Autor Tópico: Grupo dos EUA rebobina divisão celular  (Lida 775 vezes)

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Grupo dos EUA rebobina divisão celular
« Online: 17 de Abril de 2006, 18:14:17 »
Grupo dos EUA rebobina divisão celular 
   
Se o final do ciclo de divisão celular pudesse ser comparado com um parto, a façanha realizada nos EUA por Gary Gorbsky equivaleria a ver um bebê entrar de volta na barriga da mãe.

A analogia é imperfeita, pois a primeira forma de reprodução gera duas células-filhas idênticas e não outro organismo, mas serve bem para captar o quanto há de surpreendente no estudo, publicado esta semana no periódico "Nature".

As fotos obtidas pela equipe da Fundação de Pesquisa Médica de Oklahoma (OMRF) são claras: a célula que já duplicou seus cromossomos (filamentos que contêm o DNA, substância da hereditariedade) separa um jogo completo deles de cada lado da "cintura" formada, que vai se estreitando até o limiar de rompimento em duas células separadas - quando então elas se fundem novamente, voltando ao seu estágio inicial.

No jargão da biologia celular, o grupo de Gorbsky conseguiu reverter o desfecho da mitose. Nessa fase do ciclo celular (também conhecida como M), uma célula se torna duas, e cada célula-filha reinicia o próprio ciclo (n fase de crescimento G1).

Depois vêm as fases de síntese de DNA (duplicação dos cromossomos, ou S), outra etapa de crescimento (G2) e uma nova mitose (M).

Assim como a gravidez, o ciclo celular é um processo regulado por várias substâncias sinalizadoras, como se fossem hormônios. Gorbsky manipulou os níveis de "hormônios" celulares conhecidos como ciclinas e quinases dependentes de ciclinas (Cdk, na abreviação em inglês) para fazer a célula mudar de idéia e retornar sobre os próprios passos.

O curioso é que essa capacidade de engatar a marcha-à-ré celular não representava o objetivo principal da pesquisa. "Não demos a partida para testar o papel da ciclina em impedir a reversão [do ciclo]", explica Gorbsky. "Como muitos de nossos resultados interessantes, este foi o resultado lateral de um outro projeto voltado para o desenvolvimento de novos agentes anticancerígenos."

Como parte desse projeto mais amplo, o grupo da OMRF comparava novos candidatos a remédios antitumorais com a substância flavopiridol. Esse medicamento experimental está sendo testado contra o câncer justamente por sua capacidade de interferir nos níveis das substâncias sinalizadoras que regulam quando a célula deve passar de uma fase a outra do ciclo celular.

"Estou confiante em que descobertas sobre o controle básico do ciclo celular levarão ao desenvolvimento de medidas preventivas e a terapias para o câncer", diz Gorbsky. A mesma aplicação futura é vislumbrada pela bióloga Mayana Zatz, pró-reitora de pesquisa da USP: "Entender os processos de divisão celular poderia nos ajudar a entender os processos anômalos de divisão celular que ocorrem no câncer".

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=36830

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Tarcísio

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Re: Grupo dos EUA rebobina divisão celular
« Resposta #1 Online: 17 de Abril de 2006, 20:55:41 »
Unknown brigadão pelas notícias!

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Re: Grupo dos EUA rebobina divisão celular
« Resposta #2 Online: 17 de Abril de 2006, 22:12:56 »
 :|

Atheist

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Re: Grupo dos EUA rebobina divisão celular
« Resposta #3 Online: 17 de Abril de 2006, 23:16:52 »
Só queria saber o que aconteceu com a célula depois, pois se não houve a divisão (citocinese) o núcleo ficou com o dobro da quantidade de DNA. Em uma célula humana, por exemplo, isso talvez seja até pior que o câncer...

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Re: Grupo dos EUA rebobina divisão celular
« Resposta #4 Online: 18 de Abril de 2006, 14:39:55 »
Só queria saber o que aconteceu com a célula depois, pois se não houve a divisão (citocinese) o núcleo ficou com o dobro da quantidade de DNA. Em uma célula humana, por exemplo, isso talvez seja até pior que o câncer...
Por quê?

Ah, a reportagem original p/ você conferir:
http://www.nature.com/nature/journal/v440/n7086/full/nature04652.html

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Re: Grupo dos EUA rebobina divisão celular
« Resposta #5 Online: 19 de Abril de 2006, 01:38:24 »
Só queria saber o que aconteceu com a célula depois, pois se não houve a divisão (citocinese) o núcleo ficou com o dobro da quantidade de DNA. Em uma célula humana, por exemplo, isso talvez seja até pior que o câncer...
Por quê?

Ah, a reportagem original p/ você conferir:
http://www.nature.com/nature/journal/v440/n7086/full/nature04652.html

Porque organismos de mamíferos superiores (em geral) têm um intrincado sistema chamado "imprinting", onde alelos que vem do pai ou da mãe para determinados genes ficam inativos, muitas vezes para compensar dosagem ou para evitar excesso de produto gênico (simplificando bastante). Em muitos casos um organismo humano não suporta um único cromossomo a mais. O conteúdo completo de um genoma então, é muita coisa. Mexe com todo o balanço gênico, produção de proteínas, etc.

 

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