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O Estado de São Paulo, 10 de março de 2006Receita de tarifas bancárias ultrapassa a de 26 EstadosValor obtido pelas 7 maiores instituições do País em 2005 - R$ 31 bi - só perde para o Estado de SPEstudo divulgado ontem pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região apontou que a soma do valor arrecadado no ano passado por meio de tarifas pelos sete dos maiores bancos do País superou o orçamento de 26 Estados mais o Distrito Federal em 2004.Juntos, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, Unibanco, Santander/ Banespa e Nossa Caixa cobraram de seus clientes R$ 31 bilhões pela prestação de serviços, montante inferior apenas ao orçamento do Estado de São Paulo (R$ 65,724 bilhões) em 2004, ano utilizado como referência pelo sindicato, com base na mais recente pesquisa consolidada do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).No documento distribuído pelos bancários, que menciona um hipotético 'Estado dos Banqueiros', a arrecadação com tarifas atingiria, por exemplo, um valor muito mais alto que o orçamento do Estado do Rio, segundo colocado em arrecadação (R$ 27,502 bilhões).O mesmo valor, de R$ 31 bilhões, pagos pelos clientes a esses sete maiores bancos em 2005, correspondeu à soma dos recursos orçamentários de 12 Estados (R$ 28,823 bilhões) da União, ainda com base em números do Ipea: Amapá, Acre, Alagoas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraíba, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins.Em 2004, o valor foi também expressivo, mas inferior. Segundo o sindicato, as sete instituições obtiveram R$ 24,801 bilhões com as tarifas de serviços. Os bancários destacam também que, atualmente, 40% da arrecadação geral dos bancos vêm dessa receita, em serviços, como talão de cheques, transferências e extratos.'Desde 1994, quando foi liberada a cobrança de tarifas, os bancos vêm aumentando a arrecadação com base numa exploração que não faz sentido e precisa ser coibida', disse, em nota, o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. Segundo ele, 'cada vez mais' os bancos 'afugentam' os clientes das agências, empurrando-os para o auto-atendimento ou para a mais nova modalidade, os correspondentes bancários.'E os cidadãos ainda pagam por isso', comentou. 'Por outro lado, os banqueiros exigem cada vez mais dos bancários, transformando a categoria numa das mais pressionadas e sofridas', afirmou Marcolino.DEFESA A Assessoria de Imprensa da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou que a entidade classificou de 'descabida' a comparação feita pelo sindicato, já que parte da arrecadação das instituições com as tarifas é usada para pagar o salário dos funcionários, que servem à população.Flavio Leonel