Pergunte para os evolucionistas, que já detectaram falta de função no apêndice cecal, no cóccix, nos “arcos branquiais”, cauda e pêlos durante o desenvolvimento, em 95% do DNA humano e em 90% do cérebro.
R: Não sei quais seriam as funções do cóccix. Nunca ouvi falar de falta de função dos "arcos branquiais" a não ser como brânquias, durante o desenvolvimento, mas eventualmente se desenvolvem em algo funcional. Quanto a 90% do cérebro, mesmo antes o próprio autor havia dito que "não sabia como a evolução veio se meter nisso". Não sei bem em que se baseou a idéia de que o cérebro era tão inútil (algo um tanto condizente com a idéia de dualidade alma-corpo, onde a alma executaria todas as funções que a ciência supõe serem realizadas pelo cérebro), mas uma coisa é se postular uma explicação evolutiva para algo, e outra sugerir que isso fosse uma previsão da teoria da evolução.
...lém disso, o ceco dos herbívoros digere celulose, enquanto o apêndice humano tem função imunológica. Ainda mais, em uma coleção de 2 volumes chamada O Corpo Humano, de Fritz Kahn, publicada em 1966, não cita órgãos vestigiais apesar de o autor ser evolucionista, e no volume 1, pg 366, explica com maestria a função imunológica do apêndice cecal. Por que os livros de Biologia posteriores ignoraram esse fato, sem qualquer correlação com digestão como deveria ser um resto de ceco?
R: O apêndice não necessita ter função digestiva ainda que seja vestígio de um órgão digestivo. Assim como as asas de avestruzes ou kiwis não precisam ter funções locomotoras apesar de serem originalmente patas dianteiras, ou mais recentemente, asas viáveis para võo.
Ainda nesse assunto, dizer que existem ou não órgãos vestigiais ficou muito vago, realmente. Vamos então partir à discussão do que é ou não vestigial. Primeiro pela definição do que seria vestigial, segundo o livro Vida – A Ciência da Biologia, Glossário:
“Vestigial (Latim vestigium: pegada, rastro): os restos de estruturas corpóreas que não são mais de valor adaptativo para o organismo e, por essa razão, não são mantidas pela seleção”.
R: Citar uma definição apenas não muda o fato de que desde Darwin não se supõe que vestígios anatômicos seriam necessariamente inúteis, e que há um monte de outras definições que ressaltam isso (ver o artigo do Talk origins já mencionado). A evolução simplesmente não prevê uma inutilização completa de alguma coisa, em algum momento. Não é que não possa ocorrer, mas não é uma previsão necessária.
Vestígios não são evidência de evolução natural por supor-se serem não funcionais.
O ponto principal é o mesmo de todas as outras caractersísticas dos seres vivos: a evolução prevê que estruturas pré-existentes se modificarão, adquirirão novas funções, podendo velhas funções desaparecerem. Isso implica em reutilização do que já está disponível numa linhagem, em vez de estruturas, vestigiais ou plenamente desenvolvidas, aparecerem em linhagens que não seriam previstas como sendo aparentadas de acordo com todas outras características. Isso seria esperado de projeto dos seres vivos, pois não é algo que restringe suas características a linhagens.
Ou seja, não serão encontrados mamilos vestigiais em peixes, anfíbios ou aves; asas vestigiais em cobras, humanos ou cavalos, etc. Por outro lado, baleias, ancestrais de seres originalmente quadúpedes, além de todo os os outros caracteres indicativos de parentesco com os mamíferos, podem ter pequenos vestígios de sua locomoção quadrúpede sendo encontrados em sua anatomia e genoma. Mais interessante, eventualmente casos de atavismo são encontrados, e a estrutura que é modalmente vestigial em uma espécie pode ser excepcionalmente desenvolvida em um nível que pode-se mais facilmente se reconhecer a homologia entre as estruturas - termo pelo qual quero dizer, toda a similaridade estrutural entre elas. Assim como o crânio de chiwawa ou bulldog é o mesmo, homólogo, crãnio de um lobo, mas desenvolvido sob influência de genes de reguladores do desenvolvimento modificados, um cóccix é uma cauda como a dos demais mamíferos caudados, mas modificada a ponto de não funcionar mais como cauda (e ao menos nesse caso, como qualquer outra coisa, tanto quanto se sabe).
Vestígios, além de se encaixarem dentro disso como todas as demais características, apresentam a particularidade de não serem condizentes com projeto inteligente, específico para a função, mas ressaltam o caráter de improvisação em cima do que já há disponível numa linhagem. No decorrer da evolução, nada impede de uma função de uma estrutura perder a sua importância relativa para alguma função e então poder diminuir consideravelmente, o que, se não for simplesmente "permitido", por não representar perda de adaptação, possivelmente também seria vantajoso por se livrar de um dispêndio inútil para o desenvolvimento e manutenção do órgão.
É o que parece ter ocorrido com asas de avestruzes, e outras aves que não mais voam, por exemplo. O vôo é uma atividade muito dispendiosa, e tão logo uma população esteja isolada em alguma localidade onde o vôo não é imprescindível ou suficientemente vantajoso para a sobrevivência, seres com genes que determinem um menor desenvolvimento das estruturas voltadas para o vôo terão vantagem em "economia" no desenvolvimento e necessidade de alimentos para a sobrevivência. Enquanto aves que não são projetadas para o võo não tem qualquer razão concebível para reterem asas em seu projeto, a evolução não determina que as coisas existirão ou não principalmente pela função, mas por serem ou não compatíveis com sobrevivência e reprodução. Assim, mesmo que fosse lógico, como é lógico não se colocar asas em um carro que não é um avião, não colocaria-se pequeníssimas asas vestigiais em um kiwi. E para qualquer outra função que pudesse se imaginar apêndices corporais que não são patas dianteiras em aves, como adorno para exibição para parceiros, ou contra-peso para equilíbrio em corrida, é bastante interessante notar que a estrutura óssea e muscular é inegavelmente derivada daquela das asas das aves, e essa, por sua vez, das patas dianteiras de dinossauros.
Essas estruturas são inegavelmente similares, nào apenas estruturalmente, mas em seu desenvolvimento embrionário. Se é admitida a criação especial delas, também fica difícil escapar de assumir que elas todas partiriam de um "projeto comum ancestral", que aparentemente tem sua base nas nadadeiras lobadas de alguns peixes. Por si só, isso também não é refutação cabal de projeto, afinal, nada impede de projetistas irem modificando projetos anteriores para novas funções.
No entanto, a homologia suporta principalmente a evolução quando observada em seu contexto, que aparece sempre de acordo com uma imensa árvore genealógica. O que não seria necessário se os seres fossem inventados, mesmo admitindo esses projetos comuns das estruturas. Ou seja, não apenas podem ser identificadas candidatas para estruturas ancestrais de estruturas isoladas, mas as estruturas nunca aparecem isoladas, ou distribuidas senão de acordo com um padrão de linhagem. Por exemplo, uma vez que asas de aves tenham sido inventadas a partir de braços de dinossauros, por que não utilizar esse projeto de asa em seres como, digamos, morcegos, em vez de neles criar um novo projeto de asas, dessa vez derivado principalmente do alongamento dos dedos? Algo assim, seria condizente com projeto, mas inesperado pela teoria da evolução. Esse é apenas um exemplo; a imensa maioria dos seres deveria ser assim, ter suas características ocorrendo de acordo com função, e não restritas por linhagens, de forma que fosse possível construir quase qualquer hipotética genealogia dos seres como igualmente válida.
Entretanto, não é isso o que ocorre. Só se pode construir umas poucas genealogias hipotéticas para os seres, pois apenas poucas seriam condizentes com o sabido sobre hereditariedade. As eventuais "confusões" quanto a filogenias não são um problema para a existência de filogenias pelo seu grau de especificidade. Por exemplo, não acho que criacionistas duvidem que todas raças de cães descendem de um ancestral comum. Ao mesmo tempo, a filogenia exata desse grupo seria dificilmente traçada, por ser possível a convergência freqüente de caracteres quando os grupos já partem de um ponto inicial onde são muito similares. Confusões realmente problemáticas seriam se não se pudesse dizer se humanos são parentes mais próximos de chimpanzés, girafas, alface ou cogumelos; não as diversas possibilidades de filogenia com os parentes enormemente similares apontados, sejam vivos ou fósseis. De certa forma, as diferenças entre os parentes mais próximos dos humanos não são muito maiores daquelas encontradas entre as diferentes raças caninas, e essas diferenças não são também de um diferente grau.
Há todas essas similaridades, esperadas pelo parentesco, e nõa há incompatibilidades, como características compartilhadas apenas com parentes muito longínquos, ou mesmo impedimentos cruciais ao parentesco, como uma bioquímica alternativa.
Eles [dentes do siso] crescem pelo estímulo constante e são moldados durante a vida, o que permite geralmente a perfeita oclusão, e a falta de estímulo pode retardar ou mesmo não permitir a erupção destes últimos dentes molares, que naturalmente já nascem entre o 17º e o 24º ano de vida.
Os 4 últimos dentes molares (do siso) não são necessários para a mastigação, mas sim auxiliares, e dificilmente alguém sem eles vai sentir alguma desvantagem óbvia, ou quem os têm vai se sentir em qualquer vantagem. Por isso mesmo não há grande ação seletiva sobre eles, ao menos atualmente. No caso de serem necessários para uma melhor trituração, o maior problema possível com sua ausência seria uma má-digestão, nada digno de ser selecionado em uma população humana.
A ausência de tais dentes também pode ser uma característica variável de acordo com a etnia. E veja só, podem ser considerados vestígios de nossos antepassados assim como os pêlos, e provam a evolução! Com as mesmas ressalvas. Entretanto não são de forma alguma inúteis.
R: Gostaria de saber mais detalhes disso dos dentes do siso e molares em geral se desenvolverem por exercício. Supunha que eram algo mais programado, mais indepentente de "input" ambiental.
De qualquer forma, é interessante notar que nossos parentes mais próximos apontados por todas as outras características, passam por um estágio de desenvolvimento em que tem o crânio e maxilar aproximadamente nas proporções da que nós temos quando bebês; no entanto, no caso deles, continuam se desenvolvendo de forma a serem bem mais prognatas, e no nosso caso, as boca é consideravelmente reduzida (de forma não muito diferente a que ocorre com a diminuição da boca dos lobos em algumas raças de cães como pugs ou bulldogs). Isso simplesmente faria com que conservando alguns padrões de desenvolvimento infantil, retardando o nosso desenvolvimento, esse terceiro molar demorasse mais a eclodir, se eclodisse.
Pela evolução, uma característica adaptativa importante que tenha como efeito colateral alguma característica não adaptativa não necessariamente deixará de existir. A primeira compensa a segunda em sobrevivência e reprodução.
Teoricamente, a segunda não precisaria existir, supondo-se serem os organismos inventados; e se não foram, no entanto, é esperado que ocorram dessas. Porque basta que os seres sejam capazes de sobreviver e se reproduzir para transmitirem suas características. Elas não precisam existir por fazerem sentido com algum plano. Podem até ser pouco apropriadas, inúteis, até mesmo prejudiciais, desde que suficientemente contrabalançadas por outras.
Com relação à recapitulação filogenética na embriogênese, eu só poderia dizer que seres parecidos têm desenvolvimento parecido. Isso é lógico, e só demonstra semelhança, e não qualquer parentesco evolutivo, o que poderia no máximo sugerir. Pouca gente percebe, contudo, que essa idéia evolucionista necessita que o início dos embriões seja semelhante, quando na verdade eles começam diferentes e depois se tornam parecidos, como será abordado adiante.
Na verdade, não era esperado que os primeiros estágios embrionários fossem similares. Isso tem a ver com as idéias de Haeckel, que não são base das modernas teorias evolutivas, e nem é algo esperado por elas.
R: Nada restringe as mutações a afetarem apenas os últimos estágios de desenvolvimento. Apenas disso seria esperado que os primeiros estágios embrionários fossem obrigatoriamente similares. Se mudanças nos primeiros estágios do desenvolvimento não ocasionarem comprometimento do desenvolvimento posterior, elas simplesmente não seriam selecionadas negativamente. Assim a modificação anterior a certos estágios que permanecem similares pode ocorrer sempre que não comprometer esse desenvolvimento, ou mais especificamente, a "adaptação final" do organismo.
Ainda mais, o milagre da vida do desenvolvimento embrionário está totalmente codificado no DNA da primeira célula, enquanto não foram descobertos até hoje os mecanismos capazes de gerar novo, diferente e funcional material genético.
R: Grandes alterações não necessitam de aparecer em saltos, mas por modificações graduais. Os genomas de espécies aparentadas apresentam diferenças que são todas possíveis de se originar por mecanismos de mutação conhecidos.
Li na Revista Criacionista número 70 (editada pela Sociedade Criacionista Brasileira), 1º semestre de 2004, artigo “Improbidade Científica dos Livros-Textos de Biologia”, pgs 49-50, que recebi de brinde por comprar alguns livros, sobre os embriões de vertebrados e os desenhos de Haeckel. Fala das distorções realizadas para adequar os embriões às idéias evolucionistas, enquanto alguns desenhos foram totalmente inventados afim de os estágios iniciais ficarem parecidos entre si.
R: As distorções de Haeckel foram feitras para apiar as idéias evolucionistas DE HAECKEL, não a evolução de um modo geral.
e livro de Jonathan Wells, Icons of Evolution: Why much of what we teach about evolution is wrong,
R: Na parte do site da NCSE, "Why much of Wells says about evolution is wrong" (ou algo assim), é mencionado que os desenhos de embriões de Haeckel são encontrados em vários textos de biologia atual não como embasamento para a evolução, mas como contexto histórico, algo que Wells omite, talvez em nome de sua "missão divina para destruir o darwinismo". Eu já vi livros de biologia com ilustrações de teorias pré-formacionistas, com ilustrações de heterogênese (animais nascendo de plantas), e até dessas dos embriões de Haeckel, sem que estivessem sendo usadas como embasamento.
Devem haver, e devo inclusive já ter visto, livros com os desenhos de Haeckel listados nas partes de "evidências para evolução", o que no entanto não diz nada quanto a validade da teoria evolutiva, mas quanto a competência dos autores desses livros.
"Temos a evidência clara da similaridade entre as estruturas fundamentais de todos os seres vivos de nosso planeta, temos a evidência da progressão do registro fóssil em acordo com a escalada evolutiva, (os fósseis mais antigos são os de seres mais primitivos), e temos a simples divisão celular para mostrar que uma célula pode se tornar duas."
Esse parágrafo pode gerar um debate à parte, vamos evitar. A primeira evidência também pode sugerir um mesmo criador, ou melhor, sugerir um plano de construção estável. De outra forma não seria possível a organização existente e a inter-relação entre as espécies.
R: Acredito que isso não pode ser demonstrado. Que conveniente. Quer dizer, que, se os seres não fossem exatamente apenas com as suas características distribuidas de forma coincidentemente exatamente com linhagens, não seria possível as inter-relações entre espécies e as organizações existentes? Essas, as existentes com a fauna e flora existentes, obviamente não, mas nada impediria de outras organizações e interrelações com faunas e floras e/ou "fauna-floras" diferentes.
O ponto é: criação é um processo bem menos restrito que evolução. Se encontra-se apenas a evidência condizente com um processo muito restrito, é muito mais provável que seja esse o causador da observação, e não por pura coincidência, um processo muito menos restrito (se é que se pode falar em restrição da criação por um ser onipotente), ter causado exatamente o esperado por um processo muito mais restritivo. É simplesmente muita coincidência.
A segunda evidência parece mais um caso de raciocínio circular (sei do seu conhecimento sobre essa “falácia”, então prefira comentar os argumentos em si). A Evolução é quem diz que os fósseis mais antigos são de seres mais primitivos. Por que um réptil é mais primitivo que uma ave? Não vejo motivo, senão o raciocínio circular: eles estão mais abaixo, então são mais primitivos. Uma vez que eles são mais primitivos, deveriam estar mais baixo.
R: Tem a ver com aquilo que eu venho dizendo sobre a distribuição de caracteres entre os seres. É essencial para que se possa entender a evolução. Se fosse assim como está sendo colocado, diferentes vertentes evolucionistas poderiam propor inúmeras árvores evolutivas totalmente diferentes, sem consenso algum. E todas teriam igual embasamento. Não é isso que ocorre, porque um organismo não é definido como mais ou menos primitivo arbitrariamente, ou simplesmente por ser encontrado em um ou outro estrato. Mas "por coincidência" (supondo a evolução não ter ocorrido) os seres com características que permitem identificá-los como mais primitivos precedem os que parecem descendentes/parentes mais acançados nos estratos geográficos. Uns criacionismos, que não vêem os estratos como problema (alguns assim admitem, acho que já li até num texto da SCB), costumam alegar que os estratos se formaram durante o dilúvio, porque as águas exerceriam uma seleção hidrodinâmica que fariam com que seres de fato aparentados, como organismos de uma mesma espécie se fossilizassem próximos, a despeito de diferenças de peso e hidrodinâmica, enquanto outros seres de hidrodinâmica e peso aproximados se fossilizariam sempre em outros estratos, coincidentemente de acordo com uma história evolutiva que nunca ocorreu. Mais um número incrivel de coincidências criacionistas, além de todas as possibilidades de distribuição irrestrita de caracteres não ocorrerem, apenas aquelas possíveis por parentesco biológico.
No criacionismo os fósseis também se encaixam perfeitamente, pois os seres mais densos estão nas camadas mais inferiores, como é previsto no processo de Liquefação, explicado também com a Teoria das Hidroplacas (www.creationscience.com), e por outros processos explicados em “Em Busca das Origens – Evolução ou Criação?”, que ainda não li.
R: Disso que falava. Como alegar por exemplo que grandes saurópodes e pequenas aves e mamíferos, e outros pequenos répteis tinha m a mesma densidade? Por que saurópodes filhotes não são encontrados juntos a animais menores, em outros estratos? Os estratos simplesmente não estão organizados de acordo com densidade, mas de parentesco biológico. Tanto do admitido pelos criacionistas, como de parentesco de espécie, quanto pelo negado.