMI considera bem administrados, com fundamentos, políticas e um histórico de adoção de suas políticas muito sólidos".

Esta nova forma de empréstimos, sem critério de desempenho nem limite de valor, permitirá aos Estados-membros obter uma linha de crédito "por precaução", sobre a qual poderão sacar no momento que considerarem necessário.

O FMI disse que quer emprestar "apoiando-se em critérios preestabelecidos onde for apropriado", mais do que sobre critérios de desempenho que condicionavam, até agora, a concessão de parcelas consecutivas.

Quando acessada, a linha de crédito ficará disponível por seis meses ou um ano. O prazo de pagamento será de três anos e meio a cinco anos e o teto do empréstimo será avaliado caso a caso. O FMI permitiu também que o dinheiro seja sacado a qualquer momento, de maneira que linha funcione como um cheque especial, mas também que ela seja usada apenas como um mecanismo a mais de liquidez para o país, como forma de precaução. Neste caso, o dinheiro fica disponível para saque a qualquer momento, melhorando a percepção de risco do mercado sobre aquele país, mas não é usado efetivamente.

Uma flexibilização deste tipo havia sido feita em outubro do ano passado, com a criação da SLF (Short-Term Liquidity Facility).

Apesar de já ter representado uma mudança em relação aos empréstimos tradicionais do FMI, a SLF não atraiu interessados, porque ainda foi considerada restritiva. A linha anterior tinha limite máximo de saque, previa um prazo curto para quitação do empréstimo e não podia ser usada apenas como instrumento de precaução.

http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/03/24/urgente++fmi+anuncia+ampla+reforma+para+simplificar+seus+emprestimos+5023921.html

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

 

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