É interessante o fato de Nietzche ter admirado pessoas como Pascal ou São Francisco de Assis. No entender do filósofo, estes pobres homens, cheios de boas intenções não tiveram culpa de serem enganados por pessoas espertas, que os usaram para divulgar a Igreja. Estes homens jogaram fora as suas vidas, perderam o amor à Terra, a natureza dos sentimentos, a ingenuidadde das atitudes, passaram a ser crime, pecado, afronta. O homem criou, em si, o purgatório de sua vida. E o vale de lágrimas de vida não fora Deus que o criara. Essa acusação era outra infâmia. O homem - verdadeiro satã - criara seu próprio inferno, porque se negava a si mesmo. No entanto, para Nietzsche, o céu está no homem, como o inferno está também. É só saber procurá-lo. ainda na visão do pensador, o cristianismo foi o mais baixo nível da evolução descendente do tipo divino. Para o cristão, segundo ele, essa terra é o "pecado", é o "diabo". Nietzsche pregava aos homens a compreensão da necessidade eugênica da vida, o que hoje, aliás, é um cânone do mundo civilizado. Mas as crenças religiosas ensinaram o homem a amaldiçoar a Terra. A lição do bom viver não ficou esquecida pelo filósofo, quando ensina que o homem deve vencer cada uma de suas derrotas e suplantar os empecilhos e obstáculos. E somente nessa hora os homens poderão contemplar o mundo com um olhar ghoeteano cheio de amor e de boa vontade para com seus semelhantes, por que nessa hora já não mais conhecerá o domínio do ressentimento. Nitzsche, o cético, o agnóstico, o ateu, foi necessário ao mundo, por que revelou-nos com coragem a farsa que são as religiões.