Fonte: SpaceDayly:
http://www.spacedaily.com/20 de Abril de 2006
Um dos estudos mineralógicos mais completos efetuados até hoje em Marte, concluiu que a evolução do planeta se pode dividir em três fases principais, tendo a água tido um papel progressivamente menos significativo, o que no inverso da idéia nos indica que a sua importância terá sido elevada no Marte mais jovem, tendo sido nesta altura que o planeta possa ter albergado vida.
A conclusão é de uma equipe liderada Jean-Pierre Bibring, um astrofísico da Universidade de Paris, com cientistas da França, Itália, Rússia, Alemanha e EUA. O trabalho deve ser publicado na próxima edição da Revista Science.
Este estudo foi efetuado através do espectrômetro OMEGA, da sonda Mars Express, e mostra-nos que:
- a primeira fase da evolução marciana se deu entre os 4.6 bilhões de anos e os 4 bilhões de anos, e foi caracterizada por uma umidade elevada, como demonstram os vestígios de minerais tradicionalmente encontrados no barro, formando-se este também num meio pouco ácido.
- a segunda fase, que pode ser enquadrada entre os 4 bilhões de anos e os 3.5 bilhões de anos, é caracterizada por um aumento nas concentrações de enxofre, provenientes de elevada atividade vulcânica, o que pode ter tornado a baixa atmosfera um pouco malcheirosa, devido á criação de ácido sulfídrico, por exemplo. Esta fase é caracterizada por um maior grau de seca, e por uma maior acidez, mas ainda apresentando vestígios de água, como atesta a presença já referenciada há algum tempo, de hematite.
- a terceira fase, que se estende desde há 3.5 bilhões de anos até aos nossos dias, é caracterizada pela existência de óxidos ferrosos, que não mostram indícios de terem sido criados, ou alterados por água líquida, refletindo o ambiente seco e frio do Marte atual.
O trabalho conclui que Marte deve ter sido bem hospitaleiro para a vida em sua infância.