Nanotecnologia pode restaurar danos cerebrais, mostra estudo do MITSão Paulo – Cientistas criaram nanopartícula capaz de regenerar os neurônios, que restabeleceram a visão perdida em hamsters durante testes. Roedores que ficaram cegos por conta de danos ao sistema visual no cérebro tiveram a visão parcialmente restaurada em questão de semanas graças a uma partícula criada por bioengenheiros e neurocientistas do MIT (Massachusetts Institute of Technology).
A técnica, que consiste em um estímulo para que as células cerebrais se regenerem, poderá um dia ajudar no tratamento de pacientes com danos cerebrais traumáticos, lesões na coluna vertebral e derrames.
O estudo, publicado na edição online da revista Procedimentos da Academia Nacional de Ciências (
Proceedings of the National Academy of Sciences) desta semana, é o primeiro a utilizar nanotecnologia para reparar o cérebro e restaurar funções prejudicadas.
No experimento, com hamsters jovens e adultos, foi injetada no cérebro dos animais uma solução contendo material produzido a partir de fragmentos de proteínas, chamados peptídeos. Imersos em soluções salinas, eles são capazes de formas redes microscópicas que suportam o crescimento dos prolongamentos dos neurônios, chamados axônios.
Em entrevista ao site Medical News, os cientistas do MIT explicaram que o procedimento não permite reconectar partes do cérebro separadas por um derrame, mas pode, por exemplo, permitir devolver a capacidade de falar a um indivíduo que teve a área relacionada à fala lesada.
Segundo os cientistas, o objetivo não é restaurar 100% das células lesadas, pois 20% ou menos podem ser suficientes para recuperar uma função.
Lesões na coluna vertebral, derrames e traumas cerebrais afetam mais de 5 milhões de norte-americanos, com um custo anual de 65 bilhões de dólares em tratamento.
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