Uma equipe européia de astrônomos (ESA) descobriu três novos planetas parecidos com Netuno girando em torno de uma estrela, um deles situado numa zona que seria habitável, revela um artigo publicado hoje na revista científica Nature.
De acordo com a equipe, os três planetas têm uma massa entre 10 e 18 vezes a massa da Terra e giram em torno da estrela HD69830, situada a uma distância de cerca de 41 anos-luz do Sol.
À semelhança da Terra, o terceiro planeta do novo sistema encontra-se na zona habitável.
Este sistema planetário, que foi batizado de «Tridente de Netuno», possui também um cinturão de asteróides, o que o torna ainda mais parecido com o Sistema Solar.
Esta descoberta só foi possível devido à utilização do espectógrafo «HARPS», o equipamento mais rigoroso atualmente existente para a detecção de planetas e que está instalado num dos telescópios ESO (European Southern Observatory).
É a primeira descoberta de um sistema composto por três planetas com massas semelhantes à de Netuno e todos eles em órbitas quase circulares.
Assim, o estudo hoje publicado revela que o primeiro planeta, o que se encontra mais próximo da estrela, tem uma massa equivalente a 10.2 vezes a da Terra, deverá ser constituído sobretudo por rochas e demora 8.72 dias a dar uma volta completa à estrela.
O segundo planeta, um bocadinho maior do que o primeiro, tem 11.8 vezes a massa da Terra e calcula-se que seja rochoso e que possua uma extensa atmosfera. Este planeta demora 31.6 dias a completar uma volta em torno da sua estrela.
O terceiro e maior (com 18.1 vezes a massa terrestre) já demora 197 dias a completar uma volta em torno da sua estrela e parece ser constituído por rochas e gelos, rodeados por uma espessa atmosfera.
Os investigadores realçam ainda que este é o primeiro planeta descoberto com uma massa semelhante à de Neptuno e que simultaneamente se encontra na zona habitável do sistema, ou seja, uma zona com condições propícias à existência de vida e onde teoricamente pode haver água em estado líquido.
Contudo, devido à sua massa elevada e atmosfera densa, os cientistas consideram praticamente impossível a existência de água no estado líquido.
Esquema do novo sistema:

Os números se referem à distância dos planetas até a estrela (Terra-Sol = 1).