Pensei em postar no tópico Campeonato Brasieliro 2006, mas achei que desvirtuaria muito o assunto
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O ópio do povoEconomistas mostram que o futebol faz o torcedor esquecer os altos impostos
“A religião é o ópio do povo”, cunhou Karl Marx em uma de suas máximas mais repetidas. No Brasil, a maior nação católica do mundo, trocou-se a devoção no altar pelo futebol. Na terra de Pelé, Garrincha e Ronaldinho Gaúcho, dá-se como certo que o futebol é o ópio do povo. Será? Sim, respondem dois economistas, torcedores do Cruzeiro de Belo Horizonte. Cláudio Shikida, professor do curso de Ciências Econômicas do IBMEC de Minas Gerais, e seu primo, Pery Francisco Assis Shikida, da Unioeste de Toledo, no Paraná, comprovam na ponta do lápis que o andor da economia tem relação direta com a alienação do povo que vai aos estádios. Assim: um aumento de 1% nos dias de servidão que o brasileiro tem com relação ao governo, transformada em pagamento de tributos, gera um crescimento de 1,16% no número de pagantes em partidas do Campeonato Brasileiro. “Servidão” é uma variável econômica difundida – ela traduz o número de dias dedicados ao pagamento de impostos ao Estado, em todas as suas esferas, municipal, estadual e federal. Hoje, no Brasil, com uma carga tributária na casa dos 40%, estima-se que 120 dias de nossas vidas sejam destinadas a deixar quites as contas com o fisco. Resumo da ópera, segundo o irreverente estudo dos Shikida: o governo conquista o silêncio dos cidadãos, apesar dos elevados impostos, porque o grito nos estádios faz a população aliviar-se diante da mordida do Leão. Não há grandes conspirações para que isso aconteça, mas assim é. “O povo brasileiro não desrespeita a lei, paga o que pedem que pague”, diz Pery. “Já que paga em dia, tenta se consolar com seu time de futebol”. Cláudio brinca: “É uma maneira ruim de encher os estádios”.
Pode-se tratar essa constatação, do futebol como válvula de escape, por óbvia. A novidade é que, pela primeira vez há cálculos sérios, de econometria, tentando explicá-la. Os dois especialistas fazem um pouco como Steven Levitt, autor de Freakonomics, best-seller mundial. De temas aparentemente banais, do cotidiano, tentam extrair conclusões econômicas. Há, naturalmente, amplas brechas para discussão, e a própria dupla admite inaugurá-la: há outras dezenas de variáveis para encher os estádios, especialmente a influência das transmissões de TV, e esse aspecto não foi medido. Sem contar a dificuldade em colher dados. De qualquer modo, o estudo – ancorado em equações complexas - é um divertido olhar para um dos problemas cruciais do País, a exagerada tributação. “O futebol é como o panis et circenses dos romanos”, diz Cláudio, referindo-se ao termo cunhado pelo poeta Decimus Junius no século II para brincar com a atávica mania do Estado Romano, tributador que só ele, de calar os súditos com circo.
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Para cada
1% a mais de tributos imposto pelo Estado brasileiro há
1,16% de aumento da presença de público nas partidas do Brasileirão
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NEGÓCIOS DA COPA Quanto valem os craques da Copa?
A seguradora americana Integrated Benefit Consultant, de Nova York, fez um levantamento inédito a pedido do site GloboEsporte.com: estimou o valor do seguro de vida de alguns dos principais jogadores do futebol mundial. Apenas quatro ultrapassaram os US$ 25 milhões.
É pouco, no entanto, se comparado à apólice mais cara da história, de proteção à Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. Compare:
Mona Lisa US$ 100 milhões
Ronaldinho Gaúcho US$ 30 milhões
BeckhamUS$ 30 milhões
Ronaldo US$ 25 milhões
Zidane US$ 25 milhões
OLHA EU AQUI! O Mundial da Alemanha será o evento esportivo mais fotografado de todos os tempos, segundo levantamento da empresa SmartTrust, de avaliação de mercado. Serão 4,5 milhões de fotos. O número estrondoso é resultado da proliferação de telefones celulares com dispositivos para capturar imagens. A SmartTrust descobriu também que apenas 30% dessas fotografias serão enviadas a outros aparelhos. O estudo ouviu 6800 assinantes de serviços móveis de 16 países, entre eles o Brasil.
HERMANOS VS IRMÃOS Se já não bastassem as rivalidades existentes, brotou uma outra. Os argentinos ficaram enfurecidos com a compra da cervejaria Quilmes pela brasileira Ambev, anunciada na semana passada. Explica-se: a Quilmes é patrocinadora oficial da seleção de Riquelme, e cia. O jornal El Clarín foi direto ao ponto em um de seus textos: “Como se diz vendido em português?”. O Página 12 não deixou por menos: “A Copa do Mundo deste ano vai ser comemorada com cerveja brasileira. A Ambev agora detém 91% das ações da Quilmes.
US$ 1,2 bilhão foi o valor pago pela Ambev para concluir a compra da Quilmes
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/449/copa/opio_povo.htm