Petróleo passa de US$ 74 e registra novo recordeVINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O novo contrato de referência do barril do petróleo, para entrega em junho, passou a ser negociado nesta sexta-feira e já atingiu nova marca recorde, US$ 74,15.
Os contratos para maio, que expiraram nesta quinta-feira (20), encerraram as negociações ontem em ligeira retração, cotados a US$ 71,50, em uma semana em que o preço do barril atingiu recordes sucessivos. Às 12h30 (em Brasília), o barril para junho era negociado a US$ 74,05.
Os motivos que pressionam atualmente as cotações da commodity são a crise nuclear no Irã; o risco de escassez de gasolina nos EUA durante a temporada de verão (inverno no Brasil); e a falta de segurança nas instalações na Nigéria.
Os estoques americanos de gasolina e a situação no Irã se alternam na percepção dos analistas como o fator de mais peso a afetar o valor do barril do petróleo.
O governo iraniano não abre mão de levar adiante seu programa de enriquecimento de urânio --que, diz o governo, se destina apenas a gerar energia. A intenção é questionada pelos EUA e outros países ocidentais, que alegam que o Irã planeja construir armas atômicas.
Os estoques americanos de gasolina vêm registrando queda nas últimas semanas e depois da divulgação do último relatório semanal sobre o nível das reservas --que tiveram redução de 5,4 milhões de barris na semana passada--, a confiança dos investidores ficou mais abalada.
Os EUA também terão de lidar com problemas nas refinarias do país para atender a demanda pelo combustível no país, uma vez que ainda não se recuperaram totalmente dos efeitos da destruição causada pelos furacões que atingiram o golfo do México e o sul do país no ano passado.
Na Nigéria, os atentados que ocorreram no país nos últimos meses têm feito crescer o temor sobre segunrança no país. Os ataques fizeram a produção petrolífera nigeriana em 20% nos últimos meses. A Nigéria é o principal exportador africano de petróleo e é o quinto maior fornecedor do produto para os EUA.
A expectativa é de que o preço da commodity continue a subir até que haja alguma definição no cenário de crise no Irã. No médio prazo, um eventual aumento de reservas nos EUA aliviaria um pouco a pressão sobre as cotações, mas o preço deve continuar acima dos US$ 70 por algum tempo.
Ontem, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, deu sua contribuição para elevar um pouco mais a preocupação dos investidores: segundo ele, se os EUA atacarem o Irã, o petróleo pode chegar a US$ 100 por barril.
Com agências internacionais
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u107056.shtml